Elton Oliveira concede entrevista ao Esportes +
Sem clube, Elton mantem a forma jogando o Fut7 na cidade de Curitiba
O meia Elton Lexandro Oliveira Santos, 30 anos, concedeu uma entrevista nesta terça-feira, e contou um pouco da sua vida no futebol. Com passagens no Paraná Clube e clubes da Europa, o jogador está sem clube e joga o Fut7 para manter a forma.
Além dos títulos paranaenses, o jogador é um grande batalhador e sem empresário, traça seu caminho com suas próprias pernas. Confira a entrevista.
Christian: O Paraná Clube abriu as portas para você. Foram 14 anos prestando serviços. O que o clube representa e quem foi o técnico mais importante para você?
Elton: Eu cheguei no Paraná Clube criança, com 8 anos de idade e sai homem com 22 anos. Sempre torci pelo tricolor, então se tornou fácil jogar pelo clube. Ainda sonho em voltar a jogar lá. O Clube representa uma paixão, foram anos maravilhosos. O treinador mais importante durante esses anos todos, com certeza foi o Professor William Dallgna, paido atacante Ilan, que passou pelo Paraná, Atlético PR e jogou por muitos anos na França. Ele me treinou por 7 anos seguidos, e me formou como jogador.
Christian: Qual título marcou sua vida quando jogava pelo clube?
Elton: Eu tive a felicidade de ser campeão em todas as categorias. Dente de Leite, Mirim, Infantil, Juvenil, Junior e Profissional. O título mais importante foi o de titular no profissional, o sonho realizado de um menino torcedor/jogador em ver o Estádio cheio, andar no carro do corpo de bombeiro. Foi inesquecível.
Christian: Qual foi o motivo da sua saída, após 14 anos de clube?
Elton: A minha saída foi por encontro com a política do clube. O Paraná tinha um presidente que gostava dos jogadores da categoria de base e quando ele saiu foi substituído por um grupo de investidores. Muitos jogadores foram contratados, onde já não havia mais espaço para mim.
Christian: Você atuou pelo Guarani-SP, Gama, Resende e América-RJ. Qual clube você se adaptou melhor?
Elton: No Resende e no América. Me adaptei bem ao futebol carioca, após passagem pelo América, eu tive um período de 1 mês no Vasco da Gama, acabei não ficando por divergências do empresário com o presidente Eurico Miranda.
Christian: Você atuou pelo Lechia Dzierzoniow, clube polonês. Como foi sua passagem e adaptação por lá?
Elton: O futebol polonês é de muita força e velocidade. Não existe cadencia de jogo, eles encurtam os espaços e são ótimos taticamente. Cresci muito nesse aspecto, aprendi como jogar em vários esquemas táticos e posições diferentes.
Christian: Logo depois se transferiu para o Gaz Metan Medias, da Romênia. Como era sua relação com o clube, jogadores e torcida? Por que saiu?
Elton: Na Romênia eu fui muito feliz. Me adaptei rápido, aprendi a língua, fiz grandes amizades no clube. Joguei 80% dos jogos como titular. A minha saída foi complicada, tinha contrato até Julho de 2017, e estava jogando muito bem. Estava de férias e antes de voltar para a Romênia, eu recebei uma ligação do clube, falando que o treinador não me queria mais e que mandariam a rescisão. O clube passa por dificuldades financeiras, mas em nenhum momento houve um diálogo comigo sobre qualquer questão. Fiquei bastante chateado com essa situação.
Christian: Qual sua situação contratual?
Elton: Eu estou livre de contrato desde minha saída do Gaz Metan, tenho conversado com alguns empresários e amigos do futebol, enquanto isso eu mantenho a forma física treinando e jogando campeonato de fut7, que é muito forte em Curitiba.
Christian: Como é trabalhar sem um empresário?
Elton: Trabalhar sem empresário no futebol é muito desgastante. Depende muito de amigos e fazer contatos com pessoas que você não conhece, que conhece por indicações ou empresários freelance (Sem nada assinado), assim acaba tendo muitas portas fechadas.
Christian: Como você vê o futebol brasileiro hoje em dia?
Elton: Eu tenho visto evoluções em alguns clubes. No sentido tático principalmente, mas eu acho que deveríamos ter mais cursos de treinadores, mais intercâmbios para sempre estar evoluindo. Por outro lado, acho que tem muito para melhorar em organização. Países menores e menos desenvolvidos tem de 7 a 8 divisões e no Brasil só tem apenas 4, o que dificulta a vida de muitos jogadores e limita as oportunidades.
Christian: Quais os planos para o futuro?
Elton: Eu vou continuar com meus contatos, esperando alguma oportunidade de voltar a jogar. Eu faço isso desde meus 6 anos, conheço minhas qualidades e sei que tenho muito o que ajudar e crescer no futebol.