Patriots atropelam os Steelers e faturam a Conferência Americana
Patriots atropelaram os Steelers por 36 a 17 e conquistam, pela nona vez na história, a AFC. Enfrentarão o Atlanta Falcons, daqui duas semanas, no Super Bowl 51
New England Patriots bateu, nesta noite de domingo no Gillette Stadium, o Pittsburgh Steelers por 36 a 17 e faturou, pela nona vez na história, a conferência americana, um recorde na história da liga. O time da Nova Inglaterra enfrentará, daqui duas semanas, o campeão da NFC, Atlanta Falcons, no Super Bowl 51 em Houston.
Muito além de uma rivalidade moderna, de duas equipes que sempre marcam presença na pós temporada, esse Patriots e Steelers tinha um gosto especial. Tudo porque Antonio Brown, após a vitória de Pittsburgh em cima de Kansas City no Divisional Round, transmitiu uma live no Facebook mostrando os bastidores do vestiário do time. O problema foi essa live mostrar o treinador Mike Tomlin xingando New England e Bill Belichick.
Nesse exato momento eu sabia que os Steelers perderiam o jogo. Belichick saberia usar esse vídeo ao seu favor, motivando seus comandados para que eles elevassem o nível de atuação. Foi justamente isso que aconteceu, tanto na defesa quanto no ataque.
Tom Brady lançou 32/42 para 384 jardas (recorde pessoal e da franquia) e três TDs. Na verdade, tirando os drops cometidos pelos recebedores, Brady teria errado, no máximo, cinco passes no jogo. Recebedores que podemos destacar dois: Chris Hogan e Julian Eldeman.
Hogan pegou nove passes para 180 jardas e dois TDs, marca recorde para um wide receiver undrafeted. Eldeman, por sua vez, foi responsável por oito recepções para 118 jardas e o último touchdown de passe de New England na partida.
A defesa, questionada por apresentar bons números contra péssimos quarterbacks, segurou o explosivo ataque dos Steelers a, basicamente, nove pontos, se desconsiderarmos os oito pontos no garbage time.
Le’Veon Bell saiu machucado no primeiro quarto com uma lesão na virilha, mas quem entrou no seu lugar foi DeAngelo Williams. Williams nem de longe tem a qualidade de Bell, porém não é um running back ruim; sem dúvidas seria titular em boa parte dos times da liga.
Contudo, foi o plano defensivo contra Antonio Brown que provou a real grandeza da defesa dos Patriots. Malcolm Butler, o mesmo que interceptou Russell Wilson a 26 segundos do final do Super Bowl 49, dominou Brown a partida inteira. É necessário dizer que Butler não ficava isolado com Brown, sempre tinha a cobertura de um safety nas jogadas. Mesmo assim, foi uma aula técnica de como jogar de cornerback.
Relacionado ao jogo em si, o verdadeiro ponto de inflexão foi quando New England impediu que Pitts entrasse na endzone, mesmo com o first down na linha de meia jarda. Até aquele momento, os Steelers estavam respondendo (mesmo com dificuldades) ao poderoso ataque dos Patriots.
A partida estava 17 a 6 para N.E., Roethlisberger acerta um passe de 19 jardas para Jesse James. A marcação inicial foi de touchdown, porém as zebras voltaram atrás. Duas corridas sem sucesso de Williams se transformaram em terceira decida, onde Eli Rogers não alcança o passe de Big Ben no flat. Field Goal convertido por Boswell, 17 a 9.
Mesmo estando apenas uma posse, foi uma derrota moral para Pitts. Um jogo que poderia ir ao intervalo perdendo por menos de um FG, era, agora, oito pontos.
O fechamento do caixão dos Steelers aconteceu no terceiro quarto, quando New England anotou 10 pontos consecutivos na volta do half-time. A “jogada final” da reação dos Steelers foi na campanha seguinte, quando Rogers sofreu um fumble dando a posse de bola e uma boa posição de campo para Brady e cia.
Quatro jogadas depois e Brady achou Eldeman na endzone com um passe de dez jardas para acabar com os sonhos do time de Pensilvânia. A partir daí começou o garbage time, aquele momento que serve apenas para melhorar (ou piorar) suas estatísticas.
Não houve injustiças, venceu o melhor time, o mais preparado, o mais completo. Brady não está jogando apenas para “vingar” Roger Goodell de sua suspensão, ele está jogando pelo seu legado: caso ganhe seu quinto título daqui duas semanas contra Atlanta, provavelmente ultrapassará Montana e se tornará, sem dúvida alguma, o maior quarterback de todos os tempos.
Falo por muitos: espero que esse Super Bowl seja o maior de todos os tempos, porque senão será uma das pós-temporadas mais “decepcionantes”. Decepcionante não devido ao fato de baixo nível técnico, decepcionante por ter apenas “lavadas”, com exceção de GB @ Dallas e Pittsburgh @ Kansas City. Esperemos pelo melhor.
Por Pedro Pacola