Análise: A rotina de fracassos uruguaios
Torcedores uruguaios sofrem com rotina de fracassos dos clubes do país nas competições internacionais. Já são trinta e um anos sem títulos
Peñarol, Nacional e Wanderers. Os fracassos dos uruguaios nas competições de clubes internacionais chegam ao ápice no ano com o nome dos três times em evidência. A escassez de títulos chega a assustadores trinta e um anos. E as eliminações cada vez mais recorrentes e precoces.
Em 2019, Peñarol, Nacional, Defensor e Danubio representaram o Uruguai na Copa Libertadores da América. O Carbonero domina o futebol Charrúa há dois anos e meio. Mas a nível internacional segue em dívida. Sucumbiu pela sétima vez seguida na fase de grupos da competição.
O Nacional não vence o rival local a pelo menos dez clássicos. Além disso tem dificuldades para marcar território no próprio país. Ainda assim, surpreendeu com a classificação em um grupo onde o favorito Atlético Mineiro tinha dificuldades de evolução com o técnico Levir Culpi no comando. Nas oitavas, porém, o Inter dominou o Tricolor uruguaio como um clube grande domina um pequeno nos estaduais Brasil afora.
O Defensor fez um grande jogo na estreia do torneio. Segurou o Bolívar em casa, passou no tapetão pelo Barcelona de Guayaquil e resistiu pouco ao Atlético Mineiro na penúltima fase eliminatória.
O Danubio por sua vez, assustou mais o Galo. Porém seguiu com a sina de eliminações nas primeiras fases de torneios internacionais.
Na Copa Sul-Americana representaram o Uruguai: Cerro, Montevideo Wanderers, River Plate e Liverpool. O Peñarol, eliminado em terceiro na fase de grupos da Libertadores, entrou na segunda fase.
O Cerro, atolado em dívidas e com dificuldade até de manter-se ativo, superou o UTC Cajamarca do Peru. Parou no Wanderers na segunda fase.
O Wanderers foi o último uruguaio eliminado das competições internacionais. Perdeu os dois jogos para o Corinthians nas oitvas-de-final. Algo natural pela diferença de grandeza e realidade financeira dos dois clubes.
O River Plate conseguiu um fato histórico: eliminar o poderoso Santos de Sampaoli. Mas parou no Colon da Argentina na segunda fase.
O Liverpool tirou outro brasileiro, o Bahia. Na segunda fase venceu a partida de ida por 1 a 0 contra o Caracas da Venezuela. Perdeu fora de casa por 2 a 0 e saiu frustrado.
Por fim, o Peñarol eliminou o Deportivo Cali com dificuldade. E apanhou do Fluminense nas oitavas-de-final. Saiu mais uma vez em dívida internacional com a torcida.
Alguns fatores levam aos recorrentes fracassos dos clubes uruguaios nas competições internacionais:
– A crise política e organizacional do futebol uruguaio
– A crise financeira dos clubes que sofrem para encontrar saídas econômicas e sobreviver
– O fortalecimento econômico dos clubes brasileiros e argentinos.
– E a consequente alta diferença técnica entre as equipes.