Opinião polêmica: A dinastia Patriots parece dar indícios de estar perto do fim

O time de New England está em uma decrescente e perdeu o grande favoritismo na temporada

(Foto: PatriotsWire/USA Today)

A atual temporada da NFL vem mostrando surpresas e decepções, times com alta inesperada e depois baixa inexplicável. E dentre os 32 times da NFL, um em especial vem tendo excelentes temporadas e com isso títulos de Super Bowl se tornaram quase que frequentes. Desde que assumiu a posição quarterback de titular no New England Patriots, Tom Brady acumula uma série de recordes e conquistas de títulos. Porém, nem tudo dura para sempre.

Na temporada passada, o time de Bill Belichick já demonstrava problemas pontuais no desempenho de cada jogador. Tom Brady foi excepcional por bater vários recordes, o mais importante em um Super Bowl, com o quarterback com mais jardas passadas. Contudo, os Patriots com sua fama de time demolidor nos playoffs começou a se aproveitar de erros de outras equipes, se impôs mais uma vez de maneira assustadora na sua casa e assim disputou mais um título em sua longa história.

Mas ao chegar no Super Bowl, mesmo com uma atuação memorável de Tom Brady, os Patriots tiveram que amargar uma derrota de 41×33 para o Philadelphia Eagles. A defesa tão elogiada pela mídia e torcedores, devido ao pulso firme de Belichick, se mostrou ineficaz para parar Nick Foles, reserva de Carson Wentz. A suposta briga entre o head coach e o cornerback Malcom Butler pode ter sido um dos motivos da defesa dos Patriots ter ido mal. Mas Belichick nunca assumiu isso em público.

E após mais uma derrota doída no Super Bowl, vários burburinhos começaram a pipocar na imprensa americana. O primeiro deles era de uma possível aposentadoria de Rob Gronkowski, que após o jogo contra os Eagles cogitou a pendurar as chuteiras e não dava garantia de retorno para a próxima temporada, mas isso não aconteceu.

Além dessa polêmica, várias outras surgiram, em especial uma que envolve Brady e Belichick. Um pouco antes do jogo contra o Jacksonville Jaguars, uma reportagem da ESPN americana dava conta que Brady estava impondo algumas coisas e que Belichick não gostou. A primeira delas foi a de trocar o quarterback reserva Jimmy Garopollo, que teve sua saída concretizada após um acordo feito entre Patriots e San Francisco 49ers. A relação de quase vinte anos dava indícios de desgaste.

Mesmo com essa relação aparentemente abalada, o time mais uma vez se superou e chegou a mais um Super Bowl. Entretanto, a off-season foi um tanto quanto conturbada nos Patriots. Dois fatos importantes mostram o desgaste da dinastia. A primeira é sobre uma possível troca de Gronkowski por parte de Bill Belichick, que não via no tight end um talento suficiente para o mesmo ser mantido no roster. Tom Brady mexeu os pauzinhos e alegou que se Gronkowski fosse trocado, o quarterback se aposentaria.

As lesões são algo que marca demais a carreira de Gronkowski. Desde que entrou na NFL, o tight end dificilmente conseguiu terminar uma temporada saudável e na atual temporada não é diferente, tanto que seu desempenho caiu muito. E no jogo contra o Pittsburgh Steelers, o tight end só teve uma recepção no quarto período para apenas 13 jardas. Ou seja, Bill Belichick teve até uma certa razão para envolver Gronkowski em uma troca com outra franquia.

(Foto: Reprodução / Associated Press)

Outro fato relevante que abalou as estruturas de New England foi a não ida de Brady ao início dos treinamentos obrigatórios antes de começar o traning camp, um tipo de treinamento que demanda mais dedicação dos jogadores e que efetiva tudo o que a equipe fará ao longo da temporada. Brady nunca havia faltado a esses treinamentos de início de temporada e a justificativa das faltas seria uma melhora pedida por ele em seu contrato.

Mesmo com esse certo turbilhão, New England começou mais uma temporada se postulando entre os favoritos a mais uma conquista de Super Bowl. Porém, seu desempenho irregular visto nos últimos jogos e no atual certame indicam mais uma vez que a dinastia começa aos poucos mostrar suas falhas, que podem custar a folga na primeira semana de playoffs, uma vez que no cenário da pós temporada, o Houston Texans passou o Patriots e está com a seed 2.

E essa perda da folga se deve as duas últimas partidas fora de casa em que os Patriots lamentaram a derrota. A primeira foi contra o rival de divisão Miami Dolphins, que de forma heroica e inusitada venceu com uma jogada de rugby por 34×33. Já nessa semana 15, o time de Brady teve que amargar mais uma derrota, desta vez contra o Steelers por 17×10, com uma atuação bem abaixo de Brady e Gronkowski.

Com a derrota de ontem, os Patriots acumulam cinco derrotas, e destas, quatro foram fora de casa. Ou seja, não vem tendo o mesmo desempenho dentro e fora de casa, apesar de ter conseguido vitórias contra New York Jets e Buffalo Bills fora de casa. Entretanto é algo mais comum do que absurdo de acontecer. Com essas cinco derrotas, o time de New England pode chegar a 11 vitórias e mesmo assim ficar de fora da folga da primeira semana dos playoffs.

Os Patriots nas próximas semanas não depende de si para folgar na primeira semana da pós temporada. Os Texans só dependem deles, e agora pegam o Philadelphia Eagles desesperado por mais uma vitória para manter as chances de playoffs e na última semana pega o combalido rival de divisão Jacksonville Jaguars. Já os Patriots pegam New York Jets e Buffalo Bills, ou seja, duas vitórias “garantidas”.

Dos dois jogos que os Texans tem pela frente, o mais suscetível a uma derrota é o jogo que eles terão na próxima semana contra os Eagles fora de casa. Com isso, bastaria New England vencer apenas mais uma para ter a folga de volta, já que no teve confronto direto com o Texans e o time de Belichick se saiu vencedor.

(Foto: Repdrodução / Sports Interaction)

Possa ser que os Patriots tenham mais sorte que juízo com seu quarterback já mostrando sinais da idade avançada para posição, uma vez que é nítido a sua queda de desempenho em pelo menos duas ou três temporadas, sendo a atual a pior de todas. Porém, mesmo em meio a erros de passes, que antes eram certos, de interceptações e fumbles, que poderiam ser evitados, o time não pode ser descartado fora do baralho.

Na pós temporada, o time de Belichick se transforma ao ponto de botar medo em seus adversários. Mas para isso terá que buscar a folga na primeira semana de playoffs, uma vez que sempre que os Patriots foi para a pós temporada via wildcard nunca chegou a um Super Bowl.

Então podemos dizer o seguinte: as duas próximas semanas serão decisivas para que os Patriots possa ser ou não o bicho papão que todo mundo teme. Isso em meio a um desgaste intenso que vem acontecendo entre staff técnico e Tom Brady.

 

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Igor Castro

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