Copa do Mundo 2018: Uruguai
Seleção do Uruguai busca o seu terceiro título Mundial
A seleção uruguaia disputará sua terceira Copa do Mundo consecutiva, algo que não acontecia desde 1974. Será a 12ª participação celeste na máxima competição do futebol mundial, com dois títulos (1930 e 1950) e duas quartas colocações (1970 e 2010) como melhores resultados. Diferentemente das últimas cinco edições, conseguiu a vaga direta na Copa do Mundo após fazer uma boa campanha nas eliminatórias e acabar na vice-liderança, apenas atrás do Brasil. Foram nove vitórias, quatro empates e cinco derrotas na caminhada celeste rumo à Rússia 2018.
Suárez e Cavani: Uma dupla de respeito no ataque Charrua
Apesar da forte tradição de marcação, o destaque uruguaio para a Copa do Mundo estará no ataque. Luis Suárez e Edinson Cavani formam uma das melhores duplas do mundo, e certamente são as cartas de gol do Uruguai na Rússia. Eles fizeram parte das seleções de base uruguaias, tendo aparecido para o futebol mundial em 2007, quando os celestes chegaram até as quartas de final do Mundial Sub 20 do Canadá. Nascidos em Salto, 400 km ao norte da capital Montevideo, Suárez e Cavani chegaram à capital e brilharam no Nacional e Danubio respectivamente. Cavani foi campeão uruguaio com o Danubio em 2007, antes de se transferir para o Palermo da Itália. Já Suárez deixou o Uruguai no mesmo ano sem brilhar, e se transferiu para o modesto Groningen da Holanda.
Na Europa, o atual atacante do Barcelona teve uma ascensão meteórica, passando pelo Groningen, Ajax e virar ídolo no Liverpool inglês, antes de se transferir para o Barcelona. Cavani, por sua vez, passou do Palermo ao Napoli, onde se tornou ídolo. Quatro anos depois, foi contratado pelo PSG, clube do qual se tornou um dos artilheiros históricos.
Na seleção, ambos fizeram parte da campanha do quarto lugar em 2010, além de terem conquistado a Copa América 2011 e participado da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
Diego Godín: Muito mais que um capitão
O capitão da equipe uruguaia é o zagueiro Diego Godín, que atualmente defende o Atlético de Madrid da Espanha. Ele fez parte da seleção que conquistou o quarto lugar na África do Sul, e herdou a liderança do seu companheiro de zaga Diego Lugano. “O Faraó”, como é conhecido no Uruguai, é um líder dentro de campo e se destaca pelo bom posicionamento e por ser muito forte na bola aérea defensiva e ofensiva. Foi dele o gol que classificou o Uruguai para as oitavas de final da Copa do Mundo 2014 na vitória celeste por 1 a 0 em cima da Itália.
Óscar Tabáres: O resgate da autoestima do futebol uruguaio
Na sua segunda passagem pela seleção uruguaia, Tabárez recolocou o país sul-americano no mapa do futebol mundial. Após décadas de ostracismo, Uruguai voltou a participar de três copas do mundo em sequência, e mostrou ao mundo que não se trata apenas de passado glorioso, mas também de um presente forte e de um futuro promissor.
À classificação para a terceira Copa do Mundo deve ser somada à conquista da Copa América 2011 e fundamentalmente a participação em todos os mundiais sub 20 de 2003 em diante, incluindo um vice campeonatos mundial (2013) e uma quarta colocação (2017). Tabárez criou o “processo de seleções”, desenvolvendo nos atletas um sentimento de pertencimento à seleção que nunca tinha sido visto no Uruguai. Com ele, jogadores que se destacam nas seleções de base são promovidos à seleção principal e colocados para atuar mesmo em situações extremas, como foi o caso do zagueiro Giménez nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014 (Uruguai enfrentava a Colômbia que tinha Falcao Garcia no seu auge e precisava da vitória) e Federico Valverde contra o Paraguai nas eliminatórias para a Rússia 2018.
