Opinião: ” Eu teria um desgosto profundo se faltasse o Flamengo no mundo ”
Do céu ao inferno e do inferno ao céu em 90 minutos, isso é Flamengo!
Dia de jogo do Flamengo na Libertadores não é um dia comum, ainda mais quando a partida será em um Maracanã completamente lotado. As horas parecem não passar, nada rende no dia, no pensamento tem apenas uma coisa, Flamengo. Se aproxima do horário da partida, aos que vão ao estádio uma ansiedade a mais, aos que vão ver pela TV, uma preparação mais curta, mas todos sentem a sensação de está lá dentro vivendo aquilo como se fosse a última coisa que irá acontecer na vida.
O jogo começa e com ele a tensão, o apito inicial deixa todos os 60 mil que estão no Maracanã e o resto dos 40 milhões espalhados pelo mundo concentrados e focados em um único objetivo, gritar gol do Mengão. Os minutos vão passando, o Flamengo não consegue se achar em campo na primeira etapa, a torcida começa a cantar e incentivar, Zé Ricardo que optou pelo tradicional 4-1-4-1 viu mais uma vez o time jogar bem abaixo do esperado. O argentino Mancuello mostrava lentidão quando precisava voltar e acompanhar ofensivas dos chilenos. E não ajudava na ligação do ataque. Gabriel mais uma vez era um a menos em campo, nem dominar a bola o atacante estava conseguindo. O Fla não agradava os mais de 60 mil torcedores que foram ao Maracanã e precisaria, sim, de mudanças no intervalo. Zé Ricardo percebeu e mexeu até antes do habitual.
As opções no banco não eram muitas: além dos laterais Rodinei e Renê, o técnico rubro-negro tinha à disposição os jovens Matheus Sávio e Felipe Vizeu, além do volante Cuéllar e do zagueiro Léo Duarte.
O Flamengo voltou para a segunda etapa já com uma mudança, a entrada do lateral direito Rodinei no lugar do argentino Mancuello. A maioria dos torcedores acharam estranho a substituição, pois o Flamengo precisando da vitória estava com 3 laterais em campo. A dupla de laterais pela direita, Pará e Rodinei, em pouco tempo, deram muito mais problemas à defesa rival do que a equipe da etapa inicial. Rodinei com sua velocidade começava a abrir espaços na defesa da equipe chilena e antes dos 15 minutos Zé Ricardo foi premiado, após a cobrança de falta de Guerrero ficar na barreira, Rodinei pegou a sobra acertando um belo chute de canhota no ângulo, chute que fez os rubro-negros que estavam no Maracanã e espalhados por tudo mundo gritar, chorar, pular, sentimento que só quem é flamenguista consegue ter.
Flamengo mandava na partida e tudo se encaminhava para um final de partida tranquilo, mas novamente a zaga falhou, e o mal posicionado Muralha, coisa que já está virando rotina, não conseguiu defender a cabeçada de Santiago Silva que apareceu livre entre os dois zagueiros do Flamengo. Esse gol tinha tudo para fazer o rubro-negro se desorganizar em campo e sofrer muito, mas empurrado pelo sua torcida que não parou de apoiar em nenhum momento, o Mengão não se abateu e 6 minutos depois, ele, o cara do time, o jogador que está levando nas costas com a ausência do lesionado Diego. Paolo Guerrero que já tinha executado 11 finalizações na partida, finalmente marcou, na 12°, em um lance típico de Guerrero, dominou protegendo do zagueiro, achou um espaço improvável para girar chutando e acertar o cantinho.
40 milhões de rubro-negros espalhados pelo mundo estavam eufóricos, muitos nem voz tinham mais, os 60 mil dentro do Maracanã não conseguiam ficar parados, a emoção tomou conta. O time em campo sentiu a força positiva vindo das arquibancadas, a outra cartada do Zé Ricardo, finalmente tirando o Gabriel, sinceramente, não dá pra entender ele ser titular e demorar tanto para ser substituído. Renê entrou na lateral esquerda e Trauco novamente foi adiantado para o meio, mais uma vez Zé Ricardo foi premiado, o lateral esquerdo peruano jogando de meia marcou o 3° gol do Flamengo. Gol que representou totalmente o que foi o Mengão na partida, na insistência, na raça, nunca desistindo.
Ali terminava a partida, Flamengo 3 a 1 na Católica e 100% de aproveitamento em casa na primeira fase da Libertadores, mas a noite dos rubro-negros estava longe do fim. A torcida eufórica não ia se calar ali, cantando mesmo após o apito final, aqueles que assistiram da TV não iam simplesmente desligar e ir dormir, o sentimento de ser flamenguista não ia permitir isso, a euforia da partida ainda estava no ar. Dia de Flamengo na Libertadores é isso, começa mais cedo e termina mais tarde, ser flamenguista é algo que não tem como explicar, esse sofrimento maravilhoso, que emoção no coração.
Se faltasse o Flamengo no mundo, eu não sei o que seria da minha vida, ela talvez não existiria, pois o Flamengo é minha vida.