Bellucci é flagrado em antidoping e estará fora do Australian Open
Thomaz Bellucci está desde agosto e anunciou que foi flagrado no antidoping em setembro, retornando as quadras em fevereiro
O tenista brasileiro Thomaz Bellucci, atual 112º do ranking da ATP, anunciou nesta quinta-feira (4/1) que foi flagrado no exame antidoping, recebendo uma suspensão de cinco meses. Bellucci foi pego em julho de 2017, durante o torneio de Bastad, na Suécia, por uso da substância hidroclorotiazide, um diurético proibido por ser um agente mascarante. Como não atua desde agosto, devido a uma lesão, volta as quadras em fevereiro.
“Provei que não tive culpa nenhuma. Jamais tomei algum tipo de suplemento ou qualquer outra substância que fosse me favorecer ou que fosse infringir as regras do fair-play do esporte. Nunca poderia imaginar que um multivitamínico feito por uma farmácia de manipulação pudesse sofrer contaminação cruzada em doses mínimas. Sempre tomei todos os cuidados e respeitei as regras do esporte. Foi justamente em um momento que eu estava me recuperando de lesões e fazendo transição importante na minha carreira, de me mudar para a Flórida, montar uma base de treinamentos lá para atingir o meu máximo potencial no circuito nos próximos anos” – afirmou em nota oficial.
Em sua defesa, Bellucci alegou que houve contaminação por conta da farmácia de um suplemento polivitamínico que costuma consumir regularmente. Ele vai processar o laboratório do Rio de Janeiro que não teve o nome divulgado.
“Eu suo para caramba. Não tem sentido eu tomar diurético. Faço os maiores esforços porque já tenho perda excessiva de peso” falou o tenista.
A Associação de Tenistas Profissionais (ATP) e a Federação Internacional de Tênis (ITF) vão formalizar a suspensão de Bellucci na sexta-feira (5/1), em documento oficial. A defesa de Bellucci durante o processo sigiloso foi feita pelo advogado Pedro Fida, o mesmo do caso de doping do atacante peruano Paolo Guerrero, do Flamengo. As partes chegaram a um acordo no dia 31 de dezembro, sem a necessidade de um julgamento, segundo Fida.
“Após longa análise dos fatos pela ITF (Federação Internacional de Tênis), a entidade optou por uma pena branda, de cinco meses, o mínimo possível em um caso desses, que poderia ser de até quatro anos, tendo levado em consideração a diligência e a reputação do Thomaz, bem como todas as provas médicas e científicas apresentadas, somadas ao consumo não intencional da substância e à ausência de melhora da performance. A ITF advertiu Thomaz com essa baixa sanção pois entendeu que ele deveria ter checado a procedência do multivitamínico, verificado se a farmácia de manipulação cumpria com as normas regulatórias e se era confiável” explicou o advogado.
Bellucci foi notificado do doping no dia 18 de setembro, quando estava na China, se preparando para o ATP de Shenzen. O tenista então voltou ao Brasil para tratar uma lesão no tendão de Aquiles e preparar sua defesa. Ele enviou amostras do polivitamínico contaminado a laboratórios dos Estados Unidos e do Canadá, que comprovaram a contaminação, segundo seu advogado. O atleta também passou por exames de urina e cabelo fora do país para comprovar que não fez uso de substâncias proibidas para melhorar sua performance.
“Não tinha cabeça para continuar jogando (quando fui notificado). Queria cuidar disso pessoalmente. Queria provar que eu não tinha nada com aquela situação. E ainda estava voltando de lesão, não estava 100% confiante” disse o tenista.
A suspensão de Bellucci é válida até 31 de janeiro e, por este motivo, o jogador estará fora do Australian Open. Em fevereiro, deverá disputar a gira da América do Sul, iniciando no ATP de Quito, no dia 5 de fevereiro, além do Rio Open, entre 19 e 25 de fevereiro, e o Brasil Open, na semana seguinte.