Raio X da Decisão: Flamengo x Fluminense disputam titulo carioca

Comparamos os possíveis titulares da final deste domingo e apostamos em quem pode se destacar nas duas partidas

Neste domingo (30), Flamengo e Fluminense fazem o primeiro jogo da decisão do Campeonato Carioca. As duas melhores equipes do Cariocão farão um duelo de estilos. O Rubro-Negro é o time da posse de bola, que busca construir jogadas pela cadência. Já o Tricolor joga um futebol mais intenso, vertical. Então, nada mais justo do que comparar os responsáveis pelo sucesso das duas equipes: os jogadores e treinadores.

Goleiros:

Dois bons arqueiros, com passagem pela seleção brasileira, mas que não vivem um bom momento. Assim pode ser definido o início de ano de Alex Muralha e Diego Cavalieri. O goleiro do Flamengo vem de um ano espetacular: foi um dos melhores do ano passado e ainda convocado por Tite no ano passado, Muralha tem feito atuações abaixo do esperado. Na última partida do Flamengo, falhou em dos gols do Atlético-PR, na derrota por 2 a 0, pela Libertadores, e já não conta com toda a confiança do torcedor.

Já Cavalieri ficou parado por mais de cinco meses, após uma grave lesão muscular. Assim que voltou, cometeu algumas falhas em jogos do Fluminense e, vez ou outra, perde espaço para o reserva Julio César. Os seis anos de clube e as boas atuações em temporadas anteriores não evitam que o goleiro paulista seja criticado pela torcida, que pede a efetivação de Julio César entre os titulares.

Dentro desses fatores, Alex Muralha sai ligeiramente na frente de Cavalieri. Ponto para o Flamengo.

Laterais direitos:

A raça versus a qualidade. De um lado, Pará. Raçudo, dedicado e taticamente aplicado, o lateral rubro-negro caiu nas graças da torcida, superando um tecnicamente superior Rodinei. Sempre com atuações muito seguras na defesa e sem comprometer no apoio, Pará é peça-chave no esquema de Zé Ricardo e vai ser ainda mais importante para segurar as investidas e inversões dos pontas tricolores.

Do outro lado, Lucas. Habilidoso e muito bom no apoio, o defensor tricolor parece ter esquecido péssima temporada que fez pelo Cruzeiro, assim que pisou nas Laranjeiras. Contra o próprio Flamengo, na final da Taça Guanabara, Lucas marcou um belo gol. Assim, ele vem mostrando que está em excelente forma e pode ser ainda mais importante para o Fluminense.

No duelo entre raça e qualidade, vence a técnica de Lucas. Ponto para o Fluminense: 1 a 1.

Zagueiros:

No miolo de defesa, as duas equipes têm ido razoavelmente bem. Do lado do Flamengo, com a má fase de Rafael Vaz, Donatti parece ter vencido a disputa pela vaga, ao lado de Réver. Já no Fluminense, Henrique e Nogueira têm demonstrado muita firmeza, quando atuaram juntos.

No duelo de capitães, Réver leva vantagem sobre Henrique. Desde que veio do Internacional, o defensor tem feito partidas muito boas, ganhou respeito dentro dos corredores do Ninho do Urubu e é peça essencial do Flamengo. Já Henrique demorou a se firmar nas Laranjeiras, e após partidas ruins, começou a mostrar mais da capacidade que tem nesta temporada.

Já no lado esquerdo da defesa, Donatti leva vantagem sobre Nogueira. Apesar das boas atuações, a inexperiência do zagueiro tricolor pesa no duelo com o argentino. Donatti tem no currículo o prêmio de melhor defensor da América e tem feito boas partidas nesta temporada.

Dito isto, mais dois pontos para o Flamengo: 3 a 1.

Laterais esquerdos:

Um dos grandes acertos das duas equipes são as laterais esquerdas. Com a saída de Jorge para o Monaco, o Flamengo viu no peruano Miguel Trauco o substituto a altura para o garoto da base. Com oito assistências no ano, quatro delas no Carioca, Trauco mostrou que pode, sim, ser importante no elenco rubro-negro.

Já o Fluminense, depois de tanto penar, encontrou na base alguém capaz de assumir o lado esquerdo tricolor. Léo tem feito partidas muito seguras e ainda marcou um gol, na vitória por 3 a 0, sobre o Vasco, na semifinal do Cariocão.

