Conheça Sol Bamba, zagueiro que se destaca na Inglaterra aos 33 anos

Aos 33 anos, Sol Bamba faz sua melhor temporada na Europa

Defensor da luta contra o racismo, Sol Bamba quase deixou sua carreira de futebol para virar médico. O jogador que começou sua carreira no PSG nunca teve sucesso na Europa, mas, aos 33 anos, isso parece estar mudando.

No site de estatísticas Whoscored, eles têm uma seleção dos onze melhores da Premier League por notas, baseada nos números. E um nome da escalação é bastante desconhecido do grande público: exatamente o de Sol Bamba.

Souleymane Bamba, ou só “Sol” Bamba para os mas íntimos, é um zagueiro de 33 anos e que atualmente atua pelo Cardiff City. O jogador nasceu na França, mas defendeu por toda sua carreira a Seleção da Costa do Marfim.

O atleta nunca teve muito destaque no cenário europeu. Entretanto, aos poucos isso vai mudando. A carreira de Sol é comparável ao vinho, quanto mais velho, melhor.

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O defensor começou sua história no futebol no PSG, quando a equipe ainda não tinha esta fama e poder financeiro. Ele entrou no clube aos 11 anos, após ser visto jogando futebol nas ruas de Paris. Curiosamente, a princípio, Sol recusou a proposta, pois sua mãe queria ele ele virasse médico. Entretanto, depois de um tempo, o jovem convenceu sua mãe e entrou nas categorias de base do clube parisiense.

Como sua família não tinha condições de pagar suas idas e vindas de sua casa até o centro de treinamento, o jogador passou a morar nas instalações do PSG logo cedo. Inicialmente, começou no clube atuando como Volante. Mas, aos 15 anos, foi recuada para zaga, onde, definitivamente, é seu melhor lugar.

Todavia, essa história é mais uma curiosidade de sua vida. Sol Bamba virou zagueiro pela primeira vez para entrar no lugar de um colega que se atrasou para o jogo por causa do trânsito.

Apesar de ter feito toda a base no clube francês, Bamba teve apenas duas chances na equipe principal. Pediu pra ser emprestado para ter mais chances, mas não foi atendido. Por isso, aos 21 anos, deixou o PSG e seguiu sua carreira.

Bamba ‘recomeçou’ sua trajetória no Dunfermline Athletic, da primeira divisão escocesa. O defensor teve algumas boas atuações, mas o clube acabou sendo rebaixado. Por isso, Sol se mudou para o Hibernian, também da Escócia.

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Apesar de ter sido expulso em sua estreia, Bamba foi muito bem no clube e fez 75 partidas.

Depois, foi para a Inglaterra. Mais exatamente para Leicester, que na época ainda estava na Championship. Lá, o defensor novamente se destacou e acabou vendido, em 2012, para o Trabzonspor, da Turquia, por £ 750.000.

Após dois anos na Turquia, foi contratado pelo Palermo, da Itália, que havia sido promovido a primeira divisão naquele ano. Entretanto, fez apenas um jogo no clube e foi emprestado para o Leeds United, de volta para a segunda divisão inglesa.

Mas foi ai que a história do zagueiro mudou. O jogador se saiu muito bem no United, e foi contratado em definitivo. O francês chegou até a se tornar o capitão dos Leeds. E após mais uma boa temporada, foi contrato pelo Cardiff City, também para disputar a Championship.

Chegou com pouca expectativa, mas logo mostrou seu valor e virou titular absoluto da linha defensiva dos Bluebirds.

Atualmente, virou ícone da equipe ao lado do também zagueiro e capitão Morrison.

Antes do começo da temporada, muito se falava entre os torcedores se Bamba iria aguentar o nível da Premier League. E, até aqui, o jogador vem calando todos os críticos com ótimas atuações.

São 2.5 desarmes por jogo, 2.7 interceptações e uma média de apenas 1.2 faltas por jogo. Além disso, são apenas dois cartões amarelos em 16 jogos. Para um atleta que era tratado como violento, é um baita número.

A título de curiosidade, Sol Bamba se tornou o jogador mais velho a marcar seu primeiro gol na Premier League desde Zlatan Ibrahimovic (34 anos e 316 dias) em agosto de 2016.

Hoje, Souleymane Bamba também é um dos maiores defensores da luta contra o racismo no futebol inglês. Recentemente, ele comentou sobre a atitude racista que o jogador Sterling, do Manchester City, sofreu no jogo diante do Chelsea.

“Se eu estivesse na torcida vendo isso, eu iria reagir. Eu iria 100 por cento reagir. Eu não posso estar sentado aqui assistindo a um jogo de futebol e vendo alguém ser abusado dessa maneira e não dizer nada, independentemente se ele é negro ou não. Isso reflete a sociedade em que estamos, infelizmente. Se algo assim acontecer, você gostaria de pensar que alguém diria ‘você não pode dizer isso’ ou ‘você não pode fazer isso'”, declarou o francês.

Iaco Lopes

Estudante de Jornalismo na UFPB. Nascido em João Pessoa-PB. 19 anos.

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