Guilherme Ceretta deixa o Brasil por ir contra a CBF

Eleito melhor árbitro do Paulistão, Ceretta irá embarcar rumo aos EUA por ir contra o sistema de árbitros da CBF

Guilherme Ceretta de Lima foi eleito o melhor árbitro do último Paulistão e é aspirante ao quadro da Fifa. Porém, Ceretta deixou o Brasil para seguir suas vidas nos Estados Unidos.

Apesar de ser eleito o melhor árbitro do Campeonato Paulista, Ceretta foi pouco usado no Campeonato Brasileiro, sendo escalado apenas uma vez. E neste jogo ainda foi mal, sendo assim afastado temporariamente. Na Copa do Brasil o árbitro não atuou em nenhum dos jogos. Se tornar juiz no Estados Unidos pode até não ser tão complicado, porém, Ceretta vai com o pensamento de ter uma boa vida na terra do Tio Sam, e pode apitar profissionalmente.

– “Saí pela porta da frente. Respeito muito a Federação Paulista de Futebol (FPF) e o Cel. Marinho. Estou nos EUA, vou trabalhar com futebol e buscar algo melhor. Fazendo as mesmas coisas, além de ter uma qualidade de vida melhor e dar uma segurança bem maior para a minha família. Me parece que é possível apitar na MLS, mas existe outras ligas inferiores e são nelas que vou começar.”

Guilherme diz o que precisa mudar no sistema de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol em sua opinião. Ele aponta a falta de critério nas escalações como o pior ponto. Ele ainda falou que sofreu uma perseguição na Comissão Nacional de Arbitragem (Conaf), por seguir seu próprio modelo de apitar, ignorando o modele proposto pela Comissão.

– “O que mais atrapalha é a política, a profissionalização dos árbitros não mudaria muita coisa. Eles tem que fazer política com todos os estados, para agradar os presidentes das federações e atrapalha bastante. É preciso mudar o sistema ou as pessoas que mandam. Quem está fora reclama, mas quando entra não faz nada para mudar, isso enoja a arbitragem, tanto a do Brasil e tanto a do mundo. Isso que tem que mudar. Vai passar mais de 10, 20 anos e continuará igual. Continuarão os erros e a mesma informação se torna um telefone sem fio, se não unificar e deixar menor o número de pessoas para dar informação aos árbitros, tudo continuará assim.”

Em outubro do ano passado, o juiz foi barrado de participar da escalação do Campeonato Brasileiro, com isso, Guilherme Ceretta deixou o quadro nacional dos árbitros. Segundo ele, a punição foi mais do que exagerada e ainda diz que nunca gostou dos testes físicos que faziam parte do sistema.

– “Cansei do sistema. É muita prova, reunião, testes físicos… Coisas pequenas que em 15 anos enjoam. Eu parei minha carreira no Brasil para tentar alguma coisa nos Estados Unidos, seja como árbitro ou treinador em algum clube. Quero algo relacionado ao futebol, ainda acredito que posso continuar nessa carreira e se as coisas andaram bem, a carreira na arbitragem continua.”

Além deste episódio, o lance entre Dudu e Geuvânio no segundo jogo da final do Paulistão 2015 influenciou em sua decisão. Na ocasião, Guilherme se envolveu em uma confusão após expulsar os jogadores. Após ser expulso, Dudu empurrou o árbitro e foi denunciado pela agressão pegando 180 dias de suspensão. Porém, o jogador teve sua pena reduzida para seis jogos, o que acabou causando uma revolta no juiz. Segundo ele, isso prejudicou sua carreira, já que o caso acabou estourando pro lado mais fraco, dos juizes.

– “A polêmica não foi eu que criei, fiz o certo Quando ele fez aquilo em uma final que mais de 140 países estavam acompanhando, acabou estourando para o lado mais fraco, que sempre é o da arbitragem. Depois daquilo, ele jogar e eu estar apitando seria um atrativo ou uma preocupação, e sem dúvidas o episódio atrapalhou. Mas a Justiça agora irá resolver e vamos ver quem está certo ou errado nesta história.”

Gustavo Ignácio

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