Liga Esportiva de Canaã dos Carajás solta nota de repúdio

A Liga Esportiva de Canaã dos Carajás se manifestou esta semana sobre o caso de racismo envolvendo o juíz Eduardo Viana da Silva. O árbitro foi agredido verbalmente por um torcedor durante a partida entre VS-47 e VP-20 válida pelo Campeonato Amador Rural, no último final de semana. Eduardo ficou revoltado com a situação, ele suspendeu a partida temporariamente e só voltou a apitar quando a situação foi resolvida.
A entidade se manifestou atavés de uma nota de repúdio assinada por Fabiano Nunes, diretor esportivo da Liga. No texto, o diretor pediu aos órgãos competentes tomarem as devidas providências sobre o caso.
A Liga Esportiva de Canaã dos Carajás também pediu para as autoridades exigirem do agressor uma retratação pública e a punição prevista na lei.
Confira abaixo a nota de repúdio na integra.
Nota de repúdio da Liga Esportiva de Canaã dos Carajás
A Liga Esportiva de Canaã dos Carajás, (LECC), vem publicamente repudiar e solidarizar-se com o Árbitro da partida entre VP-20 X VS-47, Eduardo Viana da Silva, vítima de ato racista no último final de semana pelo torcedor da VS-47, e que os órgãos competentes, tomem as providências cabíveis no rigor na legislação internacional vigente.
O Racismo é um crime inafiançável, inaceitável e indefensável, denunciado pela resistência ancestral e pelo Movimento Social Negro Brasileiro, derrotando o mito da Democracia Racial.
O Supremo Tribunal Federal, reconhece e o Estado Brasileiro, institucionalizou uma série de Programas e Ações Afirmativas, visando promover a reparação da dívida histórica deixada pelo dilaceramento psíquico, social e econômico de seres humanos descendente da mãe África.
Após 130 anos da abolição da escravatura, não conclusa, em pleno Século XXI, com a regulamentação da Lei 12.288/2010, que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial, ainda nos sentimos açoitados por atos racistas.
Que as autoridades, usem os mecanismos legais e exijam uma retratação pública do torcedor do time da VS-47, bem como uma punição por parte do torcedor que praticou o crime de racismo.
Reafirmamos que a estruturação do racismo na consciência social e ideológica, constitui na luta pela igualdade de raça e classe, a não banalização, o combate ao racismo e sua reparação causada pelas desigualdades históricas.