Especial ‘La Copa’ capítulo 1

Você conhece a história que sucedeu a Copa Argentina? Não? Então vamos trazer uma pequena série com as competições que sucederam o torneio mais democrático do país vizinho

Para que possamos falar sobre ela, precisamos entendê-la. A primeira e única edição do torneio antes de ser reformulado e ser o que conhecemos hoje, foi na temporada de 1969/1970 no qual a equipe campeã foi o Boca Juniors, derrotando o Atlanta e se classificando para Copa Libertadores da América de 1970 a edição de 70 foi encerrada sem vencedores. Mas muito antes disso, existiram torneios mata-a-mata que foram sim encerrados e com campeões! Confira.

Pedro Pablo Ramirez foi presidente da Argentina nos anos de 1943 e 1944. (Foto: Correio Argentino)

Começaremos em 1943 com a Copa da República, também conhecida como Copa Pedro Pablo Ramírez, em homenagem ao presidente argentino da época que doou o troféu para competição.

A Copa da República tinha 50 equipes e foi disputada entre os dias 14 de novembro e 21 de dezembro daquele ano. Classificaram-se para as quartas de final, o Club Atlético General Paz Juniors, da cidade de Córdoba. O time atualmente disputa o torneio Federal C, equivalente a 5ª divisão do futebol argentino. O tradicional Newells Old Boys, de Rosário; San Martin de Tucúman, time do velho oeste portenho; o Rey de Copas, Independente de Avellaneda, que só ganharia sua primeira Libertadores 22 anos depois, o San Lorenzo de Almagro, time do Papa, que na época tinha apenas 8 anos de idade; um time quase amador, o Club Atlético Puerto Comercial, clube da pequena Ingeniero White, cidadezinha de 10 mil habitantes em Bahía Blanca na província de Buenos Aires. O também tradicional Huracán de Buenos Aires capital e um misteriosíssimo time chamado Regional da província del Chaco. Não encontramos informações sobre a agremiação.

Com os confrontos decididos, apareceram as supresas. O pequenino General Paz Juniors viveu a melhor época da sua história. Em Córdoba, a “poderosa equipe de 50” foi apelidada de “Poetas del Césped” pois tamanha era a qualidade do futebol apresentado e, não foi atoa que venceu o Newells por 3 a 2 garantindo-se nas semifinais. Na outra partida pelas quartas de final, mais um duelo de Davi e Golias. O San Martin de Tucúman – que nunca foi considerado uma equipe grande apesar de figurar no primeiro escalão do futebol argentino – contra o Independente. Vitória por 2 a 0 para Cijuras e garantido vaga na próxima fase.

Do outro lado da chave, deu à lógica e os grandes bateram os pequenos sem dificuldades. O San Lorenzo fez 4 a 1 no simpático Puerto Comercial. E o maior rival do Ciclón, o Huracán, massacrou o misterioso e desconhecido Regional del Chaco por 7 a 0.

Chegou às semifinais e, com um grande clássico no repertório! Na primeira partida o duelo dos “pequenos”, o surpreende General Paz Junior superou o San Martin com uma vitória apertada, 4 a 3 e partiu para final.  No clássico, o equilíbrio esperado, em campo neutro no Estádio do Chicarita Juniors, 2 a 2 com cara de clássico, três dias depois vitória do Ciclón sobre seu rival por 2 a 1 para enfrentar Los Poetas.

Na partida disputada dia 21 de dezembro, o time de Córdoba parecia estar sonhando em disputar uma final nacional contra o grandioso Ciclón, mas a realidade foi cruel, geleada histórica do Ciclón, 8 a 3 sagrando-se o primeiro campeão da Copa da República.

A trajetória do time do Papa foi dura antes de chegar na ”tranquila” final diante do time de Córdoba.

Na primeira rodada, vitória sobre o River Plate por 4 a 2. Na segunda rodada derrotou Estudiantes de La Plata 3 a 2 e tudo isso antes da enfrentar o Purto Comercial e bater o maior rival.

O troféu conquistado pelo Ciclón em 1943. (Foto: Correio Argentino)

Aos torcedores do Ciclón, essa foi a escalão campeã de 1943:

Mierko Blazina, Ignacio Díaz, Eduardo Crespi, Bartolomé Colombo, José Vanzini, Salvador Grecco, Isidro D’Adario, Ángel Zubieta, Juan Carlos Heredia, Rodríguez de Lara, Mario Fernández, Alfredo Borgnia, Tomas Etchepare, Rinaldo Martino e Francisco De la Mata. O treinador era o argentino Diego García.

No próximo capitulo da série, Copa da República de 1944 e a glória de San Martín!

Fährmann

Kauan de Paula

Curitibano, jornalista e designer em formação. Entusiasta de Barra Bravas e apaixonado pela cultura que cerca o futebol

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