Em jogo polêmico, Chelsea empata com Everton por 3 a 3
Golaços, polêmicas e muita emoção, Chelsea empata com o Everton, com gol salvador de J. Terry
O futebol é considerado por muitos uma verdadeira obra de arte. O jogo da tarde deste sábado, dia 16, entre Chelsea e Everton pela Premier League poderia ser um exemplo dessa tese. O que é justo para o futebol, não é, necessariamente, a mesma justiça do sentido próprio da palavra. Tendo isso em mente, ambas as equipes entraram em campo extremamente pressionadas: com campanhas bem abaixo das expectativas criadas, a vitória nesse jogo era mais que necessária.
O clube londrino, empurrado pela sua torcida, começou pressionando seu adversário. Foi nessa hora que a jovem promessa inglesa do Everton, zagueiro John Stone, mostrou sua qualidade: no momento que mais os “The Blues” pressionaram, o atleta de 21 anos teve a calma e a qualidade para sair jogando com eficiência, sem cometer erros. O primeiro tempo foi bem equilibrado, com uma certa vantagem da posse para o Chelsea. As melhores chances saíram dos pés do brasileiro William, que roubou a bola do campo de defesa, tocou para Fabregas. O espanhol devolveu para o ponta que chutou em cima de Tim Howard. Apesar disso, foi o clube de Liverpool que terminou melhor a primeira etapa, muito devido à liberdade dada ao meio campo Ross Barkley para criar. Em resumo, foi um jogo morno, bem equilibrado.
O segundo tempo, por sua vez, foi a razão dos elogios do início do texto. Logo aos 49 minutos, bola cruzada na área do Chelsea. Lukaku e Terry dividem a bola e o zagueiro capitão fez contra. Guardem bem esse nome, John Terry, pois ele será importantíssimo para nosso enredo. Com o Everton na pressão, Gus Hiddink resolveu tirar Matic para pôr o brasileiro Oscar, no intuito de avançar o time. Não adiantou muito: um minuto depois, em outro cruzamento na área, o belga Mirallas dominou bonito e ampliou para os “The Toffees”.
Desenhava-se mais um vexame do clube londrino na temporada 2015/16. Pior ainda: estava caindo uma invencibilidade de 21 jogos em casa e um tabu de mais de 30 anos que o Everton não vencia o Chelsea nos dois turnos do campeonato inglês. Eis que por exatos dez minutos, o atual campeão jogou como um campeão deveria jogar. Era incrível vez a dupla espanhola, Diego Costa e Fabregas jogando; de uma hora para outra, os dois pareciam outros jogadores, como simples passe de mágica.
Aos 63 minutos, em um lançamento de sua intermediária que lembrou um dos vários lançamentos do grande Gérson, Fabregas achou Diego Costa. O atacante espanhol ganhou na corrida de Jagielka, driblou Howard e fez um belo gol. A pressão continuava. Dois minutos depois, Fabregas tabelou com Diego Costa e o meia chutou para o gol. A bola desviou no defensor e enganou Howard, empatando o jogo.
Hiddink tirou Pedro para colocar o jovem Kennedy. O brasileiro se envolveu no lance que o costa-riquenho Oviedo (entrou o argentino Funis Mori, outro personagem se machucou. Esse lance foi importantíssimo porque a partida ficou parada por alguns minutos para atendimento, obrigando o árbitro a dar um acréscimo bem generoso. Minutos depois também, após furar uma bola na grande área, Diego Costa (entrou o francês Remy) saiu machucado com problemas na panturrilha.
A partir do empate, o jogo ficou aberto; qualquer equipe poderia ter aberto vantagem. Destaque para a chance perdida por Mirallas em um belo contra-ataque e ao chute de Mikel da intermediária que passou com certo perigo.
Eis que os deuses do futebol resolveram intervir no jogo. Deulofeu, aos 90 minutos, cobrou um escanteio. A bola foi rebatida pela defesa, sobrando para o mesmo Deulofeu que cruzou. O cruzamento foi bem alto no segundo pau e o zagueiro Funis Mori (sim, o mesmo que entrou no lugar do Oviedo) empurrou para o gol.
Tudo era uma festa: o Everton estava acabando com invencibilidade do Chelsea em casa e com o longo tabu de não vencer os “The Blues” duas vezes no campeonato inglês. No entanto, o juiz deu sete minutos de acréscimo devido ao tempo para o atendimento de Oviedo. Era pressão total do clube londrino e já haviam passados os sete minutos prometidos pelo arbitro. No desespero total, uma bola foi alçada na área do Everton. Ivanovic e depois Oscar cabeceiam a bola, que sobra para Terry, totalmente impedido, marcar de letra para se transformar de vilão para herói do confronto.
Termina o jogo, 3 a 3. Um empate com sabor de vitória para o Chelsea ou seria um empate com sabor de derrota para o Everton? Chelsea “ganhou” roubado? Realmente nada disso importa mais, já passou. O resultado nem ajudou nem piorou a situação dos dois times na tabela: os “The Blues” continuam em décimo-quarto enquanto os “The Toffees” perderá uma posição caso o Watford ganhe segunda fora de casa contra Swansea City. Mas é por verdadeiros “plot twists” com esse que elevam o futebol ao patamar de uma arte.
Por Pedro Pacola