Nacional vence de virada e fica com título do Apertura no Uruguai

Com o título, Nacional garante presença nas finais do Campeonato Uruguaio

Foi suado. A festa só veio no final. Ao longo do jogo, o ceu e o inferno estiveram na rota. Mas no final a alegria veio aos milhares de torcedores que lotaram o estádio Jardines del Hipódromo. Nacional derrotou o Danubio por 2 a 1 e sagrou-se campeão do Apertura 2018. David Terans abriu o marcador para a equipe da casa, mas no segundo tempo o campeão virou com Gonzalo Bergessio e Sebastián Fernández. Como Nacional só dependia das próprias forças para ser campeão, o título veio com a vitória fora de casa.

SUSTO EM DOSE DUPLA MARCA PRIMEIRO TEMPO

O primeiro tempo teve sustos para a equipe tricolor. Após um início de jogo equilibrado, o gol do Defensor Sporting contra o Peñarol parecia marcar uma tarde tranquila. Porém, em poucos minutos, tudo ruiu. Peñarol empatou e Danubio abriu o marcador contra o Nacional com gol do artilheiro do Apertura David Terans, que aproveitou um erro de Polenta e definiu na saída de Conde.

Os resultados ainda davam a taça aos tricolores, mas o nervosismo tomou conta e Nacional não conseguia chegar com perigo ao gol danubiano. Apenas um lance isolado de Matías Zunino que finalizou no travessão do goleiro Cristóforo assustou a equipe da casa.

TÍTULO DO NACIONAL VEIO DO BANCO

Logo no início da segunda metade, a situação do Nacional parecia complicar de vez. Peñarol virou o seu jogo contra o Defensor Sporting e com isso ficava com a taça. Avisado da necessidade da virada, Alexander Medina colocou em campo Sebastián Fernández no lugar do inoperante Leandro Barcia. Nacional ganhou em profundidade e em força ofensiva. Bergessio desperdiçou uma chance clara, mas não perdeu a segunda. Gol do argentino e o campeonato caminhava para um jogo desempate. Mas o ímpeto ofensivo tricolor deu frutos e a virada veio. Alfonso Espino avançou pela esquerda e cruzou para Sebastián Fernández marcar o gol da vitória e do título.

DESTAQUE DO NACIONAL VEIO DA BASE

O semestre de Alfonso Espino foi praticamente uma gangorra. Começou prestigiado, parecia intocável na lateral-esquerda, mas foi expulso logo na estreia da Libertadores contra a Chapecoense. Viu o zagueiro Polenta assumir a lateral-esqueda na competição continental e ser titular apenas no torneio local. Quando o zagueiro voltou à sua posição de origem, viu Peruzzi ganhar a posição na lateral-direita e Fucile se firmar como lateral-esquerdo titular. Frequentou banco de reservas, não foi convocado para algumas partidas mas voltou na semana decisiva. A lesão do argentino Peruzzi levou Fucile de volta à lateral-direita e recolocou Espino na equipe titular. E o lateral formado nas categorias de base do Nacional aproveitou a oportunidade. Fez o gol da vitória contra o Atenas na penúltima rodada do Apertura, deu assistência para Barcia garantir a vitória do Nacional contra o Santos na Libertadores e cruzou para o gol do título marcado por Fernández contra o Danubio. Espino foi o melhor em campo nas duas últimas partidas.

ARGENTINO SUPERA DESCONFIANÇA E VIRA ARTILHEIRO DO NACIONAL

A chegada do argentino Gonzalo Bergessio foi marcada por uma grande desconfiança por parte da torcida e até mesmo da diretoria do clube. Foi apenas a quarta opção, e sua contratação chegou a ser descartada por conta da longa inatividade do atleta quando jogava no Velez Sarsfield da Argentina. Começou o ano no banco de reservas, mas aproveitou o revezamento promovido por Medina e marcou gols nas primeiras partidas do Apertura, quando o treinador colocava equipes alternativas. Gols e boas atuações que lhe renderam a vaga na equipe titular, deixando Sebastián Fernández no banco. Ontem, Bergessio foi decisivo mais uma vez, marcando o gol do empate e sendo o destaque ofensivo do Nacional.

FICHA TÉCNICA: DANUBIO 1×2 NACIONAL

Estádio: Jardines del Hipódromo. Árbitros: Andrés Cunha, Mauricio Espinosa e Carlos Barreiro.

Gols: 35′ David Terans (D), 64′ Gonzalo Bergessio (N), 82′ Sebastián Fernández (N).

Cartões Amarelos: 30′ Gonzalo Bergessio (N), 36′ Diego Polenta (N), 45′ Nicolás Prieto (D), 58′ Pablo Ceppelini (D), 65′ Matías Zunino (N), 66′ Sergio Felipe (D), 76′ Christian Oliva (N), 83′ Sebastián Fernández (N), 84′ Gonzalo Camargo (D), 86′ Alfonso Espino (N), 88′ Gastón Bueno (D).

DANUBIO: Federico Cristóforo; José Luis Rodríguez, Gastón Bueno, Sergio Felipe, Gonzalo Camargo (85′ Tomás Chacón); Pablo Ceppelini (72′ Ignacio González), Nicolás Prieto, Rodrigo Fernández, Leandro Sosa; David Terans y Federico Rodríguez (46′ Carlos Grossmüller). Técnico: Pablo Peirano. Reservas: Facundo Silva, Martín Rea, Maximiliano Rodríguez e Juan Manuel Gutiérrez.

NACIONAL: Esteban Conde; Jorge Fucile, Guzmán Corujo, Diego Polenta, Alfonso Espino; Matías Zunino (72′ Santiago Romero), Christian Oliva, Sebastián Rodríguez; Leandro Barcia (62′ Sebastián Fernández), Gonzalo Bergessio, Gonzalo Bueno (90′ Carlos De Pena). Técnico: Alexander Medina. Reservas: Luis Mejía, Rodrigo Erramuspe, Diego Arismendi, Diego Coelho.

nico.bianchi.sica

Professor de História pós graduado em Jornalismo Esportivo. Uruguaio, torcedor fanático da "Celeste" e do Nacional.

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