Jogos paralímpicos Rio 2016: Natação

 Jogos paralímpicos Rio 2016: Natação

Desenvolvida e praticada há séculos, a natação já é reconhecidamente um dos principais esportes que existem e considerado um dos mais completos, por levar o atleta a um intenso trabalho corporal. Muitos nadadores ganham a vida por conta do esporte e alguns, como o americano Michael Phelps, são lembrados como recordistas e campeões. A importância da natação pode ser comparada com muitos outros esportes, como futebol, atletismo, vôlei e basquete. E, assim como eles, foi adaptada para a prática de atletas com deficiências, seja físico-motoras, visual ou intelectual.

As regras da natação paradesportiva são as mesmas: completar a distância da prova no menor tempo possível. As alterações começam na própria metragem, que depende do estilo dos nados. Provas com nado livre variam de 50 a 400m, enquanto as com nado peito, costas e borboleta podem ser de 25 a 100m. Já o nado medley é realizado em provas de 150 ou 200m. Outras adaptações são feitas na largada, virada e chegada durante as provas, onde atletas com deficiência visual são avisados por meio de um bastão com ponta de espuma, que os toca levemente nas costas, alertando-os quando estão se aproximando da borda da piscina, e os atletas que não puderem saltar do bloco no início da prova poderão largar dentro da água.

Cada nadador paralímpico é submetido a uma avaliação para classificá-lo a um nível condizente com sua deficiência, entrando em uma classe S (swimming/natação) e recebendo um número que, quanto maior a deficiência do atleta, mas baixo será. Nadadores com limitações físico-motoras se enquadram nas classes S1 a S11, com deficiência visual podem entrar nas classes S12 ou S13 e com deficiência intelectual se torna classe S14. As siglas SB e SM correspondem a nado estilo peito e medley, respectivamente.

No Brasil, consideram-se como as principais competições de natação paradesportiva o Troféu Chico Piscina, o Troféu Brasil e o Campeonato Brasileiro de Natação.

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Paralimpíadas

Os primeiros jogos paralímpicos foram realizados em 1960, em Roma, na Itália, e já contava com a natação entre os esportes disputados. O Brasil teve sua primeira participação nos Jogos de Heidelberg, na Alemanha, em 1972.
As seleções brasileiras paralímpicas de natação somam 73 medalhas conquistadas ao longo da história. Desse total, 25 foram de bronze: cinco nos 100m livre (Marina Amorim, S5, em 1984, Fábio Ricci, S1, e Maria Jussara, S6, em 1988, Adriano Galvão, S2, e Genezi Alves, S3, em 1996), uma nos 25m costas (Fábio Ricci, em 1988), uma nos 25m peito (Fábio Ricci, em 1988), três nos 100m peito (Graciana Moreira, S6, em 1988, Ivanildo Vasconcelos, S5, em 1996, e Francisco Avelino, S4, em 2004), duas nos 100m borboleta (Graciana Moreira e Leandro Ramos, S6, em 1988), duas nos 50m borboleta (Eduardo Wanderley, S3, em 1992, e Joana Maria, S5, em 2012), uma nos 50m costas (Genezi Alves, em 1992), duas nos 200m medley (Ivanildo Vasconcelos, em 1992, e Gledson Soares, S7, em 1996), quatro nos 50m livre (Adriano Galvão e Adriano Lima, S6, em 1996, Clodoaldo Silva, S4, e Danilo Glasser, S10, em 2000), uma nos 200m livre (Genezi Alves, em 1996), uma nos 150m medley (Genezi Alves, em 2000), uma no revezamento 4 x 100m livre (Adriano Lima, Danilo Glasser, Fabiano Machado e Mauro Brasil, em 2000) e uma no revezamento 4 x 200m livre (Clodoaldo Silva, Daniel Dias, Joon Seo e Adriano Lima, em 2008).

Foram 23 de prata: três nos 200m medley (Marina Amorim, em 1984, e André Brasil, S10, em 2008 e 2012), três nos 100m costas (Marina Amorim e Maria Jussara, em 1984, e André Brasil, em 2012), duas nos 100m peito (Marina Amorim, em 1984, e Ivanildo Vasconcelos, em 2004), cinco nos 100m livre (Maria Jussara, em 1984, Adriano Lima e Clodoaldo Silva em 2000, e Phelipe Rodrigues, S10, em 2008 e 2012), uma nos 100m borboleta (Maria Jussara, em 1988), uma nos 150m medley (Genezi Alves, em 1996), uma nos 50m livre (Mauro Brasil, S9, em 2000), duas no revezamento 4 x 200m livre (Adriano Lima, Clodoaldo Silva, Francisco Avelino e Luis Silva, em 2000, e Clodoaldo Silva, Joon Seo, Luis Silva e Adriano Lima, em 2004), duas nos 50m borboleta (Luis Silva, S6, em 2000, e Daniel Dias, S5, em 2008) e duas nos 50m costas (Edênia Garcia, S4, em 2004 e 2012).

Medalhas de ouro foram 25: duas nos 200m medley (Maria Jussara, em 1982, e Daniel Dias, em 2008), três nos 50m borboleta (José Afonso, S7, em 1996, Clodoaldo Silva, em 2004, e Daniel Dias, em 2012), cinco nos 50m livre (Fabiana Sugimori, S11, em 2000 e 2004, Clodoaldo Silva, em 2004, André Brasil e Daniel Dias, em 2012), cinco nos 100m livre (Clodoaldo Silva, em 2004, Daniel Dias e André Brasil, em 2008 e 2012), três nos 200m livre (Clodoaldo Silva, em 2004, e Daniel Dias, em 2008 e 2012), uma nos 150m medley (Clodoaldo Silva, em 2004), uma no revezamento 4 x 200m medley (Adriano Lima, Clodoaldo Silva, Francisco Avelino e Luis Silva, em 2004), duas nos 50m costas (Daniel Dias, em 2008 e 2012), duas nos 100m borboleta (André Brasil, em 2008 e 2012) e uma nos 100m peito (Daniel Dias, em 2012).

