Retrospectiva Atlético MG 2016: mais um o ano no quase

O ano do Atlético Mineiro foi marcado por futebol ruim, vice-campeonatos e frustrações para todo lado

O ano de 2016 do Atlético foi no mínimo frustrante. Marcado por decisões equivocadas, o time alvinegro montou um elenco superior a quase todos os times do país, mas essa fama ficou apenas no papel.

Muitas contratações foram feitas e somente algumas delas renderam o que era esperado. Robinho e Fred se destacaram em meio aos que chegaram, enquanto Cazares e Clayton não renderam nem perto do que todos imaginavam.

Vice-campeão mineiro, eliminado na fase de grupos da Primeira Liga, eliminado nas quartas de final da Libertadores, 4º colocado no Campeonato Brasileiro e vice-campeão da Copa do Brasil. Este foi o ano do Atlético, que ficou mais uma vez no quase.

Campeonato Mineiro

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(Foto: Bruno Cantini)

O Uruguaio Diego Aguirre chegou ao clube em 2016, substituindo o técnico Levir Culpi. O novo treinador foi contratado com o objetivo de arrumar o sistema defensivo e acabar com o famoso “galo doido”.

Durante todo o Campeonato Mineiro o time não mostrou um bom futebol. Totalmente desorganizado, sem padrão de jogo e criando poucas jogadas coletivas, o Galo vivia de boas atuações dos seus craques (Problema que persistiu até o fim do ano).

Sem jogar bem, era nítido que uma hora as peças não iriam corresponder e isso aconteceu já na 3ª e 5ª rodada, quando o time empatou sem gols com o Guarani e perdeu para a URT por 1 x 0, ambas fora de casa. Na 7ª rodada, mais um resultado ruim. Empate com o América MG, que vinha fazendo uma péssima campanha, jogando no Independência, mas com mando de campo do adversário.

Na 9ª rodada mais um resultado ruim, derrota no clássico contra o Cruzeiro, desta vez jogando em casa. Para finalizar com chave de outro essa primeira fase horrível, derrota para o Tricordiano por 4 x 2, dentro do Independência.

Ao fim da primeira fase o Atlético ainda assim terminou na 2ª colocação, atrás apenas do rival, Cruzeiro, com 20 pontos, 6 vitórias, 1 empate e 3 derrotas. Muito pouco para um clube do tamanho do Galo.

Na semifinal da competição o adversário foi o URT. O confronto terminou com a classificação do Galo, após empatar fora de casa em 2 x 2 e vencer em casa por 2 x 0.

Na grande final a empolgação era grande, mesmo depois da primeira fase ruim. O duelo contra o América serviu apenas para atestar a incompetência do time do Atlético. Após perder vergonhosamente a primeira partida por 2 x 1, no Independência, empatamos por 1 x 1 no Mineirão, resultado que deu o título ao América Mineiro, que mereceu essa conquista mais do que nenhum outro time.

Copa Libertadores da América

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(Foto: Divulgação/CAM)

Muitos imaginavam que o Atlético brigaria até o fim pela conquista da Libertadores, mas o que vimos foi um time com a mesma postura do Campeonato Mineiro.

O Galo teoricamente teve vida fácil em seu grupo na competição, que tinha Colo Colo (CHI), Independente Del Valle (EQU) e Melgar (MEX). A campanha apresentada foi de 4 vitórias, 1 empate contra o Colo Colo e 1 derrota diante do Del Valle, classificando em 1º lugar no grupo 5.

Nas oitavas de final o adversário foi o cascudo Racing (ARG) e o confronto foi decido novamente através da individualidade de seus jogadores. Após empatar sem gols na Argentina, o Atlético quase foi eliminado em casa, mas conseguiu uma vitória suada por 2 x 1. Passando para a próxima fase da competição.

Mesmo com todos os problemas, a equipe alvinegra estava aonde deveria estar, mas isso não durou muito, bastou enfrentar um time com camisa pesada para ser eliminado. As quartas de final contra o São Paulo foi emocionante e por um momento o mundo todo achou que a classificação viria.

Após perder por 1 x 0 no Morumbi, a decisão veio para o Horto e depois de muita pressão atleticana o time não conseguiu o resultado, vencendo por 2 x 1, resultado que não classificou o Atlético pelo gol sofrido em casa.

Ao fim do jogo o ar era de satisfação, porque o time se realmente se esforçou pela primeira vez no ano, mas a demissão, seguida de uma polêmica declaração do técnico Diego Aguirre após a eliminação, jogou um balde de água fria na torcida.

“Vinte dias atrás pedi para sair do clube. Pedi ao Daniel (Presidente do Atlético), ele pediu que ficasse, disse que tinha um jogo importante pela Libertadores com o Racing. Achei justo, mas pedi que falássemos quando acabasse a participação na Libertadores. Tivemos uma reunião, um contato, uma coisa que decidi fazer, mas reitero o agradecimento a todos.” – disse Aguirre ao lado de Nepomuceno, em coletiva após a demissão.

Essa declaração trouxe à tona toda a incompetência da diretoria, que manteve um técnico fraco, inseguro e sem vontade, para comandar o time em uma libertadores em que tínhamos totais condições de vencer, vide o fraco Independente Del Valle, adversário do Galo na fase de grupos, que perdeu a final para o Atlético Nacional.

CAMPEONATO BRASILEIRO

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Foto: Gazeta Press

O técnico Marcelo Oliveira assumiu o time alvinegro na segunda rodada do Brasileirão e seu inicio foi devastador, somando 7 jogos sem vitória. Após essa sequencia ruim o time conseguiu quatro vitórias seguidas e deslanchou no campeonato. Algumas derrotas vieram, mas com uma boa campanha em casa e uma vitória fora, contra o Palmeiras, o Atlético se candidatou ao título.

