Treinador Gustavo Rodrigues concede entrevista exclusiva

Jovem, Gustavo Rodrigues acumula conquistas já no inicio de sua carreira

Gustavo Marcos Rodrigues é natural de Divinópolis e tem 32 anos de idade. Formado em educação física, o treinador atualmente comanda a equipe sub-20 do Araxá Esporte Clube, de Minas Gerais.

Gustavo iniciou a sua carreira no Divinópolis, e logo as glórias começaram, com a classificação da equipe para a fase final do Campeonato Mineiro. No ano de 2010, Gustavo passou a ser auxiliar do Guarani, e ajudou a equipe a subir para a primeira divisão do Campeonato Mineiro, se sagrando campeão do Modulo II.

O treinador também passou pelo Nacional de Nova Serrana como auxiliar, e se sagrou Campeão Mineiro da 2ª Divisão no segundo semestre de 2010, e foi vice-campeão do Módulo II no ano seguinte, conquistando o acesso a primeira divisão de Minas Gerais, o terceiro acesso em três anos.

Com um currículo promissor e cheio de conquistas, Gustavo Rodrigues temos a honra de realizar um bate papo interessante com o treinador, confira abaixo.

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Esportes Mais: Qual o motivo de abandonar os gramados tão jovem para se tornar treinador?

Gustavo Rodrigues: O motivo maior de eu ter abandonado a carreira de atleta foi ter visto que as coisas não estavam acontecendo da forma que eu pensava e o tempo estava passando. Sempre tive o sonho de construir uma carreira no futebol e sabia da oportunidade de trabalhar como treinador. Inscrevi e passei no curso de Educação Física na Universidade de Itaúna e agora estou em busca de meus sonhos como treinador.

Esportes Mais: Como é trabalhar com garotos da base? Existe mais dificuldade do que trabalhar com profissionais?

Gustavo Rodrigues: Trabalhar com atletas jovens é algo que gosto muito, iniciei meu trabalho na base e aqui estou até hoje. Acredito que é uma fase importantíssima, pois você tem a oportunidade de lapidar um jogador, poder contribuir na formação profissional e pessoal de uma pessoa. Na base é muito legal acompanhar este desenvolvimento, serve muito de aprendizado para mim também, tanto pessoal quanto profissionalmente.

No profissional os atletas já são, em sua maioria, formados, tem seus vícios e sua maneira de jogar definida. A parte boa é que no profissional é mais fácil passar ideias e treinamentos e o lado ruim é quando o jogador está jogando no profissional mas ainda não se porta como tal.

Esportes Mais: Mesmo jovem, você já acumula diversos títulos e brilhantes campanhas.  Como é o seu estilo de jogo preferido?

Gustavo Rodrigues: Graças a Deus estamos colhendo bons resultados, mas tudo questão de trabalho, humildade e perseverança. Não teria conquistado nada sem minha comissão e sem a adesão dos atletas no trabalho. Meu estilo de jogo preferido é uma equipe sempre aguerrida, que marca forte, se dedica e tenha aplicação tática e queira sempre ganhar o jogo. Sempre trabalhei no interior de Minas e, devida a diferença de estrutura com as equipes da capital, temos que tentar vencer por meio da vontade e disposição tática.

Esportes Mais: Na Copa SP, você fez uma boa campanha com o Araxá. Como foi a preparação?

Gustavo Rodrigues: Apesar de termos feita uma ótima campanha na copinha, nossa preparação não foi da maneira que esperávamos. Sabia que teria muito pouco tempo de preparação e então usei a fase final do Campeonato Mineiro como forma de teste e preparação da equipe, pois ao fim do estadual ficamos muito tempo parado e nos reapresentamos muito perto da copinha. Devido ao pouco tempo, trabalhamos de forma muito intensa e contamos com a dedicação dos atletas, que sabiam da importância da Copa SP e da qualidade de nosso grupo, para chegar onde chegamos.

Esportes Mais: Este ano, um treinador jovem ganhou destaque no cenário do futebol com um estilo inovador, o Fernando Dinis, no Audax. O que você acha do estilo das equipes dele, de mais posse de bola e até mesmo perigoso? Acha que pode dar certo em uma equipe considerada grande?

Gustavo Rodrigues: O Fernando é um treinador jovem, que teve uma ótima carreira como atleta e seu estilo de trabalho é inovador para o país. Eu gosto muito e me espelho em alguns aspectos do time dele, como a ousadia, posse de bola e como os jogadores reservas entram e já se acostumam com o estilo de jogar.

O estilo é um pouco perigoso, principalmente com o goleiro participando muito da partida, mas isso é questão de treinamento. Creio que pode sim dar certo em uma equipe grande e ele ter ainda mais destaque.

Esportes Mais: No Brasil, vemos na base muitos garotos já querendo ser um Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo. Você acha que se eles pensassem em primeiro ser um Renato Augusto, Elano, Alex, eles melhorariam os seus fundamentos básicos?

Gustavo Rodrigues: Penso que não só no Brasil, mas no mundo todo os atletas sonham em ser uma grande estrela do nível dos melhores do mundo. Pensar em ser uma estrela é legal, mas penso que antes disso o atleta tem que pensar nele mesmo, buscar seu estilo próprio de jogo, ver o que estes atletas tem de melhor e tentar formar sua maneira de jogar, pensar e ser. Mas o importante é lembrar que quem está hoje no mais alto escalão trabalhou muito para chegar lá, se dedicou, abriu mão de muita coisa, passou por dificuldades e nunca desistiu. Futebol não é para quem quer, é para quem trabalha muito e vai atrás de seu próprio espaço.

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Esportes Mais: No Brasil vemos muitas joias irem embora cedo. Qual o motivo disso?

Gustavo Rodrigues: Creio que são vários os motivos para estas precoces saídas. A parte financeira, uma ilusão por parte da cabeça dos atletas e dos empresários e a necessidade dos clubes por dinheiro. Cada caso é um caso, mas creio que muitos queimam etapas e saem do país sem estarei devidamente maduros e formados, o que atrapalha muito quando chegam na Europa.

Esportes Mais: Como você se atualiza no futebol? Busca cursos e coisas do tipo?

Gustavo Rodrigues: Busco me atualizar por meio de cursos, livros, materiais na internet e estar sempre vendo campeonatos ao redor do mundo. Os meios de comunicação e fontes de materiais são várias atualmente, cabe ao profissional saber de fato qual destes novos conhecimentos ele tem condição de aplicar em seu dia a dia e em seu clube.

Esportes Mais: Você se espelha em algum treinador?

Gustavo Rodrigues: Penso que em nossas vidas nós temos que se espelhar em pessoas de alto nível. No meu meio profissional os espelhos são, aqui no Brasil Mano Menezes e Tite e fora do país o Guardiola. Mas, da mesma forma que disse em relação aos atletas se que se espelham nas estrelas, eu busco ler sobre o trabalho destes treinadores consagrados e buscar minha própria forma de trabalho.

Wesley Contiero

Jornalista, 30 anos, natural de Lins, interior de São Paulo.

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