Jogos Paralímpicos de Londres 2012

Nas paralimpíadas de 2012, em Londres, a equipe de natação brasileira foi representada por 20 atletas, sendo 14 homens (Ronystony Cordeiro, Silva, Dias, Avelino, Lima, Brasil, Rodrigues, Matheus Souza, Carlos Farremberg, Ronaldo Santos, Caio Oliveira, Ítalo Pereira, Vasconcelos e Carlos Alberto) e seis mulheres (Joana, Verônica Almeida, Raquel Viel, Letícia Freitas, Suzana Ribeiro e Edenia).

No masculino, Dias conquistou seis medalhas de ouro após concluir os 50m livre em 32 segundos, os 100m livre em um minuto e nove segundos, os 200m livre em dois minutos e 27 segundos, os 50m borboleta em 32 segundos, os 50m costas em 36 segundos e os 100m peito em um minuto e 32 segundos. Já Brasil obteve três de ouro tendo concluído os 50m livre em 23 segundos, os 100m livre em 51 segundos e os 100m borboleta em 56 segundos, além de duas medalhas de prata, após concluir os 100m costas em um minuto e os 200m medley em dois minutos e 12 segundos. Rodrigues também conquistou uma medalha de prata, nos 100m livre, concluindo a prova em 52 segundos.

Além das medalhas, o Brasil contou com três quartos lugares: Rodrigues, que fez 23 segundos nos 50m livre, Brasil, que fez quatro minutos e 11 segundos nos 400m livre, e a equipe de revezamento 4 x 100m livre, que fez um tempo de três minutos e 55 segundos. Dois quintos lugares: Silva, que fez 34 segundos nos 50m livre, e Rodrigues, que fez 58 segundos nos 100m borboleta. Duas sextas colocações: Farremberg, que fez 24 segundos nos 50m livre, e Souza, que fez quatro minutos e 58 segundos nos 400m livre. Seis sétimos lugares: Lima, que fez cinco minutos e 33 segundos nos 400m livre e um minuto e 43 segundos nos 100m peito, Oliveira, que fez quatro minutos e 39 segundos nos 400m livre, Cordeiro, que fez 51 segundos nos 50 metros costas, Vasconcelos, que fez um minuto e 52 segundos nos 100m peito e a equipe de revezamento 4 x 100m medley, que fez um tempo de quatro minutos e 28 segundos. E duas oitavas posições, nos 100m livre, com Lima, que fez um minuto e 11 segundos e Farremberg, que fez 42 segundos.

Já no feminino, a equipe brasileira conquistou duas medalhas, com Edenia, que levou a prata após concluir os 50m costas em 53 segundos, e Joana, que ficou com o bronze após fazer um tempo de 46 segundos nos 50m borboleta. A última ainda concluiu os 50m livre em 38 segundos e conseguiu a quarta colocação, mesma posição de Suzana nos 100m peito, concluídos em um minuto e 38 segundos.

Joana também ficou em sexto lugar nos 200m livre e medley, com um tempo de três minutos e 17 segundos e três minutos e 59 segundos, respectivamente. Ela ainda conseguiu a sétima colocação nos 100m livre, após concluir a prova em um minuto e 29 segundos. Também na sétima posição ficaram as nadadoras Verônica, concluindo os 50m borboleta em 39 segundos, e Raquel, tendo feito um minuto e 21 segundos nos 100m costas.

Expectativa

A grande diferença entre o esporte brasileiro nas olimpíadas e paralimpíadas está no número de conquistas e a diferença no quadro de medalhas. Os atletas paralímpicos alavancaram o Brasil no cenário paradesportivo mundial e o país figura como uma das cinco principais nações na disputa pelas medalhas, sendo favorito em algumas modalidades, como é o caso da natação.

Enquanto o Brasil detém 13 medalhas na natação em jogos olímpicos, nas paralimpíadas são 60 conquistas a mais, totalizando 73 medalhas para os atletas paralímpicos brasileiros. São 13 atletas olímpicos medalhistas na história, enquanto nas paralimpíadas esse número cresce para 26 atletas.

Parte disso se deve ao nadador multicampeão Daniel Dias, dono de 15 medalhas, que descreve como será sua participação nos Jogos Paralímpicos no Rio 2016 e comenta sobre sua expectativa.

– Eu nado tudo. Por nadar muitas provas, tenho muitos adversários. Tem um americano nos 50m borboleta, um britânico nos 50m costas. Nas provas do estilo livre, tem um espanhol. São meninos que estão evoluindo bem, e espero que continuem evoluindo em 2017. Tenho índices nas seis provas individuais e vou nadar todas. Os revezamentos dependem da comissão técnica. A meta é nadar bem e se possível medalhar em todas as provas – disse o atleta.

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Destaques

Maior medalhista paralímpico brasileiro, Dias nasceu com má formação congênita dos membros superiores e perna direita. Nadará os 100 e 200m livre, 200m medley, 50m livre, costas e borboleta e é a grande aposta para aumentar o número de medalhas do país na natação.

Já no feminino, as medalhistas Edenia Garcia (50m costas) e Joana Maria (200m livre e 50m livre e borboleta) são as esperanças de medalhas para a equipe de mulheres brasileiras na natação. Edenia é portadora de polineuropatia sensitiva motora, doença progressiva que prejudica o movimento dos membros superiores e inferiores, enquanto Joana é portadora de acondroplasia (nanismo desproporcional, causado por mutações genéticas).

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