A primeira conquista de Champions League de Cristiano Ronaldo, a final de 2007/2008
Manchester United campeão, Cristiano Ronaldo com seu primeiro título
A edição de número 53 da final da Liga dos Campeões ocorreu no dia 23 de maio de 2008, sendo um duelo entre dois times ingleses, Manchester United e Chelsea, o torneio também foi o primeiro título de Champions de Cristiano Ronaldo. O jogo se realizou em Moscou no Estádio Lujniki, que posteriormente viria ser um dos locais com partidas a serem realizada pela Copa do Mundo de 2018.
Nessa partida dois jogadores eram os destaques de suas respectivas equipes, de um lado Cristiano Ronaldo que vinha se tornando um protagonista do futebol europeu e mundial e do outro tinhamos uma lenda eternizada do Chelsea, Frank Lampard que por ironia do destino após alguns anos aposentado, se tornou técnico da equipe londrina.
Os caminhos do Manchester United e Chelsea até a final
A fase de grupos de Manchester United e Chelsea não foi das mais fáceis. O Manchester United em seu grupo fez 16 pontos, ficando apenas a cinco do segundo colocado, a Roma que avançou as oitavas de final com 11 pontos. Já o Chelsea em seu grupo, a classificação foi mais apertada, chegando a 12 pontos, quatro a frente do Schalke 04 que pegou a segunda vaga com 8 pontos.
No sorteio das oitavas de final, o Manchester United pegou o Lyon e o Chelsea teve como adversário o Olympiacos. Nos dois confrontos, o Manchester teve um pouco mais de dificuldade, já que teve que decidir a classificação as quartas de final no segundo jogo, vencendo por 1×0 o Lyon dentro do Old Trafford, com gol salvador de Cristiano Ronaldo. Na primeira partida na França o jogo permaneceu empatado em 1×1, e com isso no agregado de 2×1 o Manchester levou a vaga para a próxima fase.
Nos duelos contra o Olympiacos, o Chelsea teve um pouco mais de facilidade para avançar a fase seguinte. Apesar de empatar em 0x0 fora de casa, no Stamford Bridge o Chelsea não tomou conhecimento e fez 3×0, com gols de Michael Ballack, Lampard e Kalou. Com a vitória, o Chelsea avançará para as quartas de final e assim continuava sonhando com a conquista da Liga dos Campeões.
Nas quartas de final, o Manchester reencontrou um velho conhecido, a Roma. Nos dois jogos se saiu vencedor, tendo um placar agregado de 3×0, tendo gols de Wayne Rooney e Cristiano Ronaldo na partida realizada em Roma e um gol do Tevez em Old Trafford. O Chelsea teve que encarar o Fernebahçe do então camisa 10, Alex. E olha o adversário turco não foi fácil de ser batido, no agregado o Chelsea venceu por 3×2, sendo que o gol marcado contra por outro brasileiro do Fernebahçe, o atacante Deivid foi crucial para que os Blues avançassem a semifinal.
Nas semifinais, o Manchester United pegou Barcelona de Pep Guardiola. O primeiro jogo foi um morno 0x0 no Camp Nou, mas o segundo os Red Devils venceram os catalães por 1×0 com gol do lendário meio campista do United, Paul Scholes. Na outra perna da semifinal, o Chelsea teve que encarar um rival inglês, o Liverpool. O primeiro jogo aconteceu no Anfield Road, com um placar magro de 1×1. No segundo jogo no Stamford Bridge, o jogo pegou fogo e só foi decidido na prorrogação, tendo o Chelsea saindo como vencedor por 3×2 com dois gols de Didier Drogba e um de Lampard.
A final, rivais ingleses debutam em gramado russo
Após um caminho árduo para chegar até Moscou, Chelsea e Manchester United tiveram que se duelar para ver quem ficava com Orelhuda. Os dois times vinham embalados para decisão, pois tiveram atuações brilhantes na semifinais e com isso o jogo poderia se tornar um espetáculo para todos os torcedores e para quem via o jogo pela televisão. Porém não foi bem assim.
Mas antes de nos atermos ao jogo em si, vamos a escalação dos times para esse jogo.
Chelsea
Petr Cech; Ricardo Carvalho e John Terry: Ashley Cole e Michael Essein; Claude Makelele, Frank Lampard, Florent Malouda e Joe Cole; Michael Ballack e Didier Drogba. Treinador: Sir Alex Ferguson
Manchester United
Edwin Van Der Sar; Rio Ferdinand e Nemanja Vidic; Wes Brown e Patrice Evra; Owen Hargreves, Michael Carrick e Paul Scholes; Carlitos Tevez, Wayne Rooney e Cristiano Ronaldo. Treinador: Avram Grant
Trio de Arbitragem
Arbitro Central: Lubos Michel; Bandeiras: Roman Slyško e Martin Balko; trio de árbitros da Eslováquia.
