Vinícius Café acerta com equipe de Fut7 em Portugal

O brasileiro Vinícius Café está de casa nova. Após retornar para Portugal, onde já morou e defendeu clubes no futebol de campo, o jogador agora irá defender o Ousadia FC na Mini Football Portugal, a única competição de Fut7 do país vinculada a Federação Portuguesa de Futebol, uma liga oficial com patrocínio de grandes marcas.

Como o convite surgiu de última hora, Vinícius Café investiu pesado na preparação física para chegar bem na estreia, prevista para o próximo domingo (06), diante do Braveiros FC.

“Sinceramente, no Fut7, não (esperava o convite). Desde já, agradeço a todo o staff do Ousadia Fut7 e ao Marllon Manfredo, um dos destaques do clube este ano. Agradeço pelo convite e pela confiança no meu trabalho”, concluiu.

Para conseguir o condicionamento ideal o quanto antes, Vinícius Café, que sempre cuidou muito do corpo, investiu em uma parceria com profissional da primeira linha, Marcus Manfredo.

“Estou me preparando com um dos melhores preparadores de alta performance da Europa, o Marcus Manfredo. Tenho evoluído bastante e estou confiante”, destacou Café.

Licenciado em Educação Física, o profissional fez mestrado em alto rendimento focado em trabalhar com atletas. Marcus já foi treinador em várias equipes, inclusive, atualmente está a frente do Valecambrense, mas nas horas vagas faz preparação com jogadores.

“Todo atleta que já esteve envolvido com alta performance possui memória muscular associada ao processo, que é a capacidade que o corpo tem de reter informações sobre atividade física. Isso faz com que o processo de adaptação a contexto de performance seja muito mais rápido. No caso do Vini e de modo geral fazemos numa abordagem inicial uma avaliação fisiológica para perceber se o atleta possui algum trauma ou lesão que atrapalhe o processo”, explicou.

Marcus Manfredo ainda destacou que após isso existe uma segunda fase, com um rastreio nutricional para ajustar a alimentação e acelerar a perda de peso. Em seguida, na terceira fase, é a hora dos treinos específicos.

“No caso do Vini tudo se tornou mais fácil porque ele apresentou uma leve queixa de dores no tornozelo que buscarmos resolver, em seguida houve empenho e dedicação máxima em cada fase do processo, ele é obcecado por vencer e trabalha na red line a todo momento, em alguns momentos tivemos que freá-lo para evitar uma lesão. Podemos dizer que neste momento ele está a 70% da sua capacidade, mas tem evoluído depressa fazendo 5 sessões semanais. A performance é sempre escalável”, completou.

Questionado sobre diferenças no futebol brasileiro e português, Marcus destacou que as grandes escolas de futebol na Europa está muito a frente na valência física.

“Na Europa a periodização é algo que eles levam muito a sério. Aqui os atletas começam desde os 4 anos de idades e até os 18/19 tudo que lhes são ensinados são previamente estudados, existe metodologia científica por trás. Por exemplo… dos 4 aos 8 eles jogam fut 5 e são ensinados a introdução ao futebol. Dos 9 aos 12 eles jogam fut 7 e já começam a ser introduzidos no contexto físico e tático. Com 13 e 14 anos jogam futebol de 9 e já percebem amplamente quase todas as fases do jogo. A partir dos 15 são introduzidos a 100% em contexto de performance. O Brasil está longe de ter metodologia e periodização similar. Eu lembro que quando tinha 8 anos me soltavam pra correr em um campo de 100 metros”, opinou.

Sobre recursos, Marcus Manfredo considera que as principais ligas da Europa se equiparam aos clubes de primeira linha no Brasil, mas no modo geral Portugal se sobressai pelos profissionais.

“Portugal está a frente, sobretudo por ter mais profissionais qualificados por metro quadrado. Na universidade que fiz Mestrado em treino de alto rendimento, por exemplo, saem 40 mestres por ano, e alguns deles nem empregos conseguem logo de tanta concorrência. Mas acredito que nos próximos 10 anos já teremos o Brasil concorrendo com as grandes escolas da Europa”, finalizou.