Após o final do primeiro turno o Galo era 2º colocado e estava apenas 1 ponto atrás do líder Palmeiras. Logo na rodada seguinte uma derrota para o Santos por 3 a 0, jogando na Vila Belmiro, mudou o astral do time alvinegro, que começou a ser questionado pela forma com que jogava.

Sai treinador, entra treinador, a receita era a mesma. Zaga avançada e exposta, volante avançando demais, lateral no ataque, uma desorganização total, que era sustentada pelos craques que resolviam na frente.

Aos poucos o ritmo do time começou a cair, jogadores se mostraram insatisfeitos, sem contar às lesões que atrapalharam ainda mais o Atlético. Enquanto o Palmeiras se mantinha na ponta, seguido do Flamengo, o Galo se arrastava no campeonato e o título foi ficando cada vez mais difícil.

Envolvido também na Copa do Brasil, a classificação direta para a Libertadores passou a ser prioridade, independente da competição que fosse, mas estava claro que o planejamento estava equivocado.

Aos poucos o Atlético foi dando total atenção a outra competição, chegando a poupar jogadores em partidas importantes. A única esperança do time eram os jogos contra Flamengo e Palmeiras, em casa, que poderia diminuir a vantagem e talvez chegar a um improvável titulo, mas isso não aconteceu. As duas partidas terminaram empatadas e o time viu todo um ano de luta ser jogado fora.

No fim, a atenção se voltou para a Copa do Brasil, e o Atlético terminou na 4ª colocação, atrás de Palmeiras, Santos e Flamengo.

COPA DO BRASIL

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Cazares marca gol do meio de campo contra o Grêmio (Foto: Diego Guichard)

Há quem pense que a Copa do Brasil feita pelo Atlético foi boa, alguns pensam que o caminho foi fácil, mas não foi não, o próprio time dificultou muito as suas partidas, levando sufoco em quase todos os jogos.

Nas oitavas de final o adversário foi a Ponte Preta e o Galo já poderia ser eliminado ali mesmo, quando empatou em casa em 1 x 1 e perdia por 2 x 0 até os 30 minutos do segundo tempo. No fim, Lucas Pratto decidiu e a partida terminou empatada em 2 x 2, classificando o Atlético.

Na fase seguinte o modesto Juventude valorizou muito a classificação do Galo, que só veio através de mais milagres do São Victor. No Mineirão a equipe alvinegra venceu por 1 x 0 e na partida de volta o Juventude venceu pelo mesmo placar, levando a decisão para os pênaltis, onde o goleiro Victor defendeu duas cobranças e classificou o Atlético para a próxima fase.

Na semifinal o Internacional foi o adversário do Galo e mesmo brigando contra o rebaixamento, os colorados souberam tirar proveito das fragilidades do seu adversário e quase eliminou o time mineiro.

Na partida de ida o Atlético venceu por 2 x 1, no Beira Rio, e na segunda partida empatou em 2 x 2. Nas duas partidas o Internacional jogou com times alternativos, o que mostra o péssimo futebol jogado pelo Galo.

Não há como não dizer que a chegada do Galo à final foi no mínimo uma surpresa. O time comandado por Marcelo Oliveira não havia mostrado absolutamente nada de positivo na competição e foi carregado por jogadores como Victor, Robinho e Lucas Pratto.

Na final contra o Grêmio finalmente essa incompetência foi escancarado para o mundo e o ultrapassado Renato Gaúcho, como foi chamado quando assumiu o tricolor gaúcho, deu um baile tático em Marcelo Oliveira.

O Grêmio fez 3 x 1 na partida de ida e o futebol apresentado foi tão ruim que o técnico do Atlético foi demitido logo após a partida, demissão inédita no futebol mundial. Na segunda partida as duas equipes empataram em 1 x 1 e o Grêmio sagrou-se campeão da Copa do Brasil.

Destaque do time

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(Foto: Agência Estado)

O experiente Robinho foi o grande destaque do time no ano de 2016. Decisivo em muitos jogos, o atacante alvinegro chamou a responsabilidade em alguns jogos, não foi bem em outros, mas não faltou entrega e comprometimento.

Robinho viveu talvez o seu melhor ano em um clube, em questão de números. Foram 25 gols marcados no ano pelo rei da pedalada, que além de artilheiro do Campeonato Mineiro, foi o artilheiro do ano no futebol brasileiro

Embora o craque tenha sido o destaque do Atlético no ano, outro nome deve ser citado com honras. Fred chegou no meio do Brasileirão e desempenhou muito bem o seu papel, terminando a competição com artilheiro, pela terceira vez em sua carreira.

EXPECTATIVAS 2017

Atlético
(Foto: Bruno Cantini/ Atlético-MG)

Com a chegada de Roger Machado, que tem como principal característica o sistema defensivo organizado a expectativa é muito boa, mas sempre com certo receio, devido à decepção que foi o ano de 2016.

Nomes como Danilo, ex-América MG, Felipe Santana, com passagens por clubes da Alemanha, são os reforços para o próximo ano, que promete ser bem movimentado. Robinho, Donizete, Cazares são nomes especulados em outros clubes, mas que devem ficar no Galo. Pratto, Dátolo e Yuri devem sair.

Após um ano repleto de ilusões, fica a esperança de um 2017 melhor e cheio de titulo ao Atlético, que chega forte em todos os campeonatos.

Por: Pedro Henrique

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Pedro Henrique

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