Raio X E+: Após fim do Apertura, veja a situação dos clubes uruguaios na temporada

 Raio X E+: Após fim do Apertura, veja a situação dos clubes uruguaios na temporada

Apertura terminou neste domingo, mas Intermedio já começa nesta quarta-feira. Clubes uruguaios se organizam para o resto da temporada

Neste domingo chegou ao fim o Torneio Apertura, o primeiro dos três torneios que serão disputados na temporada do futebol uruguaio em 2018. Na próxima quarta-feira já começa o Torneio Intermedio. Mas como está a situação de cada clube na temporada. E as expectativas para o resto do ano? Acompanhe a seguir neste raio x imperdível.

Nacional: O campeão do Apertura começou o ano em péssimo clima. As duas derrotas para o rival Peñarol ameaçaram a tranquilidade de Alexander Medina à frente do clube. Porém, o clube assegurou presença na fase de grupos da Libertadores após superar Chapecoense e Banfield, e o trem tricolor começou a voltar para os trilhos. O início do Apertura foi marcado por uma vitória sobre o recém-chegado Torque. Após mais três vitórias (Rampla Juniors, Fénix e Cerro), o Bolso tropeçou no estádio Nazassi, ao perder por 2 a 1 para outro recém-promovido, o Progreso. Mais quatro vitórias (Defensor, Racing, River Plate e Wanderers) foram conquistadas. Na última delas, contra os Bohemios, o Nacional se beneficiou de um empate do Peñarol com o Danubio, e tomou a liderança do rival. Na 10ª rodada, o empate em casa contra a bela equipe do Liverpool não comprometeu. Isso porque o Peñarol perdeu por 2 a 0 para o Torque. Os pontos garantidos contra o El tanque Sisley e a vitória sobre o Boston River garantiram a liderança até o superclássico. O empate por 1 a 1 manteve o Nacional na liderança. Os difíceis triunfos sobre Atenas e Danubio garantiram o título e a classificação para as semifinais do Apertura. Pela Libertadores, o Tricolor está encaminhado para se classificar às oitavas. A estreia no Torneio Intermedio será em casa contra o Fénix.

Peñarol: Ao contrário do maior rival, o Carbonero começou o ano em alta. Classificado para Libertadores como campeão uruguaio, o Aurinegro aumentou a expectativa da torcida e da imprensa local após os bailes em cima do Nacional na Copa Antel e na Supercopa. A derrota na estreia da Libertadores parecia só um acidente de percurso, mas o Peñarol aos poucos foi pisando nos próprios pés. Desde 2013 sem vencer fora de casa no torneio continental, as três derrotas comprometeram a classificação do clube às oitavas, e agora só uma combinação de resultados garante o clube de Manya na próxima fase. No Apertura, os tropeços contra Wanderers e Danubio podem até ser considerados aceitáveis, mas a derrota para o fraco Torque mostrou que o Carbonero tem muito a melhorar. A goleada contra o Defensor na última rodada não serviu para garantir o título, mas dá esperança. A semana será livre para o técnico Leonardo Ramos ajustar o time. O Penãrol teve a partida contra o Boston River adiada, porque o rival joga na quinta-feira pela Sul-Americana.

Defensor Sporting: Cobrar uma campanha idêntica à do ano passado é covardia. Mas o Defensor pode fazer mais. Além da derrota no clássico contra o Danubio, os empates com Rampla Juniors, Progreso e Racing atrapalharam El Torto a ter sonhos maiores. As derrotas para Nacional e Peñarol são aceitáveis. Mas o Defensor pode ir mais longe. Desde o quarto e último título uruguaio, na temporada 2007/2008, os Violetas foram vice-campeões 5 vezes. A quantidade de participações em Libertadores na história, comprovam a camisa do Defensor como terceira força do futebol uruguaio. Por falar na Liberta, a derrota no último minuto com gol irregular contra o Cerro prejudicou as contas do técnico Eduardo Acevedo para a classificação às oitavas, e a derrota para o Monagas na Venezuela agravou a situação. Mas o clube continua vivo na competição e recebe o Cerro na próxima rodada. A expectativa é de nova classificação para a Libertadores, no mínimo com o terceiro lugar na tabela anual. Brigará por isso até o fim com o rival Danubio, ponto a ponto.

Danubio: Nos últimos 10 campeonatos uruguaios, Nacional e Peñarol ficaram com o título por 9 vezes. Apenas em uma ocasião a hegemonia dos dois foi quebrada. E foi o Danubio quem quebrou, na temporada 2013/2014. O último “não grande” a ser campeão uruguaio fez a melhor campanha em um Apertura dos últimos 5 anos. Comandado dentro de campo por David Terans, o Danubio perdeu a terceira posição para o rival Defensor apenas no saldo de gols. El Franjeado deu mais trabalho para os grandes do que os Violetas. Empatou com o Peñarol no Campeão do Século e perdeu apenas no fim do jogo para o Nacional. A derrota por 3 a 0 em casa para o Liverpool, o empate com o Boston River (também no Jardines), o empate com o Progreso e a derrota para o Cerro, foram os principais resultados que impediram o Danubio de ir mais longe. Na Sul-Americana, El Franjeado está em situação crítica. Na noite da próxima terça-feira, vai tentar reverter os 3 a 0 conquistados pelo Deportivo Cali na partida de ida. No momento, é a terceira força do país em futebol jogado, e vai brigar com o Defensor pela terceira posição na tabela anual. A terceira posição leva para a segunda fase da Libertadores. Se ficar em quarto, El Franjeado vai disputar uma fase a mais no torneio continental, o que aumenta em 33% as chances de eliminação.

