A síndrome da covardia e do azar
A partida entre Botafogo e Fluminense foi emocionante, decidida apenas nos minutos finais, e com um gol de quem muitos não esperavam
O Botafogo fazia uma partida taticamente perfeita, controlava e dominava o jogo. O Fluminense, pelo contrário, vivia uma noite nada inspirada e mal conseguia ameaçar o gol de Jefferson. Até que uma falta boba cometida por Gegê, dá origem a um escanteio, o jovem Emerson, que vinha tendo uma atuação de gala, falha, e Gum, jogador repudiado pela torcida tricolor, marca o gol de empate na última jogada da partida.
Quando o lance do escanteio se configurou, na hora me veio aquela impressão de já ter visto esse ‘filme’ antes, acompanhado de um pressentimento. Não deu outra, a cena recorrente na história recente alvinegra se repetiu.
Porém, não só de fatos ‘extranaturais’, se fez o resultado, ele também passa pelas atuações de Bruno Silva, que até fez boa partida, mas foi um dos principais responsáveis pelo recuo exagerado da equipe, cadenciando demais o jogo, após o primeiro gol, e do já citado Emerson, zagueiro de apenas 20 anos, detentor de uma técnica impressionante, mas que possui deficiência na marcação em jogadas aéreas.
Essa melancolia também não anula as atuações de Airton, mais uma vez o melhor em campo e de Ribamar, mais um jovem do elenco que possui um enorme potencial, aliando técnica e força. Mas, o maior destaque do Botafogo não entrou em campo.
Com um time limitadíssimo, o Alvinegro mais uma vez foi perfeito taticamente, anulando o Fluminense com sua marcação pressão e dominando quase todo o jogo, contra uma equipe bem superior tecnicamente. Méritos todos de Ricardo Gomes!
Do outro lado, Levir Culpi, na segunda vez que dirigiu o time tricolor, já começou a mostrar serviço, ao conseguir mudar a cara do jogo com suas substituições, colocando Gerson, que entrou muito bem, encarando e partindo pra cima da marcação, e Gum, que mais uma vez viu sua estrela brilhar, marcando o gol de empate ao apagar das luzes. Mas fora isso, durante todos os 90 minutos, o Tricolor não obrigou Jefferson a fazer nenhuma defesa difícil, indicando que Levir ainda tem muito trabalho pela frente.