Após 33 anos, Rampla Juniors vence maior rival em casa

Rampla não vencia o Cerro no Olímpico desde 1986. Tabu de 33 anos foi quebrado hoje

Você conhece algum time que tenha ficado mais de três décadas sem vencer o maior rival no próprio estádio? A história que você vai ler é de arrepiar qualquer torcedor. Voltemos 33 anos no tempo. Em 1986, o Brasil dava os primeiros passos da volta à democracia. O Presidente da República era José Sarney e o governo lançou o Plano Cruzado. Veja só quanta coisa mudou até os dias de hoje não é mesmo?

No futebol, 1986 foi o ano da Copa do Mundo no México. Mas num bairro de Montevidéu, em frente a baía da capital uruguaia, o Rampla venceu o Cerro por 1 a 0 pela última vez em muitos anos. Desse passado distante até hoje, os dois clubes da “Villa del Cerro”, acirraram a rivalidade e disputaram “dérbis” fora do bairro, por causa da violência das torcidas. Os jogos aconteceram em palcos famosos no país como o estádio Centenário e o Gran Parque Central, campo do Nacional e o duelo virou o segundo maior clássico do Uruguai.

Aos poucos, a violência entre os torcedores deixou de ser empecilho e as partidas voltaram ao bairro. Mas uma dívida foi só aumentando e causando cada vez mais incômodo pra metade do bairro: o Rampla não conseguia vencer o Cerro em casa.

Uma geração inteira de torcedores Picapiedras ouviu piadas por três décadas, se frustrou sempre que recebeu o rival no Olímpico, e claro, transmitiu essa frustração a filhos que nasceram amando o Rampla. Imagine quantos “hinchas” deste clube derramaram lágrimas a cada empate ou derrota nestes clássicos, desfrutando tristemente da linda vista para o mar que existe de frente às tribunas do estádio, buscando respostas no horizonte para uma agonia que aumentava a cada ano.

Porém, nada é para sempre. Esse pesadelo teve um ponto final hoje! O destino, as vezes tão cruel com o Rampla, escolheu dois jogadores do time atual para enterrar essa história: Delis Vargas e Juan Albín. E esse mesmo destino decidiu que Albín, principal contratação do clube em 2019, nascesse justamente em 1986.

Foi Albín que aos 9 minutos do segundo tempo fechou o placar, com um golaço por cobertura. Antes, aos 37 do primeiro, Vargas fez 1 a 0.

O jogo foi uma das sete partidas da décima segunda rodada do Campeonato Uruguaio. Amanhã o país vai dar atenção exclusiva ao clássico entre Peñarol e Nacional.

A vitória do Rampla não permitiu ao time sair da zona de rebaixamento. Mas o ano é longo. E jogadores que superaram 33 anos de agonia, podem reverter qualquer situação.  A certeza é que nenhum torcedor Picapiedra  vai esquecer o dia 11 de maio de 2019. O dia que o maior tabu da história do clube, foi destruído por onze guerreiros.

Samuel Bonicontro

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