Liverpool: O Liverpool disputou a Copa Sul-Americana no ano passado, fez um péssimo Apertura, um ruim Intermedio e um irregular Clausura. A temporada 2017 comprometeu o promedio do clube, que fez um belo Apertura, mas que terá que manter o nível se não quiser ser rebaixado. Em compensação, a manutenção da campanha irá garantir ao menos classificação para a próxima Sul-Americana. Libertadores parece improvável, mais pela força dos 4 adversários de cima, do que por demérito do Liverpool. Fez excelentes partidas contra Nacional e Peñarol no Apertura e destruiu o Danubio no Jardines del Hipódromo. É uma das surpresas do campeonato.

River Plate: Por 1 ponto, o River não se classificou para a Sul-Americana deste ano. A campanha em 2017 foi decente. Agora, parece que os Darseneros voltaram aos bons tempos de anos atrás, quando chegaram a disputar a fase de grupos da Libertadores. A temporada está de acordo com o tamanho da camisa do clube. Pelos últimos anos, o River hoje seria uma 6ª força, posição que ficou no Apertura. Só que no lugar do Liverpool em 5º, a quinta força seria o rival do River, Montevideo Wanderers. Bem, é questão de opinião. River tem tudo para voltar à Sul-Americana.

Cerro: Após um início ruim, o Cerro terminou o Apertura em alta. Está invicto há sete partidas e venceu o clássico na última rodada. Agora é ver como o Cerro irá se comportar sem Maureen Franco, referência da equipe que anunciou a saída do clube após o fim do torneio. Já tem clássico quinta-feira na estreia do Torneio Intermedio, na casa do rival Rampla. O Cerro também aguarda o sorteio da segunda fase da Copa Sul-Americana. Se continuar bem, tem tudo para retornar ao torneio em 2019.

Progreso: Principal surpresa do Apertura, o Progreso retornou da segunda divisão aprontando algumas. Deu trabalho para Nacional e Peñarol, inclusive sendo o único clube a derrotar o Bolso no caminho do título. Terminou bem o Apertura goleando o Atenas por 6 a 0, em San Carlos. Precisa manter a boa campanha para não retornar à segunda divisão, mas pode ganhar uma vaga na Sul-Americana como brinde.

Fénix: Assim como em 2017, o Fénix se mantém do meio da tabela para baixo, mas o promedio preocupa. A equipe de Capurro contará com as boas atuações da joia Leonardo Fernandez e das jogadas aéreas na defesa e no ataque do zagueiro Santiago Fogst, para se safar do rebaixamento. Se melhorar, pode lutar por Sul-Americana.

Boston River: Parte da temporada do Boston River define-se nesta semana. A equipe enfrenta o Jaguares na partida de volta da Sul-Americana. Na ida perdeu por 2 a 0. Pode melhorar o rendimento no Intermedio e no Apertura, mas deve ficar no meio da tabela, sem grandes riscos de rebaixamento.

Montevideo Wanderers: A grande decepção do ano no futebol uruguaio. Fez apenas 18 pontos no Apertura e precisa melhorar por 2 motivos: disputar uma competição internacional em 2019, e não entrar no Uruguaio 2019 comprometido com o promedio. Tem bom elenco.

Atenas: Veio da segunda divisão e está sofrendo. O estupro sofrido para o Progreso não pode comprometer a melhora da equipe. Tem condições de se livrar do rebaixamento. Mas terá que continuar evoluindo e transformar a evolução em resultados.

Racing: Assim como o River Plate, a equipe do Parque Roberto não se classificou para a edição atual da Sul-Americana por 1 ponto. Neste ano, a péssima campanha comprometeu o promedio do clube. Vai lutar até o fim, mas é forte candidato ao rebaixamento. A camisa pode salvar. Racing tem história. Se não é grande, está longe de ser só mais um pequeno.

Torque: A vitória histórica por 2 a 0 no Centenário sobre o Peñarol, parece ser a única marca boa do Torque na primeira divisão. Comprometido com o promedio, o Manchester City do Uruguai deve cair.

Rampla Juniors: O Picapiedra não estava comprometido com o promedio, mas venceu apenas o Torque no Apertura, além dos pontos garantidos sobre o El Tanque Sisley. Será mais um ano de lutas, onde o clube terá que separar bem o desespero da briga contra o rebaixamento, da euforia por estar pela primeira vez numa competição internacional. A derrota para o Cerro após tanta confusão foi pesada. A resposta dos jogadores começa a ser dada na quinta-feira, outra vez contra o maior rival, porém em casa. Resta sabem o tom e a direção dessa resposta.

Samuel Bonicontro

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