Dupla BA-VI: A luta contra o rebaixamento com propostas de jogo semelhantes

Bahia e Vitória, ambos com a mesma proposta de jogo, baseada nos contra-ataques, e o mesmo objetivo: fugir do rebaixamento!

Os clubes que representam o futebol baiano na Série A do Campeonato Brasileiro estão na luta pela permanência na elite. Bahia e Vitória brigam, rodada após rodada, para se afastar da “zona da degola”.

No Bahia, Preto Casagrande estreou, ainda como interino, com um empate diante da Chapecoense. O técnico do tricolor baiano tem frente à equipe oito jogos: 3 vitórias, 2 empates e 3 derrotas. São 11 pontos conquistados em oito partidas disputadas sob o comando do Bahia, o aproveitamento de Preto é de aproximadamente 46%. Um aproveitamento baixo para um time que precisa pontuar bem e se livrar da zona de rebaixamento.

O alento em favor do técnico tricolor foram as vitórias diante do São Paulo, adversário direto na luta contra o Z-4, Vasco e Grêmio, que mesmo com a cabeça voltada para a Libertadores, não deixa de ser uma das melhores equipes da competição. A derrota para o Botafogo dentro da Fonte Nova e o empate contra o lanterna Atlético-GO foram os resultados menos significativos aos objetivos do Bahia de Preto.

O retorno de peças fundamentais na equipe tricolor

Nos últimos jogos, Preto contou com o retorno de peças importantes do elenco tricolor que estavam lesionados: Allione, Edigar Júnio e Hernane. Entrando no decorrer das partidas, a volta desses jogadores, principalmente Allione e Edigar Júnio, demonstra que serão fundamentais na luta pela salvação do Bahia.

Com isso, Preto pode se espelhar naquela equipe de Guto Ferreira, que encantou os olhos dos tricolores com um quarteto de frente formado por Allione, Régis, Zé Rafael e Edigar Júnio, como falso 9.

Desta maneira, a equipe de Preto Casagrande poderá aliar o entrosamento com às ideias do comandante técnico, com Allione e Zé Rafael pelos flancos auxiliando na marcação e oferecendo riscos aos adversários pelo setor, com Régis exercendo o papel meia-armador da equipe, o enganche.

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O ‘4-2-3-1’ de Preto sob o comando do Bahia

 

No Bahia dirigido por Preto atualmente, Zé Rafael e Mendoza fazem o papel dos homens de lado do campo, com Vinícius armando as jogadas ofensivas. O centroavante segue sendo Rodrigão, que mesmo apesar da sua estatura e expressão corporal, típico 9 alto, ‘troncudo’, consegue se movimentar bem no setor de ataque do Bahia.

A drástica mudança do Vitória após o comando de Vágner Mancini

Pelo lado rubro-negro, Vágner Mancini assumiu a equipe no empate por 0 a 0 diante do Cruzeiro, no Mineirão. Sob o comando de Mancini, o Vitória conquistou 17 pontos em nove partidas: 5 vitórias, 2 empates e 2 derrotas. O aproveitamento de Mancini é de 63%, uma boa média para quem quer fugir do rebaixamento.

É nítido que a chegada de Vágner Mancini ao rubro-negro baiano fez muito bem a equipe, que encontrou, por fim, uma maneira de enfrentar e ser competitivo diante dos adversários.

O mesmo que Preto tenta impor no Bahia, Vágner Mancini consegue colocar em prática no Vitória: as jogadas de contra-ataques

No Vitória, Mancini consegue fazer isso de uma maneira tão incisiva, que dos últimos 17 pontos conquistados para o rubro-negro, 13 deles foram atuando longe dos seus domínios, isso quer dizer que mais de 75% dos pontos que Mancini conquistou com o Vitória foi fora do Barradão.

As vitórias diante do Corinthians, Flamengo, Coritiba e Atlético-MG decretam uma melhora significativa da equipe sob o comando de Mancini. É preciso encontrar a fórmula para vencer dentro do Barradão, que sempre foi um aliado para o Vitória, porém nesta temporada não apresenta bons números diante do seu torcedor.

Com todos a disposição, o Vitória de Vágner Mancini muitas vezes atua com uma variação tática de ‘4-2-3-1’ para um ‘3-3-3-1’, muitas vezes, na recomposição, em um ‘5-3-2’. Aos adeptos, pode perceber que Ramon, zagueiro de origem atuando como “primeiro volante”, recua até a linha de defensores, liberando um pouco mais os laterais, de preferência do DT, Caique Sá e Juninho, ambos atualmente lesionados.

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O ‘3-3-3-1’ que Vágner Mancini encontrou para a melhora do Vitória

 

No vídeo a seguir, pode-se notar uma jogada rápida de contra-ataque do Vitória, na partida diante do Corinthians, quando Tréllez marcou o gol da vitória rubro-negra diante do então atual líder do Campeonato Brasileiro.

David puxa rápida transição pelo flanco esquerdo, passa para Neílton, o jogador cérebro desse time do Vitória, que oferece assistência para Tréllez bater cruzado e romper o arco do goleiro Cássio.

https://www.youtube.com/watch?v=i7qLOdHOu2E

Quando atacado, o Vitória se recompõe bem formando uma linha de cinco defensores atrás, com Ramon voltando para se infiltrar entre os zagueiros, mais à frente dessa linha de cinco, três homens, os dois que recompõem pelos lados, Iago e David, somando-se à Uillian Correia de volante, com a ideia de povoar a defesa, deixando apenas Neílton e Tréllez à frente para dar início aos rápidos contragolpes. Nessa transição, os jogadores pelos flancos também colaboram bastante para a velocidade nos contra-ataques.

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O ‘5-3-2’ defensivo do Vitória preparado para contra-atacar

 

Esse desenho tático do ‘5-3-2’ pode ser visto na imagem quando o Vitória foi atacado pelo Corinthians, atuando na Arena Corinthians. Naquele confronto os donos da casa tiveram bastante dificuldades para criar jogadas ofensivas.

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Com essa ideia de jogo, transições ofensivas rápidas partidas de contra-ataques e povoar a defesa, muitas vezes com cinco homens atrás e mais três “volantes” a frente desta linha, Mancini consegue arrancar alguns pontos fora de casa, fazendo com que o Vitória cresça exponencialmente na competição nacional.

E para vocês, tricolores e rubro-negros, qual seria o melhor estilo de jogo para a sua equipe seguir na Série A do Campeonato Brasileiro?

 

Michel Corbacho

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