Tite com o Brasil nas oitavas: comemoração e boa fama em mata-mata

Tite se diz em paz após classificação e satisfeito com a atuação e união da equipe

A boa vitória de 2 a 0 da Seleção Brasileira sobre a Sérvia nesta quarta (27), que garantiu a primeira colocação no Grupo E, animou o técnico canarinho que se disse em paz e mostrou animação com a classificação que será comemorada bebendo caipirinha.

“Aparentemente, (estou) em paz. Vou tomar caipira hoje, eu vou, eu me permito (risos). A gente trabalha um pouquinho com o fiel da balança. Copa do Mundo são relações humanas, e eu tenho que sentir como se estabelecem o vestiário, os atletas, a alegria, o orgulho. Se está pilhado, joga para menos. Se está pouco, jogo para mais”, declarou o comandante canarinho.

Além da alegria pela classificação, Tite respondeu sobre Gabriel Jesus, que vem sendo questionado pelo jejum de gols. O camisa 9 é um dos principais nomes da seleção brasileira e ainda não marcou na Rússia.

“Artilheiro vive de fazer grande jogo. Por vezes a bola terminal surge para ele. Por vezes, uma bola parada que o Thiago (Silva) faz. Futebol é assim. Essas coisas que nos fazem refletir, pensar. Ele tem essa condição. Uma das coisas que mais doi é deixar jogador de qualidade fora, como o Firmino”, acrescentou, Tite.

Apesar do placar tranquilo, a partida teve bons momentos da Sérvia, que chegou a pressionar a seleção brasileira em alguns momentos. Foram 10 chute sérvios contra 14 brasileiros, mas das 10 finalizações da seleção europeia apenas 2 foram ao gol, enquanto a amarelinha acertou 6 ao gol e balançou a rede duas vezes.

“A respeito dos números, depende da ótica. Para mim, é um somatório de números, é uma análise quantativa para uma análise de qualidade. Tivemos seis finalizações certas no gol, isso para mim é consistente. O adversário teve duas”, comentou, Tite.

Classificado para às oitavas onde enfrenta a seleção mexicana, Tite encara mais uma vez uma fase mata-mata em sua carreira, e carrega para esse jogo sua fama de característica forte e bom desempenho em fases desse tipo.

“Durante a minha carreira, fui tachado de tudo. No Rio Grande do Sul, de faceirinho. Depois, em outro momento, de retranqueiro. Mas tenho ideia bem clara de equilíbrio. Não posso ser eu o protagonista, não posso ter essa vaidade. Temos que ter sabedoria para ajustar peças. O Coutinho estava jogando muito do lado, aí veio para dentro e deixou um lado esquerdo forte. Diziam que eu era bom de mata-mata, mas não pontos corridos. Mata-mata tem caráter emocional muito forte. Se puder resumir, a margem de erro diminui muito. O nível de concentração é altíssimo, não pode diminuir”, disse o treinador.

Outra grande característica de Tite é o trabalho psicológico e próximo que tenta manter com seus treinados, o que fortalece a equipe para essa fase emocionalmente forte no torneio. Perguntado sobre a união do elenco, Tite expressou seu cuidado em conhecer cada convocado durante toda a caminhada até o Mundial, o que demandou esforço e noites sem dormir.

“É um desafio muito grande. É o vigésimo quarto jogo. É muito pouco. Van Basten, quando nos reunimos, ele fez uma observação que é própria do atleta. Ele ia sugerir que cada convocação, ficassem quatro jogos com o técnico. Fui parabenizá-lo. Se fossem três, já ia ajudar um monte, porque tu tem tempo de conhecer o atleta, tempo de treinamento, de estabelecer links. Consegue estabelecer equipe e também as mudanças dela. Ideia de futebol equilibrado. É desafiador. Em muitos momentos não dormi”, declarou.

Milenna Paulino

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