Opinião: Aposentadoria e dor de Andy Murray

Murray: Grande em números, grande em pessoa

47 títulos de torneios da ATP, 2 ouros olímpicos, 3 Grand Slams, Murray é um dos maiores tenistas dessa geração. O escocês é enorme em números e enorme como pessoa, é uma inspiração para britânicos, fãs de tênis e fãs de esportes em geral. Murray trabalhou nesse esporte com amor, lutou por igualdade de condições e tentou de tudo para continuar a disputar o tênis. Esporte que tanto ama.

Porém algo atrapalhou a carreira do Murray, as lesões, e essa última uma das piores possíveis. A mesma que atrapalhou a carreira de Guga Kuerten, e que assombrou jogadores como Lleyton Hewitt e Tommy Haas, o quadril não quer deixar o Murray jogar mais.

Na noite dessa quinta-feira em coletiva, Andy Murray anunciou que abandonará a carreira em Wimbledon, onde conquistou suas maiores glórias no esporte. Dois títulos na relva, e a quebra do tabu de títulos britânicos, Wimbledon é especial para Andy.

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Imagem: Renan Nabeshima no Twitter

E é impressionante o que isso causa no mundo do tênis, Murray luta para que a premiação de homens e mulheres sejam equiparadas, pede mais apoio ao lado feminino em transmissões, está sempre em causas nobres como eventos para arrecadar dinheiro para países periféricos, para ajudar pessoas com câncer. Sim, ele é mais que um atleta.

Porém, deixando o egoísmo de lado, pensaremos no Andrew que sofre com dores há 20 meses, uma pessoa que “não consegue nem colocar a meia sem sentir dor” como ele próprio disse na coletiva. Pensaremos na vida de uma pessoa que não acabará após o tênis, no tênis ele já deixou o seu legado.

Murray na coletiva:

“Não tenho me sentido bem. Tenho lutado por muito tempo. Eu acho que não posso aguentar a dor por mais quatro ou cinco meses”

Fiz basicamente tudo para sentir melhor o quadril, mas não adiantou muito. Acho que o Australian Open deve ser meu último torneio”, afirmou.

“Não consigo colocar a meia sem sentir dor. Eu posso jogar com limitações, mas ador não tem me deixado aproveitar competir e treinar. Eu gostaria de parar em Wimbledon, mas não sei se chego até lá”, completou.

Herói no seu país, campeão de Davis, bicampeão da Olimpíadas (único jogador na história) e Wimbledon, ele carregou a bandeira do Reino Unido da melhor forma possível, da maneira mais humana possível. Todos saudemos Andy Murray.

 

Matheus Silva

Matheus Silva, âncora do Mundo do Tênis Podcast Formado em Administração e Controladoria e Finanças

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