A filosofia de Pep Guardiola no Manchester City
7 temporadas disputadas. 21 titúlos. É com esse currículo que Pep Guardiola chegou ao Manchester City em 2016.
A vida de Pep Guardiola no comando do Manchester City não vem sendo fácil. Em 52 jogos disputados no total, foram 29 vitórias, 13 empates e 10 derrotas. Um aproveitamento de cerca de 55%. Em sua primeira temporada no time inglês, o catalão não conseguiu somar nenhum título para sua prateleira: chegou as oitavas de finais da Champions League, as semi na FA Cup e está nesse momento na disputada quarta colocação da Premier League.
Contratado para 3 temporadas, o técnico ainda não teve muito espaço para aplicar seu estilo de jogo característico. Segundo o jornalista e escritor espanhol Marti Perarnau, “Pep não se surpreendeu nesta temporada sem títulos. Ele estava ciente que estava indo para uma equipe com um elenco inferior ao Barcelona e Bayern Munique, e embora a fortalecendo, seria muito difícil alcançar o nível dos maiores da Europa. Eu estava muito perto dele, e me chamou a atenção o ocorrido. Até meados de 2018, o projeto não estará maduro”.
Logo que foi anunciado, a figura de Pep valorizou o clube. O peso de ter o que muitos consideram o melhor técnico do mundo, despertou nos jogadores clubes afora, a vontade de trabalhar com Guardiola, principalmente porque agora eles teriam espaço, coisa que não era possível nas equipes do Barcelona e Bayern por conta de terem um elenco praticamente fixo. A moral do catalão garantiu novos jogadores no grupo: os meias Gündoğan e Sané, o goleiro Bravo, o ponta Nolito, o zagueiro Stones e o atacante brasileiro, Gabriel Jesus. No City, Pep teria oportunidade para criar. Experimentar. E foi justamente isso o que ele fez. Com Guardiola, a equipe passou a ter muito mais jovens atuando no elenco principal. Em referência ao trio de ataque Sané, Sterling e Gabriel Jesus, Pep declarou: “Eles são jovens, o futuro do City.”.
Sente-se um novo ar rondando o Manchester City essa temporada, em uma nova atitude imposta justamente pelo treinador. Um City que trabalha a bola com calma, utilizando o máximo da capacidade de seus jogadores durante a partida e abusando dos pontas Sané e Sterling, que por serem rápidos e habilidosos nos dribles, penetram a defesa adversária causando grande estrago. De Bruyne, David Silva, Fernandinho e Yaya Touré compõem o meio-campo. Enquanto os dois primeiros administram o ataque, os dois últimos tem maior poder de marcação. Como nem tudo são flores, a parte defensiva da equipe está colecionando erros. Kompany sofreu diversas lesões e desfalcou a equipe. Kolarov, Otamendi e Stones tiveram altos e baixos durante toda a temporada e os laterais Clichy, Sagna e Zabaleta parecem não compartilhar o mesmo ritmo do resto da equipe. Uma coisa é certa, Pep não tem do que se preocupar do meio pra frente, principalmente no ataque. Aguero e Gabriel Jesus estão dando conta do recado.
A primeira temporada de Pep Guardiola no Manchester City serviu como aprendizado. O treinador teve que se adaptar ao futebol inglês e a Premier League, o campeonato mais disputado do mundo, além de uma equipe não tão competitiva como estava acostumado no Barcelona e no Bayern. Vitórias importantes vieram, derrotas humilhantes idem, e com essa inconsistência também se foi a temporada. Há uma expectativa com a janela de verão e o que Guardiola fará, taticamente, para aperfeiçoar o elenco. É nítida a mudança que Pep fez na mentalidade do time, e aos poucos, Guardiola está aplicando cada vez mais sua filosofia. Filosofia essa que lhe deu o título de vencedor e fez sua fama. A próxima temporada dos Citizens promete.