Opinião: 2018, o ano em que o Ferroviário entrou nos trilhos
Devido ao vice-campeonato de 2017, a equipe do Ferroviário volta a disputar grandes competições em 2018
Caros leitores, o ano de 2018 é um ano para ser marcado na história do tubarão da barra, pois devido as baixas que o clube vem vivendo ao longo dos anos – como não conquistar o campeonato estadual desde 1995, ano em que a equipe coral se sagrou bicampeã do torneio. O Ferroviário – ou Ferrão, como é chamado carinhosamente pelos seus torcedores – vem de um vice-campeonato cearense no ano de 2017, perdendo a final para o Ceará. O jogo é conhecido como “Clássico da Paz”, clássico esse que, devido as rivalidades que existentes nos anos 40 e 50, era conhecido como “Clássico dos Milhões”.
A equipe coral começou bem o de 2018, em razão da diretoria manter esforços para continuar com boa parte do elenco da conquista do vice-campeonato cearense do ano passado. Dos onze titulares da campanha, seis permaneceram na equipe. Situação dos zagueiro Erandir e Túlio, além dos atacantes Motta e Valdeci.
Em contra-ponto, a diretoria coral correu atrás de reforços para a disputa do Campeonato Cearense de 2018. Foram contratados o experiente goleiro Bruno Colaço, ex-Goiás, o volante Janeudo, ex-Guarani de Juazeiro, e para o ataque nomes como Valdo Bacabal e Luís Soarez, que possuem grande rodagem no futebol nordestino.
Infelizmente, no Campeonato Cearense de 2018, a equipe não conseguiu repetir o desempenho de 2017. Este ano, terminou apenas na sexta colocação, conseguindo, pelo menos, escapar com sobras do rebaixamento. Após o Cearense, a equipe começou a debutar em competições mais importantes, como Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Série D.
O Ferroviário voltou a disputar o Nordestão após 19 anos de ausência. Na última participação, teve um péssimo desempenho, sendo o pior da história do time na competição, somando apenas um empate e cinco derrotas em um grupo com Vitória, ABC e Globo.
Na Copa do Brasil, o time teve um bom retrospecto. Na primeira fase, enfrentou o Confiança-AL. Na segunda, o Ferroviário fez uma partida diante do Sport, com uma classificação histórica. O Tubarão da Barra estava perdendo por 3 a 0 até os 30 minutos do segundo tempo, dentro da Ilha do Retiro. A partir daí, o Tricolor deu início à reação história e empatou o jogo. A partida precisou ser decidida nas penalidades, com o time coral batendo os pernambucanos por 4 a 3 e avançando para a terceira fase da Copa do Brasil. Nela, eliminou a equipe do Vila Nova-GO.
Porém, na quarta fase, o time foi eliminada pelo Atlético-MG em dois jogos no placar agregado de 6 a 2 para a equipe mineira, mesmo assim causou grande repercussão na mídia esportiva local esse feito inédito da equipe do tubarão no torneio.
Já na Série D, o Ferroviario teve um bom desempenho. Na primeira fase, em seis jogos foram duas vitórias e quatro empates. O Ferrão deixou para trás equipes como Cordino-MA, 4 de Julho-PI e Interporto-TO.
Na segunda fase, derrotou o time do Cordino-MA, com placar agregado de 4 a 3.
Na terceira fase, a vítima foi o Altos-PI. O Peixe se classificou pelo placar agregado de 5 a 3.
Já nas quartas de final, a equipe jogou contra o Campinense-PB. Os resultados foram uma vitória no castelão por 3 a 2 e uma derrota em Campina Grande por 1 a 0. Com isso, o jogo foi para a disputa de pênaltis, terminado em 5 a 4 para o Ferroviário. Placar que classificou o Tricolor coral para a semifinal e automaticamente garantiu o acesso à Série C do Brasileiro.
Na semifinal, o adversário do Ferrão foi o São José-RS. Neste jogo, o time cearense ganhou no Castelão por 3 a 1. Depois, perdeu em Porto Alegre por 2 a 1, mas o resultado garantiu o Tubarão da Barra na grande final da Série D, diante do Treze-PB.
Esperamos que nesta segunda-feira (30), às 19h15, na Arena Castelão, em Fortaleza, seja o início de uma conquista história para o Tubarão da Barra. Até porque um dos fatores que ajudou muito o clube é a presença de sua torcida, que contribui muito para empurrar a equipe. Uma possível conquista da Série D seria a cereja do bolo que falta para a terceira força do futebol cearense.
Essa conquista faria o Ferrão deixar de ser um time coadjuvante e cravar sua primeira estrela em seu escudo. Além de ser o primeiro time de Fortaleza a conquistar um campeonato nacional, dado que, como diz o lema de sua principal torcida: “nada diminui nossa paixão incendiária, Ferroviário, orgulho da classe operária”.