No duelo entre os dois, acabam pesando as assistências do Peruano. Ponto para o Flamengo: 4 a 1.

Volantes e meias:

As diferenças entre tricolores e rubro-negros começam no meio de campo. Os ditos primeiros volantes de ambas as equipes têm características completamente distintas. Enquanto Márcio Araújo se resume apenas a desarmar e dar passes curtos, Orejuela é o famoso “regista”: desarma, tem qualidade no passe e ainda chega a frente, tornando o jogo do Fluminense ainda mais fluido.

Um pouco mais a frente, o duelo é entre Rômulo e Wendel. O experiente volante ainda não disse a que veio no Flamengo. As atuações de baixo nível técnico têm sido muito distantes do que o fez chegar à Seleção Brasileira, quando estava no Vasco. Já o jovem tricolor assumiu a titularidade, depois da lesão de Douglas, e não saiu mais. Com atuações seguras e gols, Wendel mostra a cada jogo que tem um futuro brilhando pela frente.

No comando do meio de campo, dois excelentes jogadores: Willian Arão e Junior Sornoza. Com a lesão de Diego, Arão se tornou a peça criativa do Flamengo. Apesar da grande capacidade técnica e da facilidade que tem para chegar ao ataque, o flamenguista acaba perdendo para o meia equatoriano, que é líder de assistências no campeonato (6) e é mais acostumado a jogar com mais liberdade no meio-campo.

Com o meio de campo tricolor superando o flamenguista, mais três pontos para o Fluminense: 4 a 4.

Atacantes:

Na ponta direita, a comparação chega a ser um tanto injusta. Do lado flamenguista, o questionado Gabriel não mostrou serviço desde que chegou ao clube, em 2013. Com atuações ruins e muitos erros cometidos, o jogador é muito criticado pela torcida, mas conta com a confiança de Zé Ricardo.

Já Richarlison, é o vice-artilheiro do campeonato, com oito gols, e finalmente, compensou o investimento feito pelo Fluminense no futebol dele. Além do potencial ofensivo, Richarlison também é importantíssimo no sistema defensivo. De acordo com o Footstats, ele é o atacante com mais desarmes no Cariocão.

Na ponta esquerda, dois dos jogadores mais dribladores do estado. Se tem uma coisa que Everton e Wellington Silva são, é abusados. Os dois partem para cima, exploram demais as habilidades que têm e incomodam muito os defensores adversário. Além do potencial criativo, tanto um, quanto o outro, demonstram muita consciência tática, recompondo na defesa e colaborando em todos os setores.

Na frente, dois centroavantes com estilos diferentes, mas que têm vivido excelentes momentos. Paolo Guerrero honra o sobrenome como poucos: disputa a bola como um prato de comida, não tem medo de dividida. Além do estilo “guerrero”, o atacante também tem muita qualidade técnica e é decisivo como poucos no futebol brasileiro. Não a toa, é artilheiro do Cariocão, com nove gols.

Do lado tricolor, Henrique Dourado também vive bom momento. Apesar de ser um brigador, assim como Guerrero, o atacante não é técnico como o peruano, peca em muitos aspectos, mas é muito oportunista. São cinco gols no campeonato e, se não fosse a lesão que o deixou de molho por um bom tempo, seriam mais.

Com o empate entre Wellington e Everton e as vitórias de Richarlison e Guerrero, dois pontos para cada um: 6 a 6

Treinadores:

Se as duas equipes vivem bons momentos no ano, muito disso passa pelos dois técnicos. O jovem Zé Ricardo vai para a sua segunda temporada a frente do Flamengo. Após o bom Brasileirão ano passado e de bons resultados esse ano, o treinador flamenguista ainda não está tão seguro no cargo e uma derrota na decisão pode tornar as coisas mais complicadas para ele.

Já Abel Braga volta ao Fluminense pela terceira vez como técnico e tem mostrado resultados excelentes, com o jovem elenco que tem nas mãos. Mesmo sem Gustavo Scarpa, o craque do time, levou a equipe até as finais do Cariocão, e caso vença, se consagra ainda mais na história tricolor.

Tendo em vista a confiança no cargo, além da experiência de Abel, 6 a 7 para o Fluminense.

Pedro Chagas

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