A campanha histórica do Huracán na Libertadores de 1974
1974, o ano que poderia ter sido a maior glória da história quemera
O Huracán estava pela primeira vez na Libertadores, como campeão metropolitano de 1973, título tão prestigiado no futebol argentino que já foi tratado em diversos documentários como maior equipe da história do futebol argentino.
Nesse ano de 2018 completou-se 45 anos da épica conquista, que deu ao time quemero o pentacampeonato argentino. Graças a essa conquista o técnico quemero, César Menotti, assumiu a seleção argentina (o último título do clube havia sido 45 anos antes, ainda no amadorismo), o técnico quemero ainda deu a primeira copa do mundo ao povo argentino.
Os ídolos daquele Huracán, logo mais se juntaram à seleção que estaria na Copa: René Houseman, Omar Larrosa, Osvaldo Ardiles, Héctor Baley, único deles ausente na final. E o capitão só não foi Jorge Carrascosa porque este desistiu de jogar a Copa – foi só assim que Daniel Passarella assumiu a braçadeira.
Huracán, que mesmo sem Menotti foi vice argentino em 1975 e 1976, só teve menos representantes que o River entre os convocados. O futebol do plantel de 1973 foi eleito em enquete do Olé como o mais bonito do século XX no país, futebol esse que encantava não só torcedores do time de Parque Patrícios mas sim de todo futebol argentino. Isso mesmo, torcedores de outros clubes assistiam aos jogos do time quemero.
A Libertadores era duríssima nessa época .Tanto que na fase de grupos sempre colocavam dois times do mesmo país . A chave do Huracán continha nada menos que o Rosario Central, de Mario Kempes. Além de dois times chilenos finalistas do torneio no ano anterior (Colo-Colo) e no ano seguinte (Unión Española). O Huracán tinha no seu elenco o meia-esquerda Eduardo Maglioni, já com experiência no torneio: havia vencido-o pelo Independiente em 1972, marcando os gols do título em 1973. Maglioni também é reconhecido por um recorde do Guinness, ao marcar três gols em 180 segundos, em partida contra o Gimnasia LP, isso ficou na história da Libertadores e do futebol mundial.
A Campanha do Huracán
A estreia do time de Parque Patrícios em Libertadores fez recentemente 44 anos. Logo no primeiro jogo teve jogo local contra outro argentino do grupo. O time quemero perdeu fora de casa para o Central. Mas a partir dessa derrota a máquina quemera emendou cinco vitórias consecutivas no torneio . As duas primeiras, também como visitante, tranquilizaram o ambiente. Roque Avallay, Carlos Babington (ambos convocados à Copa de 1974; Avallay terminou cortado por lesão e foi substituído justo por Babington) e Enrique Quiroga selaram o 3-1 no Estádio Nacional do Chile sobre a Unión Española em 5 de março.
Dois dias depois, novo confronto contra os chilenos em Santiago. Mais uma vitória pra conta dos portenhos , mesmo com a expulsão de Daniel Buglione. Babington e Houseman (também presente na Copa de 1974, sendo o artilheiro da seleção argentina no torneio, com três gols; chegaria a ser o recordista de jogos pela seleção) fizeram os gols da vitória por 2-1 sobre o Colo-Colo. Os dois clubes voltaram uma semana mais tarde a se enfrentar, com bairro de Parque de Patricios finalmente recebendo jogos da maior competição das Américas a copa Libertadores.
O Huracán confirmou a sua classificação: com o resultado de 2-0, com dois gols de Babington, apesar da expulsão de Miguel Ángel Brindisi (na época o recordista de jogos pela Argentina antes de ser ultrapassado por Houseman; Brindisi seria outro na Copa de 1974, marcando gol no Brasil). Em 26 de março, uma vitória apertada por 1-0 sobre o Central, gol de Avallay, igualando ambos na liderança.
Os argentinos teriam mais um jogo para si, ambos contra a Unión Española. O time do Rosário central fez 4-0, com dois gols de Kempes. E os quemeros não deixaram por menos, literalmente: 5 X 1, com três de Brindisi e dois de Rubén Scalise. Os dois representantes argentinos terminaram assim empatados, até no saldo.
Embora o Huracán tenha somado mais gols, isto não era critério de desempate. Seria necessário um jogo-extra em campo neutro. E o Globo voou no estádio do Vélez: Francisco Russo (duas vezes), Larrosa e Brindisi anotaram os 4-0 sobre Kempes e colegas.
Um fato curioso era o regulamento na época. A fase seguinte fase seria já a semifinal, na época travada em triangulares. O Huracán teria contra si o poderoso time uruguaio o Peñarol e o forte Independiente. Mas os confrontos só se dariam no início de setembro e aquele ritmo frenético acabou não mantido.
No triangular, começou arrancando dois empates. Em casa, ficou no 1-1 com o Independiente, gol de Brindisi para os novatos e de Ricardo Bochini para o Rojo (Bochini, maior ídolo do oponente, torcia justo para o San Lorenzo, arquirrival do Huracán ).
Contra o Peñarol, também o time conseguiu um 1-1, mas no Centenário. Larrosa fez o gol argentino. Além de Maglioni, outro campeão de Libertadores que jogava naquele Huracán era o xerife Alfio Basile (do Racing de 1967), mas faltou experiência aos outros. Em Avellaneda, o sonho de uma final reduziu-se com um 3-0 para o Independiente. E terminou de vez no reencontro com os uruguaios assim acabou o sonho do time quemero que fez uma campanha histórica mais terminou nas semifinais. O campeão daquele ano foi o Club Atlético Independiente.