Eduarda Amorim concede entrevista ao Esportes Mais

Da escola em Blumenau à melhor jogadora do mundo, Duda Amorim conta sobre sua trajetória no Handebol

O esporte nos proporciona momentos incríveis, e com a Duda não foi diferente. Em entrevista para o site Esportes +, a atleta da seleção brasileira de handebol conta um pouco sobre sua vida, a expectativa que espera nas Olimpíadas do Rio 2016. Nascida em Blumenau, a jogadora começou a carreira na escola e hoje conquista a Europa.

Duda foi eleita a melhor jogadora de handebol no ano de 2014, um marco histórico para um atleta. Além deste feito, ela foi a primeira brasileira a conquistar o título da Liga dos Campeões da Europa, defendendo a equipe húngara, Györi ETO. São 25 títulos no currículo entre clubes e seleção brasileira. O mundial de 2013, sem dúvidas, é o mais importante entre eles. Agora a jogadora de 29 anos quer chegar a disputa por medalhas nos jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que será disputado este ano.

Repórter: Duda, como foi seu começou de carreira no Brasil. Acha que poderia ter ficado mais no país?

Duda: Foi na escola mesmo, em Blumenau. Depois pela cidade e por último em São Paulo, antes de ir pra Europa. No Brasil tive a fundamentação, e foi um bom início da minha carreira. Mas não era profissional, lógico. Talvez mais um ano daria pra ficar no Brasil, depois disso a minha evolução seria mais lenta, por isso a necessidade de ir pra Europa.

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Títulos e mais títulos, Duda é a esperança de medalha nas olimpíadas junto com a seleção brasileira de handebol (Foto: Divulgação)

Repórter: Quando mudou para a Macedônia, como foi sua adaptação e o quanto aprendeu com o handebol macedônio?

Duda: Foi difícil, eles têm uma cultura diferente. Eu sentia falta de casa. A aceitação no time não foi das melhores, mas tudo passou. Eu já sabia que queria chegar no auge, e meu sonho e meu objetivo me seguraram firme. Aprendi muito a me adaptar melhor, tanto no handebol, que era muito mais dinâmico, quanto na vida.

Repórter: Atualmente você está no Györi ETO. A EHF Champions League é o campeonato mais importante entre os clubes. Qual a sensação de ser bicampeã?

Duda: É muita boa. Todo ano é uma jornada longa até chegar ao topo e nas últimas sete edições que eu estava no Györi Eto, 6 vezes meu clube ficou entre os 4. Então é bom trabalhar e obter resultado. Todo ano é diferente, todo ano temos atletas ou praticamente um time novo, então eu gosto do desafio.

Duda Amorim
Eduarda Amorim em ação com a camisa do Gyor (Foto: Divulgação)

Repórter: O que a seleção brasileira representa para você?

Duda: É uma honra fazer parte da seleção. E um sonho também. Participar de uma Olimpíada, ajudar a trazer um resultado expressivo pro país. É um orgulho imenso.

Repórter: O mundial de 2013 sem dúvidas foi o maior título já conquistado pelo Brasil. Na hora do apito final, o que passou pela sua cabeça?

Duda: Uma felicidade indescritível. Quando repenso lembro que foi um dos momentos mais felizes da minha carreira. Conquistamos algo imenso depois de tantas tentativas, foi realmente gratificante.

Repórter: Na hora que anunciaram que você era a melhor jogadora de handebol do mundo, qual foi sua reação?

Duda: Chorar, sorrir, me senti realizada e muito agradecida. Ser reconhecida foi importante pra mim. Fiquei muito feliz. Outra realização muito importante para mim e para a minha carreira.

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Duda recebeu o prêmio de melhor jogadora do mundo (Foto: Divulgação)

Repórter: Qual sua expectativa para as Olimpíadas do Rio 2016?

Duda: Boas. Estamos trabalhando bastante pra recuperar o que tínhamos no Mundial de 2013. Agora nas férias treinamos bastante, investindo na parte física. Amanhã nos reunimos e continuamos a parte tática. Vamos aproveitar muito nessa reta final. Temos o objetivo de medalhar então temos que estar focadas.

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Repórter: A Coreia eliminou o Brasil duas vezes nos playoffs das Olimpíadas. Caso aconteça um cruzamento no mata-mata entre as seleções, será um jogo especial para você e para o Brasil?

Duda: Independente do oponente vai ser especial. Temos que fazer um bom jogo e esse é nosso principal objetivo.

Repórter: Como você vê o futuro do Handebol Brasileiro e quem você aponta como uma possível substituta quando deixar as quadras?

Duda: Infelizmente não vejo um futuro bom pro handebol brasileiro. Cada ano que passa ouço mais reclamações sobre a Liga e a falta de patrocinadores. Talvez uma medalha olímpica possa mudar esse cenário. Para a Seleção Feminina não parei pra pensar ainda quem seria uma substituta. Todo ciclo muda de atletas. E nem todas as atletas tem chance ou um objetivo com a Seleção. Por enquanto, estarei trabalhando pra estar lá. Depois de uns dois três anos, posso citar alguém.

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Duda em treinamento pela seleção brasileira (Foto: Divulgação)

Repórter: Você vem conquistando títulos desde 2005, já está na história do handebol mundial. Está realizada com tudo que conquistou ou ainda tem mais coisas para conquistar? E os planos para o futuro?

Duda: Me sinto realizada sim, mas ao mesmo momento tenho sede de mais títulos. Falta uma medalha olímpica ainda. Mas todos os campeonatos que jogo quero estar no topo, trabalho pra ganhar. Quanto ao futuro, não me preocupo muito. Tenho alguns investimentos e esses vão me segurar até eu definir o que quero pós carreira. Primeira coisa, lógico, vou ser mãe, se Deus nos der essa alegria.

Veja também: 

Goleira da seleção brasileira de handebol, Babi Arenhart, concede entrevista ao Esportes +

Guia dos Jogos Olímpicos: Handebol 

Christian Castilho

Jornalista 32 anos Apaixonado por esportes

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