Retrospectiva Vasco 2016: do céu ao inferno
O Vasco foi de campeão carioca e invicto, até sequências de derrotas e vexames na Série B, além de ter o seu acesso ameaçado
Em uma temporada marcada por um grande contraste entre os semestres, o Vasco tentou a Copa do Brasil, e diferente de dois de seus rivais, conquistou um título, o estadual. O bi do Campeonato Carioca marcou um time que estava invicto e parecia invencível. Porém, com o inicio da Série B, a realidade veio à tona. Apesar das dificuldades, com dois gols de Thalles, cria da base, o clube carioca confirmou sua volta a elite do futebol brasileiro.
Expectativas Iniciais
Apesar do rebaixamento para a Série B, o elenco vascaíno acabou o ano de 2015 em grande estilo. Com uma arrancada espetacular no fim do campeonato, os torcedores abraçaram o elenco e comissão. Assim como Jorginho, jogadores como Nenê e Riascos eram exaltados pelas boas atuações. No geral, a diretoria conseguiu manter o elenco, perdendo apenas o volante Serginho – mas que foi substituído por Marcelo Mattos.
No mercado de transferências o Vasco foi curto e direto. Contratando apenas dois jogadores: o volante Marcelo Mattos e o lateral Yago Pikachu. O segundo chegou badalado, por ser pretendido por vários clubes. Porém, desde o inicio do ano, a diretoria vascaína correu atrás da contratação de um atacante, visto que Riascos dificilmente continuaria na equipe. O colombiano estava emprestado à equipe de São Januário pelo Cruzeiro. A equipe mineira não queria renovar o empréstimo, e afirmou apenas vender o jogador. Sem dinheiro, Eurico e a comissão técnica procuravam um substituto para a vaga, já que Thalles e Leandrão não eram vistos com bons olhos pelo treinador e torcida.
Com a renovação do zagueiro Luan e do meia Nenê – ambos bastante sondados por outros clubes, as expectativas para a temporada eram altas e otimistas.
Estadual
Vindo de alguns jogos invictos, o Vasco manteve a marca no campeonato carioca. O atual campeão estreou em grande estilo, jogando bem e bonito. Logo de cara, já enfrentou o maior rival, Flamengo. A partida aconteceu em São Januário, já que o Maracanã estava entregue ao comitê olímpico. Com gol do zagueiro Rafael Vaz, os donos da casa venceram novamente os Rubro-negros e mantiveram a invencibilidade em cima do rival, e também na temporada.
Contra Botafogo e Fluminense, vitória diante do tricolor e um empate amargo contra os alvinegros. Todavia, o Expresso da Vitória seguia sem perder para os rivais no ano.
Durante quase toda a competição o Vasco liderou, e nas semifinais enfrentou novamente o Flamengo. Dessa vez, em Manaus, em partida única. Com show de Andrezinho e Riascos, os vascaínos passaram por cima dos flamenguistas e garantiram vaga na terceira final seguida de campeonato carioca. Novamente, contra o Botafogo.
As duas partidas da final foram difíceis e amarradas. Com gol de Jorge Henrique, o cruzmaltino venceu a primeira partida. E no segundo jogo, conseguiu um empate com gol salvador de Rafael Vaz, que havia entrado na segunda etapa.
De forma invicta, o time comandado por Jorginho era bicampeão carioca e chegava à marca expressiva de invencibilidade. Com grandes atuações, até parecia que o Vasco iria ‘deitar e rolar’ na Série B, sendo campeão sem problemas.
Campeonato Brasileiro
No primeiro jogo da Série B, o Vasco enfrentou o Sampaio Corrêa, fora de casa. E com atuações espetaculares de Nenê e Riascos, o campeão carioca goleou os nordestinos e começaram o brasileiro em grande estilo.
O que parecia, era que o alvinegro iria vencer a Série B com sobras, sem nenhuma dificuldade. No início, foi isso que ocorreu. Comandado por grandes atuações de Nenê, o Vasco sobrava na competição, ganhando jogos sem dificuldades. E a cada jogo que se passava, o cruzmaltino defendia sua invencibilidade, que até enfrentar o Atlético-GO, chegou a ser de SETE meses sem perder (34 jogos). Porém, foi na 8ª rodada que isso aconteceu.
Após 223 dias, o time comandado por Jorginho perdeu. A partir disso, os trilhos começaram a desandar. A equipe começou a perder jogos bobos, como a derrota para o Paysandu, em casa. Entretanto, mesmo com certa dificuldade, o alvinegro terminou o primeiro turno líder absoluto, com quatro pontos de vantagem para o segundo colocado. Tinha chegado até a estar a onze pontos de diferença para o 5º colocado.
Foi no returno que tudo foi por água a baixo. Com o mesmo número de derrotas e vitórias, o Vasco ficou na parte debaixo da tabela do segundo turno. Derrotas e vexames, um atrás do outro. Perdeu a liderança e pior, quase saía do G4. Só não saiu graças a incompetência de seus adversários.
O clube carioca chegou à última rodada com chances de não subir de divisão. A última partida foi contra o Ceará, e a torcida esgotou todos os ingressos. No total, tinham 56 mil pessoas no Maracanã.
Para sorte de Jorginho e companhia, o Oeste venceu o Náutico, e independente do resultado no Rio, classificava sua equipe para a Série A. Como não pode deixar de ser, o time cearense abriu o placar e deixou o Maracanã estático.
Graças ao atacante Thalles, cria da base, o Vasco virou o jogo em cinco minutos, e levou o estádio importante do mundo ao delírio. Parecia um gol de título no último minuto. Com o apito final, era oficial: o Vasco estava de volta à elite do futebol brasileiro! Lugar de onde nunca devia ter saído.
Apesar de um campeonato brasileiro pífio e vergonhoso – para alguns, o Club de Regatas Vasco da Gama conseguiu sua meta, que era subir de divisão.
Saldo Final
Com um começo de ano animador e um fim de temporada trágico, tudo deu errado em São Januário. Apesar de tudo, as metas foram alcançadas e um título conquistado. Ano bipolar e inconstante.
Das contratações do clube, o atacante Éderson foi o que mais deu certo. O atacante foi muito na temporada e conquistou tanto a torcida, quanto a titularidade no elenco vascaíno. Além dele, Júnior Dutra e Yago Pikachu também tiveram um bom ano. Marcelo Mattos, foi irregular e bastante criticado pelos torcedores. Assim como o zagueiro Rafael Marques.
Para 2017, o Vasco teve uma mudança no comando técnico da equipe. Jorginho e seus auxiliares saem e entra Cristóvão Borges e Cassiano de Jesus, como auxiliar-técnico.