Opinião: o que será do tênis sem Roger Federer?

A carreira do suíço está cada vez mais perto do fim

Considerado por muitos como o maior jogador de todos os tempos e um dos maiores atletas da história, Federer é um exemplo de longevidade. Aos 38 anos, ainda é capaz de apresentar um tênis vistoso e competitivo, embora o vigor físico não seja o mesmo de outrora. A plasticidade, a habilidade e a inigualável técnica na execução dos golpes são as principais marcas do seu jogo. E foi com esse estilo que ele alcançou os recordes mais importantes do circuito e se tornou um verdadeiro embaixador do esporte, conquistando uma legião de fãs pelo mundo.

A temporada de 2019 mostrou um Federer oscilante. Em alguns momentos, o suíço elevou o nível e conseguiu jogar o seu melhor, mas em outros se mostrou bastante errático e sem o habitual jogo de pernas. Apesar disso, o saldo foi positivo. Conquistou o 100º título da carreira em Dubai, levou Miami, fez um ótimo retorno ao saibro após três anos sem jogar no piso, e ficou a um ponto de conquistar sua nona taça na grama sagrada de Wimbledon. Terminou o ano como nº 3 do ranking da ATP e terminou o ano pela 16ª vez entre os 8 melhores do mundo.

O próximo ano é uma incógnita. A turnê que o suíço realizou na América Latina levanta questionamentos, afinal ele desembarcou por aqui apenas dois dias após o ATP Finals. Muitos pensam que pode ser o início de uma despedida, já que ele nunca disputou competições oficiais em países latinos e nunca escondeu a vontade de conhecer novos locais para jogar durante o tempo que lhe resta como profissional. Além disso, a exibição que fará com Rafael Nadal em fevereiro de 2020 na África do Sul já foi confirmada.

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Federer saudando o público mexicano após a histórica partida de exibição com Zverev. (Foto: A Bola)

Federer já anunciou que não jogará a ATP Cup, e provavelmente não chegará com o mesmo ritmo dos anos anteriores no piso rápido da Austrália para começar a temporada. De início, seu calendário está preenchido até os Jogos Olímpicos de Tóquio.

 

A dúvida que fica é se realmente o mundo do tênis está realmente preparado para perder um dos seus grandes protagonistas. Por onde vai, Federer é certeza de grande faturamento e sucesso de público. No último dia 23 de novembro de 2019, o suíço levou 42.517 pessoas para um jogo de exibição na Cidade do México, batendo o recorde de maior público já registrado na história do esporte. A Laver Cup, competição que o próprio idealizou, é uma prova de que sua popularidade é inquestionável. Será que Nadal e Djokovic serão capazes de manter o circuito em alta? Será que as estrelas que surgem irão conseguir gerar repercussão parecida e atrair os amantes do tênis?

O fato é que 2020 tem tudo para ser um ano de mudança radical no circuito. É difícil imaginar um Big 3 tão dominante como nos vários anos anteriores. Thiem, Tsitsipas, Zverev e Medvedev já pedem passagem, embora Nadal e Djokovic ainda cheguem com mais força em partidas disputadas em melhor de cinco sets. Enquanto isso, Federer se torna cada vez mais azarão e menos cotado aos grandes títulos. A hora do adeus nunca esteve tão próxima, e resta agora saber como o circuito masculino se comportará perante esse vazio. O futebol permaneceu sem Pelé, o boxe sem Ali, a F1 sem Senna, então a tendência é que com o tempo novos nomes de peso apareçam para representar o tênis. Infelizmente todo ciclo tem seu fim e todos devem estar preparados para lidar com isso.

Foto principal: ATP

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Fernando Pimentel

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