Opinião: Messi, os craques vão embora, mas o gênio fica…

Lionel Messi, o Barcelona está em suas mãos, ou melhor, em seus pés…

Escrevo este texto ainda em êxtase de uma atuação incrível de um dos maiores jogadores de todos os tempos. Lionel Messi nos mostrou mais uma vez do que é capaz. Mesmo com a equipe sendo questionada pelos problemas extra campo, o argentino nos saboreou com um hat-trick, na vitória sobre o “primo pobre” da cidade de Barcelona por 5-0. A partida se mostrava complicada até o primeiro gol blaugrana, que sim, estava impedido, porém não se pode anular a genialidade do camisa 10, que tirou da marcação e tocou no ângulo de Pau Lopez.

Em seguida, em uma tradicional arrancada da Pulga, a bola bate e rebate na zaga adversária e sobre com Alba, que só rola a bola para a entrada da pequena área onde Messi chegava de carrinho, não desistindo da jogava, para marcar o 2-0. Agora, já no segundo tempo, após jogada dele e Suárez, a bola sobra novamente para Alba que rola mais uma vez para Messi, sozinho, concluir para o gol.

Quem vê o resultado pensa que foi só mais uma atuação normal de um Barcelona que tem sido avassalador nos últimos 10 anos, que tem o total domínio sobre seus adversários, com um tiki-taka sem igual, um futebol total, cheio de estrelas. Quem pensa assim está certo e errado, mas… como?

Definitivamente o Barça não é o mesmo dos tempos de Guardiola, ou até mesmo do primeiro ano de Luis Enrique, não é aquele que é indiscutivelmente o favorito absoluto de tudo o que participa, aquele que amedronta os adversários do mundo todo, que faz os times jogarem recuados o tempo todo para não correr o risco de dar o mínimo de espaço possível. Então a questão é: qual Barcelona é esse?

Então tento responder, esse é o Barcelona de Messi, é o time que definitivamente depende de um jogador, e esse um não é Neymar, não é Ibra, não é nem Ronaldinho, pois, sempre após esses craques passarem por lá, teve alguém maior, teve alguém que continuasse a mover o time, que desse uma esperança aos torcedores. No jogo de hoje pude ver um cartaz que dizia: “Não precisamos nos estressar, temos Messi”, e realmente, todo torcedor culé sabe que enquanto tivermos Messi, temos esperança, temos orgulho, temos a força para bater no peito e dizer “Aqui é Barça!”.

Apesar de termos começado a temporada sendo humilhados pelo nosso maior rival, Leo nos mostrou que a temporada, apesar de tudo, promete e, após chegar aos 350 tentos pela La Liga na última semana, Messi está cada vez mais próximo de bater o recorde de Gerd Muller, ex atacante do Bayern de Munique, que marcou 365 golos na Bundesliga com a camisa da equipe. Esse será apenas mais um dos recordes batidos pelo nosso querido anão, que já tem inúmeros recordes em sua conta.

Messi na Argentina ainda não teve a glória máxima…

Vejo as pessoas dizerem “mas Messi não faz nada pela seleção”, “Messi nunca ganhou nada pela Argentina”, “Cristiano Ronaldo tem uma seleção inferior e conseguir uma conquista”, realmente, Messi nunca teve o prazer de conquistar algo pela seleção argentina principal, mas pode ter certeza que se dependesse dele, ele já teria levado uma nova Copa do Mundo, mas não faz mal Leo, de gênios, você não seria o único a não conseguir uma conquista tão grande pela seleção. Como muitos dizem… azar da copa.

…mas na história, já possui um lugar entre os gigantes

Com isso, só posso dizer que Messi é “a player for the ages”, que seria numa tradução literal, um jogador para as eras, ou seja, um jogador para a nossa era. Ou até mesmo um GOAT, que é a sigla, em inglês, para o maior de todos os tempos. Todos nós somos gratos por tudo o que ele nos proporcionou, de dribles épicos como aquela cavadinha contra o Almunia, ou aquela cabeçada no meio das torres gêmeas do United em Roma para decidir a Champions em 2009, até mesmo aquela sua primeira aparição para o mundo contra o Getafe… são inúmeros momentos de alegria… alguns de tristeza, é claro, mas para um jogador de sua grandeza isso não se sobressairá quando formos lembrar de sua trajetória…

Assim, como em outros esportes, temos que reconhecer os maiores como aqueles que fazem de tudo para serem isso, no futebol americano temos Tom Brady e Peyton Manning, no basquete temos Michael Jordan, LeBron James, Kobe Bryant (isso falando dos últimos 20,25 anos somente), e no próprio futebol tivemos várias eras de grandes jogadores, o Santos de Pelé, Pepe, Coutinho… a Holanda e o Ajax de Cruyff e sua laranja mecânica… o Milan de van Basten, Gullit, Rijkaard… são tantos outros, mas apesar de todos esses terem seus marcos na história, de não termos visto tantos craques jogando juntos, vemos dois dos que quando se forem, os deuses do futebol vão chama-los para ficar com tais lendas.

Por fim, antes que me critiquem, que caiam matando, digam que o Cristiano é melhor, que Maradona é maior e que Pelé é incontestável, saibam olhar para todos de maneiras diferentes, estuda-los separadamente e saber absorver o que cada um mostra e mostrou de melhor. Como torcedor culé, para mim Leo é o maior de todos, mas como admirador do futebol, sei o patamar em que se colocar, Messi, assim como Cristiano, estão com os maiores, pois eles são os maiores.

E, para fechar, quero agradecer ao tempo, a vida, a Deus, ao Big Bang, ou seja lá quem for responsável pela existência de todos nós, por deixar-me ver tais jogadores, e peço ainda, que o tempo passe bem devagar enquanto tais nomes estiverem em campo, para podermos aproveitar o máximo possível. Aproveitem, pois tic tac tic tac… o tempo é o nosso maior inimigo… Agradeço principalmente a seu Jorge e dona Celia, que nos deram um menino que apesar de não poder crescer, tornou-se um dos maiores de todos.