Napoli leva Scudetto após 33 anos
Após conquista confirmada do Napoli, jejum do sul da Itália se encerra
A equipe do Napoli é campeã do Italiano após 33 anos de jejum. Em caso de vitória, a comemoração aconteceria na rodada passada, contra o Salernitana, porém os napolitanos receberam um banho de água fria com o empate em casa, o que aumentou a ansiedade e fez com que na 33º rodada, contra a Udinese, o Napoli precisasse de apenas um empate para que fosse o jogo do título.
A partida contra a Udinese, na Dacia Arena, em Udine, foi tensa. Os jogadores do Napoli não conseguiram esconder o nervosismo por boa parte do jogo e o gol da Udinese, logo aos 13 minutos de jogo, fez o roteiro do jogo ganhar ainda mais emoção. O ferrolho da equipe de Udine foi efetivo por todo o primeiro tempo. Já a história do segundo tempo foi diferente. 7 minutos após a volta do intervalo, a estrela de Osimhen apareceu para empatar o jogo.
Campanha digna de roteiro de filme
Paolo Sorrentino, diretor italiano que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2014 com “La grande bellezza”, é natural da cidade de Nápoles e já mostrou interesse em fazer um filme sobre essa campanha histórica. Sorrentino ainda relatou que este Napoli é diferente da histórica de Diego Armando Maradona pois, segundo ele, “Parece que é um Napoli feito com napolitanos”, tamanha identificação que o time desenvolveu com a cidade.
Este elenco não envolveu apenas a cidade de Nápoles, mas todo o mundo do futebol. O time treinado por Luciano Spalletti mostrou um futebol diferente, vistoso e perfeito para apreciar. As vitórias convincentes, as atuações brilhantes, o jogo coletivo e os destaques individuais mostraram que esse título não aconteceu por acaso.
De Diego à Kvaratskhelia, Osimhen, etc
Até hoje, a cidade de Nápoles só havia chegado ao estado de êxtase do Scudetto com Maradona. Por duas vezes (1986-87 e 1989-90) o argentino fez com que o sul da Itália fosse respeitado e, após sua saída, a Napoli chegou a amargar da falência até a terceira divisão do Campeonato Italiano. A atual temporada é um alívio. Um suspiro. Uma reafirmação do Napoli como um símbolo da região menos abastada do país.
Se a geração dos dois últimos títulos foi marcada por Diego, essa é marcada por um grupo unido e forte com duas principais estrelas: Kvaratskhelia e Osimhen. O primeiro é a grande revelação do continente europeu nesta temporada. Com muita objetividade e habilidade, o georgiano orquestrou a equipe nesta temporada. Junto a ele, Victor Osimhen se destacou nesta temporada e mostrou que as incertezas sobre suas recuperações de lesões não eram relevantes. Hoje, o nigeriano é artilheiro do campeonato e fica marcado na história do clube como o marcador do gol do título.
Don Diego Armando Maradona sorri no céu
É algo inusitado pensar em toda a mística em volta do nome de Maradona e os roteiros que se escrevem desde sua passagem. Em 2020, perdemos a oportunidade de ter o santo em terra. Em 2022, sua pátria se consagra campeã do mundo. E neste momento, em 2023, o clube italiano que teve o prazer de ter Diego desfilando com sua camisa leva o Scudetto.
Claro que o antigo Estádio de San Paolo, que trocou o nome do santo e, em 2020, passou a se chamar Estádio Diego Armando Maradona, merecia presenciar essa conquista, mas com certeza Don Diego hoje está feliz. A cidade de Nápoles está feliz.
Foto: facebook.com/SSCNapoli/