“Team Irvin” fatura o Pro Bowl no Hawaii
Pro Bowl, jogo das estrelas da NFL, foi vencido pela equipe comandada pelo ex-WR dos Cowboys Michael Irvin por 49 a 27, em cima do time montado por Jerry Rice, ex-WR dos 49ers
Na noite de ontem, dia 31, foi realizado o Pro Bowl na cidade Honolulu, capital do Hawaii, e o time do
ex-WR dos Cowboys Michael Irvin venceu o time montado por Jerry Rice, ex-WR dos 49ers por 49 a 27.
O evento que conta com as maiores estrelas da liga acontece anualmente desde 1950 e é considerado como uma espécie de aquecimento para o Super Bowl, grande final da NFL e maior evento esportivo dos Estados Unidos.
Até 2013, o Pro Bowl era disputado entre a seleção dos melhores jogadores da AFC e da NFC, eleitos a partir de uma votação entre os próprios jogadores, técnicos e fãs. A partir de 2014, em uma tentativa de atrair mais público para o evento, a NFL resolveu escolher dois atletas do Hall Of Fame para escolher as duas equipes, não importando qual conferência cada jogador pertence. Jerry Rice e Michael Irvin, ex-WRs de São Francisco e Dallas e discutivelmente os dois melhores da posição de todos os tempos, receberam essa tarefa para o evento desse ano.
No papel, o Pro Bowl parece ser algo interessante, mas, infelizmente, é o oposto. Pelo fato de ter nenhum valor competitivo ou mesmo de presença obrigatória, inúmeros atletas declinam o convite para o evento. Isso, aliado com o medo de lesões fazem esses jogos parecerem uma piada. A liga criou algumas regras apenas para o jogo como, por exemplo, o ataque ser obrigado a avançar pelo menos uma jarda dentro do two minute warning senão o relógio pararia e a permissão do uso qualquer esquema defensivo, todas com o intuito de deixar a partida interessante, porém sem sucesso algum.
Não gostaria que tirassem o Pro Bowl do calendário devido ao seu caráter histórico. Penso que é impossível querer mudar algo em relação ao jogo em si; a liga deve investir para, de alguma forma, que dê-se um valor maior para o evento. Vejo com bons olhos a proposta de outros países como Brasil, Alemanha e Inglaterra, lugares onde o futebol americano está crescendo muito, de serem sede do Pro Bowl porque você consegue divulgar a marca da NFL internacionalmente, além de criar uma nova atmosfera para a partida em si.
Outra ideia é de transformar o Pro Bowl em algo parecido com o All Star Weekend da NBA. De sexta à domingo, dia do grande jogo, haveria uma série de festividades, envolvendo jogadores, ex-jogadores e personalidades da mídia. Competições de drills entre os atletas, dos moldes que são o campeonato de três pontos e o campeonato de enterradas só acrescentariam ao evento poderiam ser adicionadas pois são interessantes e sempre divertidas.
A partida em si não foi boa. O começo teve alguns momentos competitivos, mas com o passar do tempo a partida tomou ares de patética. Havia horas que os jogadores mal faziam um tackle, bastava apenas encostar na pessoa com a bola. Fico pensando nos torcedores que pagaram o ingresso para ver aquilo.
Enfim, o jogo começou com Eli Manning (Team Rice) achando TE Travis Kelce em um passe de quatro jardas para abrir o placar. O Team Irvin respondeu em seguida com Russell Wilson acertando um passe de 14 jardas para Julio Jones, WR do Atlanta Falcons; a equipe tentou os dois pontos, sem êxito. Na campanha seguinte Eli forçou um passe que foi interceptado pelo MLB dos Cowboys Sean Lee. Após esse turnover, Wilson achou RB DeVonta Freeman para um touchdown de seis jardas e depois de uma conversão de dois pontos, o placar ficou 14 a 7.
Ainda no final do primeiro quarto, Russell Wilson encontrou RB dos Rams e forte candidato para calouro do ano, Todd Gurley, marcando seu terceiro TD na partida e ampliando o placar para 21 a 7. Nas próximas duas campanhas do “Team Rice”, QB Derek Carr lançou uma interceptação (CB Dominique Rodgers-Cromartie fez a jogada) e um touchdown para Kelce, seu segundo no confronto.
Nas próximas duas campanhas, Teddy Bridgewater (Team Irvin) e Derek Carr lançaram cada uma interceptação cada um. Quando o QB dos Vikings recebeu a bola de volta, ele achou o RB dos Eagles, Darren Sproles, em um passe de duas jardas para abrir uma vantagem de 14 pontos para o segundo tempo.
O terceiro quarto começou com uma corrida de três jardas do RB dos Bucs, Doug Martin (Team Rice), em um dos poucos momentos de esforço na partida. Bridgewater respondeu com um belo passe de 50 jardas para Allen Robinson, WR sensação dos Jaguars.
Tyrod Taylor (Team Rice) lançou duas interceptações em seguida, uma para o S Harrison Smith e outra para o CB Dominique Rodgers-Cromartie. Jameis Winston (Team Irvin) acertou um passe longo para o TE dos Titans, Delanie Walker, para deixar o placar 42 a 21. O QB dos Bucs ainda lançou um TD para DeAndre Hopkins.
Taylor ainda achou WR Jarvis Landry, dos Dolphins, em um passe de 31 jardas para tirar a diferença. Nesse ponto da partida, nenhum atleta queria jogar mais. Um dos cúmulos foi o veterano kicker dos Giants, Josh Brown, tentar um fake field goal pass após esse TD de Landry. Se isso não bastasse, DE dos Seahawks, Michael Bennett, se alinhou como QB do “Team Irvin” e correu para um TD sem ao menos ser encostado. Uma total falta de respeito que foi anulada pela arbitragem.
No lance seguinte, Winston fez o snap para Travis Frederick, center dos Cowboys, para ele ajoelhar na bola. Detalhe: esse lance não poderia ser validado justamente devido àquelas regras que a liga criou para deixar o jogo mais atrativo. “Team Irvin” ganhou por 49 a 27.
Russell Wilson com seus três TDs e 164 jardas foi eleito o MVP ofensivo do jogo. Já seu companheiro de equipe, Michael Bennett, com um sack, um passe defletido, mas com uma bela performance tirando fotos com fãs e cheerleaders, ganhou o MVP defensivo.
O jogo foi bom? Não. Para falar a verdade, valeu a pena só por ser a despedida do CB/S e fututo H.O.F., Charles Woodson. As coisas serão melhores semana que vem com o Super Bowl. Eu prometo.
Por Pedro Pacola