Conheça a trajetória de Kaká, um dos grandes meias brasileiros
Nesta quarta-feira, 22 de abril, o último brasileiro a ganhar o prêmio de Melhor Jogador do Mundo, completa 38 anos de idade
No dia 22 de abril de 1982, nascia em Gama no Distrito Federal, Ricardo Izecson dos Santos Leite, ou como viria a ficar conhecido, Kaká, um dos maiores nomes do futebol dos últimos anos.
Craque dos anos 2000, último brasileiro a ganhar o prêmio FIFA de melhor jogador do mundo e o Ballon d´Or, Kaká fez uma bela caminhada nos clubes por onde passou, o meio campista atuou pelo São Paulo, clube pelo qual foi revelado, o italiano Milan onde conquistou grandes títulos, o espanhol Real Madrid, onde não apresentou seu melhor futebol, e atualmente defende o Orlando City, clube dos Estados Unidos, além dos clubes em que jogou, Kaká também defendeu frequentemente a Seleção Brasileira de Futebol.
Promessa que brilhou no São Paulo
Kaká iniciou sua vida futebolística, nos juniores do tricolor paulista, já nas categorias de base da equipe, Kaká passou por um grave acidente que colocou sua vida em risco, o meio campista sofreu uma lesão na espinha dorsal, que poderia lhe deixar paraplégico, com o acompanhamento médico, o jovem atleta se recuperou e voltou aos gramados.
No dia 1º de fevereiro de 2001, Kaká estreou pelo profissional do gigante paulista, seu primeiro gol como profissional só foi marcado em sua segunda partida, em um jogo onde o tricolor empatava em 1 a 1, com o rival alvinegro, Santos, o jovem são paulino marcou e colocou o clube em vantagem, o gol de Kaká foi importantíssimo para a vitória do clube perante o rival, por 4 a 2.
Logo em suas primeiras partidas pelo São Paulo, Kaká já pode demostrar seu talento e diferencial, o jovem meia logo em sua primeira decisão como profissional, marcou dois gols, na final do Torneio Rio- São Paulo de 2001, perante o Botafogo do Rio de Janeiro.
Após se torna um dos grandes protagonistas da equipe, sendo comparado até mesmo com Raí, grande ídolo do clube tricolor, Kaká também passou por turbulências, principalmente com a torcida que o culpava pelas frustrantes eliminações e maus resultados da equipe.
Sendo destaque no São Paulo e com convocações para a seleção brasileira, recebendo elogios de grandes nomes do futebol como Carlos Alberto Parreira, Kaká recebeu uma proposta de um grande clube estrangeiro e se transferiu no ano de 2003 para a Europa.
Carreira na Itália – Milan
Tido como grande promessa do futebol nacional na época, o preço pelo qual foi negociado foi baixo para os tricolores e para a imprensa. Kaká chegou ao Milan por uma proposta de 8,5 milhões de euros, a escolha pelo clube italiano se deu muito pelo rubro-negro contar com vários brasileiros e por ser o detentor do título da Liga dos Campeões, além dos italianos o meia recebeu uma proposta de 12 milhões de euros do inglês, Chelsea.
O Milan era o atual campeão europeu e contava com grandes astros na equipe, o jovem meia brasileiro, que fora contratado para ficar na reserva do clube italiano, já que haviam grandes jogadores em sua posição, como o português Rui Costa e o brasileiro Rivaldo, surpreendendo a todos, conquistou a titularidade fazendo parceria com Andriy Shevchenko.
Com suas belas atuações pelo rubro-negro italiano, Kaká foi tornando-se ídolo da torcida Rossoneri, logo em sua primeira temporada a camisa do brasileiro estava entre as mais vendidas do clube, o meia foi peça principal para os títulos da série A conquistados pelos milanistas.
Por ter saído muito jovem do Brasil, foi na Itália que o jovem promissor adquiriu novas técnicas e desenvolveu o que viria a ser sua principal característica no mundo do futebol, a velocidade, Kaká era o jogador que fazia grandes arrancadas em seus lances durante as partidas.
Apesar das conquistas nacionais, o Milan, defendendo o título europeu, foi eliminado na edição seguinte do torneio em uma virada histórica do espanhol Lã Coruna, na temporada 2004-05, o clube italiano priorizou a conquista da UCL (UEFA Champions League), poupando os titulares na série A, com isso os rossoneri chegaram à final da competição perante o Liverpool, os italianos abriram 3 a 0 durante o primeiro tempo, e novamente sofreram uma reviravolta na partida, com o empate dos ingleses, o chamado “Milagre de Istambul”, a partida foi para os pênaltis e abalados, os atletas rubro-negros não foram felizes nas cobranças e somente Kaká e Dahn Tomasson converteram os pênaltis, o Milan fracassava novamente no Champions.
Na temporada seguinte, o Milan volta a priorizar a conquista da Europa, deixando a disputa da série A de lado e novamente tropeça, dessa vez nas semi para o encantador Barcelona de Ronaldinho Gaúcho.
O auge da carreira
A temporada 2006-07, foi a temporada brilhante de Kaká, desde a sua chegada na Europa, com a saída de Shevchenko, Kaká se tornou a estrela principal dos milanistas e consequentemente conquistou a tão almejada “orelhuda”, priorizada pelo clube nos últimos anos.
Com a conquista da Liga dos Campeões, Kaká como grande articulador do clube na temporada, conquistou os principais prêmios individuais daquele ano, o meia brasileiro ainda foi o artilheiro da competição com dez gols marcados.