As expectativas em torno desse duelo entre Blues e Red Devils eram enormes, pois as duas equipes fizeram uma campanha quase que irretocável, fazendo os chegar a final da Liga dos Campeões. O Manchester chegava pela segunda vez a final, a primeira e última havia sido na temporada 1998/1999, quando na oportunidade venceu o Bayern de Munique com direito a relâmpago virada por 2×1. Já o Chelsea chegará pela primeira vez a uma final de Liga dos Campeões, e o investimento de Roman Abramovic enfim começava a dar os frutos.
O jogo foi muito intenso e muito físico, tendo muitos cartões amarelos, tendo quatro só primeiro tempo regulamentar. O Manchester United foi o primeiro a abrir o placar, com Cristiano Ronaldo aos 26 minutos do primeiro tempo. Contudo, o empate do Chelsea venho ainda no primeiro tempo, com Frank Lampard após o árbitro marcar o pênalti. Aos 45 minutos, Lampard empata em 1×1 e assim a primeira etapa da decisão.
O segundo tempo não foi muito diferente, poucas chances de gol e muitas faltas. O placar de empate insistiu até o último minuto do segundo tempo e com isso os técnicos resolveram mexer em seus times a fim de melhorar a atuação de seus respectivos times na prorrogação. No Manchester entraram o meia brasileiro Anderson, no lugar Wes Brown, Ryan Giggs no lugar de Paul Scholes e Nani no lugar de Wayne Rooney. Do lado do Chelsea, entraram o lateral direito e brasileiro Belletti no lugar de Makelele e Kalou e Nicolas Anelka nos lugares de Joe Cole e Malouda respectivamente.
A prorrogação foi o espelho do tempo regulamentar, sem muitas chances de gol, muitas faltas e cartões e um vermelho dado a Didier Drogba ao fim da prorrogação. Ou seja a eficácia das alterações dos treinadores, não teve o efeito desejável, ao de dar mais chances às equipes a conquista do título nos 30 minutos de tempo extra. E os pênaltis inevitavelmente vieram.
O primeiro pênalti batido foi por Carlitos Tevez para o Manchester e abriu o placar por 1×0, deslocando Cech e colocando a bola no canto oposto. O primeiro pênalti batido a favor do Chelsea foi feito por Ballack que canto direito alto de Van Der Sar que tentou defender sem sucesso. Carrick foi o incumbido de bater o segundo pênalti para o Manchester e não perdoou e colocou a bola na rede colocando o United em vantagem por 2×1. Belletti foi para marca do pênalti e também garantiu a bola no fundo do gol e assim a série de pênaltis estava empatada em 2×2.
Chegará a vez de Cristiano Ronaldo. Ainda jovem e debutando pela primeira vez em uma final de Champions, a pressão fez Ronaldo errar o pênalti e Cech defendeu a cobrança. Coube a Lampard bater o penalti que daria a vantagem aos Blues e ele não titubeou e colocou a bola no canto direito de VanDer Sar que quase pegou o pênalti, tocando com os dedos na bola. O placar das cobranças estava em 3×2 para o Chelsea.
Era quarta cobrança para o Red Devils e coube a Hargreves empatar a série de novo, e venho com um chute colocado canto alto esquerdo de Cech e assim garantiu o 3×3. O lateral esquerdo Ashley Cole era o responsável pela quarta cobrança, e ao mesmo estilo de Lampard fez o quarto gol do Chelsea na série, dando vantagem de 4×3 aos Blues.
Aí os nervos começaram a ficar a flor da pele na decisão. O próximos a cobrar os pênaltis eram Nani pelo Manchester e John Terry pelo Chelsea. O português garantiu ao United ao menos mais uma cobrança de penalti para tentar a conquista do título, assim temos um 4×4 no placar. Terry teria tudo para entrar para história do Chelsea naquele momento, porém a cobrança do zagueiro dos Blues foi desastrosa, com Terry escorregando ao chutar a bola que bateu na trave antes de ir a linha de fundo.
Na sexta cobrança, o brasileiro Anderson foi para marca do penalti e meteu uma bicuda no meio do gol e colocou os Red Devils em vantagem em 5×4. O Chelsea na próxima cobrança não poderia errar, e não errou. Kalou foi para sexta cobrança, deslocou Van Der Sar e no canto alto esquerdo colocou a bola no fundo do gol e o placar novamente estava empatado.
A sétima cobrança venho sob a responsabilidade de um ídolo histórico do United, Ryan Giggs. O escocês nem quis saber onde Cech estava, deslocou o goleiro do Chelsea e no cantinho esquerdo só rolou a bola para balançar as redes e deixar em 6×5 a vantagem para o United. Para o Chelsea era tudo ou nada na próxima cobrança, se acertasse continuava a série, se perdesse não teria a glória pela conquista do título.
E em meio a tantas emoções, o atacante francês Anelka foi para a marca da cal e ao bater o pênalti não conseguiu enganar Van Der Sar e o goleiro holandês do United defendeu a cobrança e assim os Red Devils se consagrariam campeões pela segunda vez na sua história. Coube ao capitão Rio Ferdinand erguer a orelhuda e mostrar a todos e principalmente a torcida Red Devil a conquista da Europa pelo Manchester United.
Ronaldo