Muralha desabafa após derrota para o Cruzeiro na final da Copa do Brasil
Goleiro Alex Muralha fala após vice da Copa do Brasil
Se tem uma coisa que movimentou mais as redes sociais essa semana que a final da Copa do Brasil, essa coisa foi o mal desempenho do goleiro Alex Santana durante a partida decisiva do rubro-negro no campeonato. A internet não perdoou e após críticas Muralha fala pela primeira vez para todos os veículos de comunicação do país, declarando estar sendo vítima de perseguição: “To sendo massacrado o ano todo”, afirma o goleiro de Três Corações.
O tetracampeonato na Copa do Brasil viria como uma espécie de alívio na pressão de uma temporada planejada sob grandes expectativas, isso porque o time carioca foi eliminado ainda na fase de grupos da Libertadores e atualmente está em sétimo colocado no Brasileiro, tendo pela frente ainda as quartas da Sul-americana contra o Fluminense, em outubro.
O time de Reinaldo Rueda que no começo da temporada era dirigido pelo Zé Ricardo, chegou com um elenco de ponta para as disputas desse ano, uma folha salarial de 10 milhões de reais é relativamente alta para o futebol nacional, consequentemente, era de se esperar por grande parte dos torcedores uma bela campanha do rubro-negro durante 2017, o que não vem acontecendo. Apesar da equipe toda ser responsável por isso, as críticas tem endereço certo, caindo unicamente em cima do goleiro Alex Muralha, que foi convocado por Tite ano passado para defender o Brasil em amistosos no meio do ano.
Ele fala pela primeira vez sobre isso. Acompanhe aqui a entrevista do goleiro Alex Muralha.
A final:
-Após a decisão de pênaltis contra o Cruzeiro, saiu matéria botando culpa no pessoal do desempenho do Flamengo. A culpa é do atleta. Infelizmente não defendi pênalti, mas aqui todos ganham e perdem juntos. Tô sendo massacrado o ano todo, sempre em cima de mim a culpa. Acostumei com isso, fiquei mais cascudo. Preparo o psicológico. Vai passar. Muralha não se define em pênaltis e jogos. Em algum momento vai mudar e coisas melhores virão.
Papo com Victor Hugo:
-Conversei no dia anterior com ele, e vendo todos os lances, eu falei ‘Quero fazer isso’. Ele perguntou se eu estava confinate. ‘Eu tô’, respondi. Então ele disse: ‘Faz o que teu coração mandar. Se na hora achar que não tem que fazer, não faz. Mas se achar que tem de fazer, vai lá e faz’. RESPONSABILIDADE A decisão foi minha, simplesmente minha. Se eu fosse para todos os lados, ficasse parado, não pegasse nada, teria a mesma cobrança, tínhamos que ser campeão para tudo mudar. Não fomos. Estamos aprendendo muito esse ano, é um grupo mais forte, se unindo mais, sabemos onde vamos chegar – disse o goleiro.
Estratégia montada:
-Para todos os jogos têm estudos de pênalti, falta, para tudo temos estratégia. Para aquele jogo, vimos que a probabilidade de baterem do lado direito era grande. Mas a decisão do momento eu decidi. Eles me estudaram também no caso. Saiu matéria que eles perceberam que eu pulava para aquele lado e inverteram, mas ainda assim uma cobrança foi no meu lado, no alto, e fez o gol (cobrança de Diogo Barbosa).
Mental em campo:
-Na verdade, disputa de pênalti é uma briga mental. Eu fazendo aquilo (pular no mesmo canto), poderia induzir eles a baterem onde eu queria. Não deu certo. Recebi todos os estudos, a possibilidade era grande de baterem ali.
Precisa evoluir nos pênaltis?
-Em todos os pontos, mas em penalidades, sim, evoluir, melhorar, trabalhar mais de alguma forma. Mas tudo aqui a gente trabalha, faz. É momento, creio que é momento, uma hora passa e vou pegar pênaltis. Mostrar que sei pegar penalidade. Quando comecei a carreira era uma das melhores coisas que eu fazia, era pegar pênalti. Chegar aqui e ter esse apelido por causa disso. É passageiro. É sofrido e é passageiro.
O seu primeiro pelo Flamengo você pegou, o que aconteceu de lá pra cá?
-Como pode. Primeiro pênalti, jogo oficial, defendi um pênalti. Mas a vida é assim, tudo tem propósito de Deus e as coisas vão se reverter.
A dor da mãe:
-Fiquei emocionado, não sabia que ela foi ao médico e tomou remédio para dormir. Minha família é muito simples, fui criado na roça. Chegar onde cheguei é muito grande. Morava em casa de pau a pique, bem humilde, agora estar nesse patamar… Me tocou muito. Uma pessoa que desde pequeno te dá tudo e está sofrendo porque estou sofrendo. Mas Deus é bom e justo.
Essas foram as palavras do goleiro escolhido por Rueda para a final da Copa do Brasil, após o afastamento de Diego Alves para recuperação de uma pequena lesão, sofrida pouco antes da decisão de quarta-feira. O rubro-negro volta a campo na próxima segunda-feira (02), enfrentando a Ponte Preta, pela 26ª rodada do Brasileirão, e segundo o site de notícias “Coluna do Flamengo”, Diego Alves deve ser titular para passar confiança a torcedores e também ao elenco.