Principais clubes brasileiros se preparam para a chegada dos Fan Tokens
Principais clubes brasileiros se preparam para a chegada dos Fan Tokens
Os ativos digitais começaram a invadir o futebol no último ano e meio e os torcedores brasileiros estão prestes a descobrir do que se trata.
Os ativos digitais nos esportes têm sido controversos, para dizer o mínimo. Lançamentos de NFTs fracassaram no mundo inteiro, com os fãs não dispostos a pagar por algo que não apresenta benefícios tangíveis. No entanto, como os torcedores dos grandes times brasileiros vão descobrir em breve, o mais novo ativo digital a penetrar no mercado mundial é diferente do famigerado mercado de NFTs.
Os principais times europeus já estão abraçando os fan tokens há mais de uma temporada. Quando o Paris Saint-Germain comprou o Lionel Messi, ele foi pago em parte com fan tokens, um tipo de criptomoeda. Esses tokens têm valor no mundo real e são fungíveis, o que significa que outros fan tokens do mesmo clube têm o mesmo valor, tal como uma criptomoeda ou uma moeda tradicional. Agora, os principais clubes do Brasil, como o Vasco da Gama e o Palmeiras, estão lançando os próprios fan tokens e proporcionando benefícios para os torcedores no mundo inteiro.
O Campeonato Brasileiro é um dos melhores do mundo, com muitos dos melhores jogadores, mas o acesso no resto do mundo não é fácil. Diferentemente do futebol europeu, o acesso ao futebol dos clubes brasileiros pode ser difícil na Ásia e na África, por exemplo, mas os fan tokens buscam preencher essa lacuna. Eles reúnem os torcedores do mundo inteiro, seja em São Paulo, na Espanha ou em Singapura. Ao comprar um fan token, o torcedor é incluído em certas decisões do clube, tais como o uniforme que o time usará em partidas como visitante, a mensagem escrita na faixa do capitão ou a cor do ônibus do time.
Eles se mostraram muito populares na Europa, onde clubes como o Arsenal deixaram que os torcedores decidissem qual uniforme usar em um jogo como visitante – seja com uniforme de visitante ou o com um terceiro uniforme. Na Itália, os donos de fan tokens do Milan foram convidados a criar trabalhos artísticos para o lendário zagueiro Franco Baresi e podiam votar na melhor obra. No final do processo, o trabalho foi presenteado a Baresi, criando uma experiência única na vida do torcedor. Outros clubes permitem que os torcedores joguem no gramado do time no final da temporada, ou distribuam prêmios como objetos autografados.
Claro que também há benefício para os clubes. Ficando com o caso do Milan, o lançamento dos fan tokens rendeu ao clube US$ 6 milhões (R$ 31,1 milhões), que o clube pôde usar como quisesse. Em um único dia, o Barcelona levantou mais de US$ 1 milhão (R$ 5,9 milhões) e a venda foi tão popular que o site ficou brevemente fora do ar.
A Sócios tem buscado a expansão em novos mercados nos últimos seis meses. Estabeleceu um escritório em Nova York com a intenção de penetrar no mercado esportivo dos EUA, mas os times de lá não oferecem fan tokens atualmente. No entanto, a expansão do fenômeno para o Brasil e a América do Sul é um reconhecimento de que, aqui, o futebol doméstico vale a pena não apenas o investimento, mas também ser apresentado para um mundo mais amplo na mesma plataforma que os principais clubes europeus.
Isso só pode ser bom para a marca mundial dos melhores times da América do Sul, como o Palmeiras, o Chivas do México e o River Plate da Argentina.