A individualidade decisiva de Kaká na conquista da UCL 2006-07, foi essencial para o brasileiro desbancar o português Cristiano Ronaldo na disputa de melhor jogador do mundo.
Com o status de melhor do mundo, Kaká foi desejado pelos maiores e mais ricos clubes da Europa, o brasileiro recebeu uma proposta milionário do inglês Manchester City, e mesmo pressionado para sair, Kaká decidiu permanecer no Rossoneri, levando o clube a mais uma classificação para a Liga dos Campeões, ídolo na Itália, Kaká recebe uma proposta do recém presidente merengue e se transfere para o maior campeão europeu, o Real Madrid.
Frustação em passagem ni Real Madrid
Kaká chega ao Real Madrid no dia 08 de junho de 2009, por um valor de 65 milhões de euros, em um contrato de seis anos aos merengues. O meia chegava ao Real Madrid, para uma nova fase galática no clube madrilheno.
Contratado para ser uma das estrelas merengues, ao lado de outros grandes craques como Cristiano Ronaldo, Raúl, Benzema e Alonso, o brasileiro não atingiu os resultados esperados, a passagem de Kaká pelo Real Madrid chegou a ser frustrante aos torcedores que esperavam que o ídolo dos Rossoneri pudesse trazer uma nova fase vitoriosa aos blancos.
Em sua passagem pelo maior campeão europeu, Kaká sofreu com lesões que o limitaram ao seu bom futebol, famosa pela sua impaciência com os atletas, a torcida merengue, não fez diferente com Kaká e em inúmeras ocasiões se manifestou contra o meia brasileiro.
O ano de 2012 foi o melhor ano de Kaká durante sua estada no Real Madrid, o brasileiro melhor do mundo em 2007, voltava após uma grave lesão ao seu bom futebol.
Pelos blancos, Kaká conquistou uma Copa Del Rey, um Campeonato Espanhol e uma Supercopa da Espanha, além dos troféus do torneio Santiago Bernabeú e Thereza Herrera.
O retorno ao San siro
Na temporada 2013-14, Kaká retorna ao Milan, clube pelo qual foi ídolo e teve o apogeu de sua careira.
Vestindo sua eterna camisa 22 rubro-negra, Kaká atinge no Milan sua marca de 100 gols e no mesmo jogo seu 101º gol pelos milanistas. Não conseguindo a classificação dos Rossoneri para a Liga dos Campeões, o meia decidiu sair do clube italiano. Após sair do Milan, Kaká acerta sua transferência para o Orlando City, clube dos Estados Unidos.
A Volta ao Morumbi
Já como atleta do Orlando, Kaká foi emprestado ao São Paulo, seu clube de origem, por conta da temporada na Major League Soccer iniciar somente em 2015.
Kaká retorna ao tricolor sendo recepcionado por 25 mil tricolores no Morumbi, camisa 8 são paulino, Kaká marcou apenas um gol pelo São Paulo, no jogo contra o Goiás, onde os paulistas perderam por 2 a 1, no Serra Dourada.
Estrela nos Estados Unidos
O meia brasileiro chega ao Orlando City como uma grande contratação do clube, Kaká tem em sua carreira passagens pelos maiores clubes do mundo, e chega como principal jogador do clube para a disputa da Major League Soccer, a contratação de Kaká por um clube norte americano foi importante no sonho de novos empresários de popularizar o esporte no país.
Além das grandes conquistas individuais e coletivas, principalmente quando defendeu o Milan, Kaká sempre foi destaque fora de campo, com grandes jogos de marketing, além de sua imagem de galã e bom moço. Kaká chegou ao clube estadunidense fazendo história. O brasileiro foi responsável pelo primeiro gol do Orlando City na MLS, foi o segundo artilheiro do clube na temporada de 2015, perdendo somente para o atacante Cyle Larin e muitas outras conquistas.
Seleção Brasileira
Kaká foi convocado pelo técnico Felipão, para fazer parte do elenco da Copa do Mundo de 2002, Kaká atuou por apenas 25 minutos, no Mundial deste mesmo ano o Brasil sagrou-se Penta Campeão Mundial.
Em 2006, Kaká foi convocado para a Copa do Mundo disputada na Alemanha, fazendo parte do “quadrado mágico”, juntamente com Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno e Adriano, Kaká foi ao mundial como uma das principais estrelas da penta campeã mundial, logo na estreia do torneio, Kaká é o autor do gol da vitória brasileira sobre a Croácia.
No decorrer do torneio, tanto Kaká quanto os demais atletas caem de rendimento e são eliminados pela temida França de Zidane, nas quartas de final da competição.
Depois do mundial, Kaká voltou a disputar um torneio oficial, na disputa da Copa das Confederações de 2009, onde levou junto com seus companheiros de equipe o Brasil ao título da competição, onde foi eleito Melhor Jogador do torneio, recebendo a Bola de Ouro da Copa das Confederações.
Na Copa de 2010, Kaká sofreu a dura eliminação para a Holanda nas quartas em um jogo que deixou uma amarga lembrança aos atletas da amarelinha.
O meia passou um ano ausente da seleção brasileira, sendo convocado novamente em um amistoso, após o amistoso Kaká se retirou por conta de mais uma lesão. Depois de fazer boas atuações no Real Madrid, o técnico Mano Menezes volta a convocar o meia, com uma esperança de fortalecer a equipe com a volta do veterano.
Kaká ainda disputou alguns amistosos sob o comando de Mano, mas ficou fora da Copa do Mundo de 2014 disputada no Brasil. Seu último título pela amarelinha foi a conquista do Superclássico das Américas em 2014.