Juventude e experiência marcam a seleção uruguaia
Uruguai será uma das poucas seleções a não divulgar a lista dos 35 reservados para a Copa do Mundo. Na cabeça do treinador, não é interessante criar falsas expectativas em atletas que só participarão em casos extremos. Contudo, alguns nomes são certos na relação de atletas que disputarão o torneio. Uns chegam já com longa trajetória na seleção. Outros disputarão a sua segunda Copa do Mundo. Mas haverá um bom número de atletas que disputará sua primeira competição mundial.
Os goleiros Fernando Muslera e Martín Silva estão na seleção desde 2010. Silva, porém, nunca entrou em campo. Muslera tem no currículo 11 partidas entre as copas de 2010 e 2014, com 15 gols sofridos.
Na defesa, Maxi Pereira, Godín e Cáceres também jogaram as copas de 2010 e 2014. Já Giménez esteve apenas no Brasil, assim como Sebastián Coates. Todos eles tem vaga garantida na Rússia.
No meio-campo, Cristian Rodríguez é o único veterano com vaga garantida na Copa do Mundo 2018. Ele ficou de fora da Copa de 2010 por conta de uma suspensão (foi expulso no último jogo das eliminatórias) mas fez parte de toda a fase prévia, assim como em 2014, quando disputou a Copa no Brasil. Nicolás Lodeiro e Gastón Ramírez estiveram em 2014 e devem fazer parte da lista de 35 reservados, mas dificilmente estarão na Rússia.
No ataque, Suárez e Cavani estão na seleção principal desde 2010. O primeiro, inclusive, foi titular desde a estreia celeste na África do Sul. Já Cavani entrou na segunda partida e não saiu mais da equipe. Christian Stuani, artilheiro do Girona da Espanha, esteve no Brasil e deve aparecer na lista para a Rússia.
Dentre as novidades, duas devem aparecer na defesa: Guillermo Varela, lateral do Peñarol, apareceu nas convocatórias desde as rodadas finais das eliminatórias e deve ir à Copa, assim como Gastón Silva, lateral-esquerdo do Independiente da Argentina.
No meio-campo, as maiores novidades uruguaias: Matías Vecino, Rodrigo Bentancur e Nahitán Nández não apenas serão convocados como devem ser titulares da estreia uruguaia na Copa do Mundo. Federico Valverde, Giorgian De Arrascaeta e Diego Laxalt também devem aparecer na lista definitiva. Os seis defenderam o Uruguai nas categorias de base e apareceram esporadicamente nas eliminatórias, mas se firmaram nas rodadas decisivas e ganharam a vaga. Apenas Valverde não é titular no seu clube, outro ponto que deve ser levado em consideração por Tabárez.
A última vaga deverá ficar por conta do atacante Maximiliano Gomez, do Celta de Vigo da Espanha. O jogador, que no Uruguai defendia o Defensor Sporting, chegou no futebol espanhol no meio de 2017 e se tornou artilheiro da sua equipe. Recusou uma transferência milionária ao futebol chinês para ter chances de disputar a Copa do Mundo. Deverá aparecer na lista definitiva.
Nizhni Nóvgorod será o quartel geral Celeste
Após criteriosas observações, a comissão técnica uruguaia escolheu a cidade de Nizhni Nóvgorod para ser a sede da seleção até as quartas de final. Trata-se de uma cidade localizada a 400 km da capital Moscou. Nela, o centro de treinamento será o Sports Centre Borsky, com dois campos com medidas oficiais e mais de 70 quartos nos quais o Uruguai ficará concentrado a partir de 9 de junho.
O caminho celeste na primeira fase começa em Ecaterimburgo, onde enfrentará o Egito no dia 15 de junho. Cinco dias depois, o Uruguai jogará contra a Arábia Saudita, em Rostov do Don. Fechando a participação na fase de grupos, os sul-americanos viajarão até Samara, para enfrentar a seleção da casa. Ao todo, serão 3230,9 km na fase inicial.
Treinador: Óscar Tabárez
Sistema preferido: 4-4-2
Destaques: Luis Suárez (Barcelona) e Edinson Cavani (PSG)
Equipe titular: Fernando Muslera; Maxi Pereira, José Giménez, Diego Godín, Martín Cáceres; Nahitán Nández, Rodrigo Bentancur, Matías Vecino, Cristian Rodríguez; Edinson Cavani, Luis Suárez.