Massacre do Vitória no Bahia na inauguração da Fonte Nova mudou o tricolor baiano
Bahia e Vitória fizeram o clássico de inauguração da Arena Fonte, mas o que o torcedor do Bahia mais pessimista não esperava aconteceu
Bahia e Vitória se enfrentaram no dia 07/04/2013, na inauguração da Nova Arena Fonte Nova, pelo Campeonato Baiano de 2013. Com Renato Cajá fazendo o primeiro gol da Nova Arena, o placar foi um 5 a 1 elástico para o leão, mostrando claramente que o Vitória estava muito a frente do Bahia. O Vitória venceu os 3 primeiros clássicos do ano disputado na Fonte Nova, mas essas derrotas serviram muito para o futuro tricolor.
O mando de campo era do Bahia, mas a Fonte Nova continuava sendo a segunda casa do Vitória. Seis anos depois da interdição, o estádio foi reinaugurado para um público presente de 37.410, com 32.274 pagantes, que proporcionaram uma renda de: R$ 1.954.900,00. O cenário mudou, mas o roteiro continuava o mesmo. Assim como nos últimos oito clássicos disputados na antiga Fonte Nova, o Tricolor não conseguiu vencer. O Vitória levou a melhor, ganhou por 5 a 1, aumentava sua invencibilidade no local e podia se orgulhar de começar a nova era com a mesma certeza com que terminou em 2007: clássico na Fonte Nova é sinônimo de alegria rubro-negra.
Nem o tricolor mais pessimista poderia imaginar que o Bahia fosse tomar 5-1 na inauguração da sua casa, embora o time já tivesse problemas dentro e fora de campo. O time já vinha mal na Copa do Nordeste e no Baiano, além disso tinha problemas financeiros e reclamações de jogadores em público. O elenco se dizia que era rachado, Souza que tinha sido importante em 2012, foi cortado por Jorginho e criou rumores de um boicote ao treinador.
O Bahia até parecia bem, mas logo regrediu durante o jogo e o leão não tomou conhecimento
O Bahia até começou com a melhor chance do jogo. Adriano saiu de cara com Deola, mas o arqueiro rubro-negro cresceu e fez boa defesa. Muitos tricolores culparam Adriano por esse gol, na concepção desses tricolores o resultado poderia ser diferente se o Bahia saísse na frente.
O Vitória tinha maior qualidade técnica e era um time mais organizado. Aos poucos Maxi, Renato Cajá, Dinei e Escudero foram crescendo no jogo e o time de Canabrava começou a dominar. O gol saiu em uma boa cobrança de pênalti de Renato Cajá, que botou seu nome na história fazendo o primeiro gol da Arena.
No segundo tempo, o Vitória amassou e chegou abrir 3 a 0. O Bahia chegou a descontar com Zé Roberto, mas o Vitória não tomou conhecimento e fez mais dois. O Vitória carimba a inauguração da Fonte Nova com um 5-1 histórico em cima do seu maior rival.
O pior estava por vir
O segundo Bavi do Baianão foi na Arena Fonte Nova mas teve mando de campo rubro-negro. O famoso jogo do arremesso das caxirolas no campo foi um protesto da torcida do Bahia contra mais uma derrota do time, embora tenha sido durante o jogo.
A equipe rubr0-negra mais uma vez venceu, dessa vez mais apertado, mas mostrou no jogo sua imposição diante de um rival apático. O placar foi dois a um Vitória, com gols de Michel e Mansur; Titi fez o do Bahia.
Mas o pior ficou para a final do Baiano. Os dois times chegaram na final após eliminarem os adversários do interior. A maior goleada da Arena estava por vir, o leão fez 7-3 no esquadrão com muita autoridade.
O Vitória passeou naquele jogo, destaque para Dinei com 4 gols. O rubro-negro chegava a sua terceira vitória em 3 jogos na Arena, com requinte de crueldade dessa vez.
O renascimento do tricolor pós-goleadas
Lógico que foi difícil para o torcedor tricolor aceitar as gozações e humilhações, mas foi importante para mudança no que é o Bahia hoje. Naquele momento foi encontrado diversas irregularidades na gestão de Marcelo Guimarães Filho, ele foi expulso do clube e, além disso, também não foi expulso dos sócios do Bahia.
O Bahia teve eleições e pela primeira vez na história o torcedor pode exercer seus votos. Antes das eleições, Carlos Rátis assumiu o clube como interventor. Naquela oportunidade, Rátis falou sobre a falta de dinheiro no clube.
– Fica bem claro que precisamos demonstrar que existem pessoas sérias. Os torcedores confiaram no trabalho da intervenção. No fundo, sabemos que poderíamos ter feito mais. Mas a situação financeira é bem difícil. A chapa eleita vai encontrar muitas dificuldades para sanar os problemas. Só o débito na alimentação era de R$ 300 mil, o que é inadmissível. Hoje está sendo um dia cansativo, mas a alegria supera esse cansaço – afirmou o interventor.
Logo depois em 2014 Fernando assumiu, o Bahia trouxe Maxi do rival e foi campeão Baiano em cima do Vitória. Já em 2013 no Brasileiro o tricolor havia empatado o 1º Bavi e vencido o 2º ambos na Fonte. Em 2014 o Bahia perdeu apenas um Bavi no ano, mostrando que aos poucos vinha tomando seu histórico em clássicos.
Marcelo Santana e Bellintani assumiram e continuam o processo do Bahia
Embora tivesse começado bem, Fernando Schimidt caiu em 2014 e saiu da presidência do clube. Marcelo Santana foi eleito em 2014 e assumiu em 2015, começou ai o processo de transformação. O Bahia não teve diversos problemas em 2015, não subiu e chateou o torcedor, que chegou até duvidar desse processo democrático do clube.
No ano de 2016 veio acesso diante de uma série B complicada, mas subiu. Em 2017 foi o ano para coroar a gestão de Marcelo. O time fez uma ótima campanha na série A (para o investimento da época) e foi campeão da Copa do Nordeste, além disso teve destaques no elenco como Zé Rafael, Edigar, Vinicius, Renê Júnior e outros.
Marcelo saiu e Guilherme Bellintani assumiu. Bellintani ano após ano aumenta a receita do clube, e esse processo democrático do Bahia fez com que o time saísse de um time devedor, para um time bom pagador. Esses dois Presidentes conscientizaram muito o torcedor para a importância da associação, e hoje o Bahia tem quase 40 mil sócios.
O Bahia hoje é um time que paga dívidas de gestões deploráveis do passada, mas o processo fez que o jogador tenha vontade de atuar no Bahia. Hoje, o clube é referência no Brasil e vem ganhando cada vez mais espaços com campanha sociais. Tem mal que vem pra bem, e aquelas goleadas humilhantes serviram para o Bahia aprender com os erros e concertasse seu caminho rumo a coisas grandes.