Falcons vencem Seahawks e avançam para a final da NFC
Atlanta Falcons vencem Seattle Seahawks por 36 a 20 e avançam para a final da NFC
Atlanta Falcons venceu, neste sábado (dia 14) no Georgia Dome, o Seattle Seahawks por 36 a 20 em partida válida pelo Divisional Round dos playoffs da NFL. Agora o time de Atlanta espera pelo vencedor de Dallas Cowboys e Green Bay Packers para saber seu adversário para a final da NFC.
Os destaques da partida ficam para Matt Ryan, que provou mais uma vez o porquê de ser um dos mais cotados para ganhar o prêmio de MVP, e a defesa de Atlanta, com um trabalho contra o jogo corrido bem questionável durante a temporada regular, mas que dominou Rawls e cia. Com esse ótimo equilíbrio ataque e defesa, os Falcons conseguem sua primeira vitória em pós-temporada desde 2012/13, quando venceram os mesmos Seahawks. Foi também a segunda vitória de Ryan em playoffs (agora 2-4), sendo a única anterior justamente a partida contra Seattle.
Outro ponto interessante, vimos mais uma vez outro caso do “estudante” vencendo seu “mestre”: Dan Quinn, head coach dos Falcons, trabalhou como assistente e coordenador defensivo de Seattle entre 2009 e 2010 e depois de 2013 a 2014, com Pete Carroll como seu “chefe”. O trabalho de Quinn definitivamente foi facilitado por ter passado tantos anos como membro de não apenas da comissão de Carroll, mas também como membro dos Seahawks.
Ao jogo em si, mais uma vez vimos o quão subestimado esse ataque de Atlanta é. Vimos também o quão subestimado o trabalho e sincronia de quarterback e coordenador ofensivo é pelos olhos de leigos e ditos “especialistas. A dupla Matt Ryan e Kyle Shanahan é, provavelmente, de melhor fase da liga.
O ataque do time da Georgia é exata definição de balanceado: sabe perfeitamente mesclar jogadas de passe com jogadas de corrida. Não é atoa que esse ataque, questionado por alguns no início da temporada, é o oitavo melhor da história da liga.
O grande problema para Atlanta nos anos anteriores era justamente o fato de ter um plano ofensivo unidimensional; ou entregava para um Michael Thomas da vida 30 vezes por partida ou deixava Ryan lançando 40 bolas por jogo. Agora com armas como Julio Jones, Tevin Coleman, Devonta Freeman, Taylor Gabriel e outros, é possível criar um plano de ataque moldável para cada circunstância.
A partida deste sábado até começou bem para a franquia do noroeste americano, com uma bela campanha de 89 jardas que terminou em um touchdown de sete jardas de Jimmy Graham. Foram gastados quase nove minutos de posse e ideia de gastar o relógio para deixar o ataque de Atlanta no banco estava funcionando.
Contudo, já na campanha seguinte, a primeira dos Falcons, Matt Ryan liderou seu time para uma longa campanha que resultou em um touchdown de Julio Jones, também de sete jardas. O mais impressionante foi a variação das chamadas, sempre explorando os pontos negativos da defesa dos Seahawks. Ou tentavam expor o substituto de Earl Thomas na secundária ou então lançavam no lado oposto de Richard Sherman.
Seattle ainda se manteve no jogo com um field goal, na sua campanha seguinte, resultado de um belo retorno de kickoff do interminável Devin Hester. Com o jogo 10 a 7, os Seahawks forçaram ainda um three and out, mas, devido a uma falta idiota, tiveram de começar na linha de sete jardas do campo de defesa. Se não fosse tal falta, Seattle teria começado em posição bem favorável, devido a outro belo retorno de Hester.
Foi nesse momento que a sorte começou a virar. Em um dos lances mais estranhos da história, Russell Wilson vai para o dropback, porém o right guard pisa em seu pé; assim, o quarterback se desequilibra e cai na endzone, cedendo um safety para o time da casa. Os Seahawks ainda saíram no lucro porque a campanha originária da devolução da bola do safety resultou apenas em um field goal, colocando o placar em 12 a 10.
A prova de que o dia era mesmo dos Falcons foi o time, na próxima campanha ofensiva, ter andado 99 jardas em nove jardas com uma certa tranquilidade. Para já fechar o caixão no início do terceiro quarto, Atlanta recebeu a bola para o segundo tempo e anotou outro touchdown, dessa vez com o running back Devonta Freeman cruzando o plano de gol.
Em outras palavras, os comandados de Dan Quinn anotaram 19 pontos consecutivos sem o ataque de Seattle ter conseguido um mísero first down se quer. Quem assistiu ao jogo sabe que, mesmo com muito tempo para reação, a vitória de Atlanta estava quase selada.
Bastava controlar o relógio e não dar sopa ao azar, Foi justamente isso que aconteceu: tivemos alguns bons lances, como as duas interceptações sofridas por Wilson e outro belo retorno de Hester. De mais, o segundo tempo foi bem morno para um jogo divisional de playoffs, apenas com certos focos de confusões, quase sempre provocados pelos jogadores dos Seahawks, bem frustados com o jogo como um todo.
Atlanta venceu por ser o time mais completo. Um dos melhores ataques da história da liga, junto com uma defesa que, apesar de não ser espetacular, sabe os momentos decisivos e sempre cresce de produção neles.
O ataque de Seattle foi bem inconsistente durante essa temporada, muito devido à instabilidade na posição de running back e uma linha ofensiva bem fraca. A defesa, sempre o ponto forte dos times de Carroll, sofreu com inúmeras lesões e perdeu um dos seus melhores jogadores, o safety Earl Thomas. Os Falcons, sabendo disso, souberam aproveitar bem esses pontos vulneráveis.
Agora Matt Ryan e cia esperam o confronto entre Dallas Cowboys e Green Bay Packers para saber quem será seu adversário na final da NFC. Caso GB ganhe, a final será no Georgia Dome; senão, a partida será no Cowboys Stadium. Nesse momento do campeonato, não tem como escolher adversário, qualquer um dos dois terá suas próprias dificuldades.
De qualquer jeito, nunca mais subestimem Matty Ice e cia. Eles vêm forte e querem tirar aquele estigma de serem bons apenas na temporada regular.
Por Pedro Pacola
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