Do céu ao inferno: relembre as temporadas de 2013 e 2014 do Atlético Paranaense
Nesta matéria, recordaremos o contraste entre dois anos do Atlético Paranaense, desde a volta para a Série A em 2013 até uma campanha desorganizada em 2014
Vamos recapitular o que havia acontecido algum tempo (mais especificamente um ano) antes de 2013 e 2014. O Coritiba vinha imperando o Campeonato Paranaense, vencendo a copa já a três anos seguidos e em 2012 a situação não foi diferente: Coxa campeão. O Furacão, neste ano, estava na Série B após ter caído em 2011, um ano triste, para esquecer de sua história. A equipe concluiu a competição com 71 pontos em 38 jogos e voltou para a Série A, com Ricardo Drubscky no cargo de técnico e Marcão, hoje jogador do Atlético Goianiense, como principal artilheiro do clube no ano.
Para o ano de 2013, Drubscky exige mudanças: em entrevistas, afirma que investirá em categorias de base e que procura contratações para o time, e assim se faz. Com transferências principalmente no setor de meio-campo, o time contrata Fran Mérida, Éverton e Maranhão. Nikão, que hoje em dia atua pelo clube, também foi bastante assediado, mas o Atlético não conseguiu entrar em valores. O investimento nos jovens prometido por Drubscky foi concreto, e jovens como Mosquito rapidamente se integraram ao elenco e alguns atletas da base do clube até agitaram mercados internacionais, como a ida do jovem Nathan para o Chelsea. No Paranaense, o time ia abaixo da média: com uma primeira fase péssima, o Furacão ainda conseguiu dar a volta por cima e no segundo turno, passou para as finais contra o Coxa, onde perdeu no agregado por 5×3. Na Copa do Brasil, o time vinha crescendo pouco a pouco, com vitórias contra o Brasil de Pelotas e contra o América-RN.
O Atlético Paranaense começa o Brasileirão de forma horrível: com um bom poder ofensivo e uma defesa desorganizada, o time faz seis pontos em seis rodadas, entra na zona e Drubscky é demitido precocemente. Quem é contratado para seu lugar? Vagner Mancini. E ele consegue recuperar o rubro-negro: chegando na décima rodada, o time já ocupa o décimo lugar na competição. Ao longo do tempo, vai surgindo despercebidamente um monstro do ataque começa a aparecer: Éderson. Desbancando o centroavante Marcão, que até pouco tempo era o principal avançado do time, começa aos poucos a figurar entre os artilheiros do campeonato.
O time vai subindo cada vez mais ao comando de Mancini e já na 16ª rodada, entra na zona de classificação para a Libertadores. O técnico paulista faz mágica com o pouco elenco que tem em mãos e consegue fazer ótimas partidas, batendo de frente com favoritos ao título, mas não é só ele o responsável por tudo isso: Manoel ajuda muito na zaga, se recuperando das primeiras rodadas; Everton e Cirino formam os pontas ideias para as finalizações de Ederson e Baier também auxilia muito na armação do time. Na Copa do Brasil, o time também vai avançando, passando por grandes times como Palmeiras e Internacional.
Na fase final do campeonato, o Atlético Paranaense cresce e muito, permanecendo algum tempo no segundo lugar, mas terminando o Brasileirão em terceiro lugar, e Éderson como artilheiro do campeonato. Na Copa do Brasil, a equipe nas semifinais o Grêmio, que disputava com o Furacão a vice-colocação. O Atlético passa para a final contra o Flamengo, mas a derrota vem em um placar agregado de 3×1 para o time carioca. Um ano perfeito para os torcedores da equipe paranaense.
Para o ano de 2014, a diretoria comete erros gigantescos: o contrato de Mancini não é renovado e jogadores importantes para o elenco, como Paulo Baier e Éverton, saem do clube. A diretoria também faz contratações no mínimo ousadas: para o cargo de técnico, Miguel Ángel Portugal, que nunca havia treinado um time do Brasil; para o ataque, o polêmico Adriano Imperador e para o meio-campo, o meia Bady, vindo da Ponte Preta. A diretoria também tem problemas pessoais com jogadores, como no caso de Manoel, principal defensor do clube, que chegou a ser afastado durante a um tempo e saiu pela porta dos fundos do time.
Na Libertadores, o Furacão passa da primeira fase contra o Sporting Crystal em uma partida difícil, vencida nos pênaltis. Já pela fase de grupos, o Atlético é eliminado com nove pontos em um grupo mediano onde estavam Vélez Sarsfield, Universitario do Peru e The Strongest. No Brasileirão o time também vai mal e Miguel Ángel pede demissão do clube. A equipe paranaense fica sem um treinador de imediato e Doriva é contratado às pressas. Ao final do primeiro turno do campeonato, o Atlético Paranaense tem o terceiro melhor ataque da competição, mas está apenas no décimo-segundo lugar. Na Copa do Brasil, a equipe faz uma campanha ridícula, caindo para o América de Natal, clube que havia eliminado em 2o13.
O resto da temporada segue com uma campanha mediana. Petraglia continua com erros grotescos na diretoria do clube e um grande problema que se agrava é a falta de atacantes no segundo turno: Éderson se transfere para a Arábia, Coutinho se lesiona e Marcão vai para o Vila Nova. Doriva, surpreendemente, consegue agir com o elenco que tem e ainda dar um ‘up’ no time. Fim de temporada: um mísero oitavo lugar, com gosto de rebaixamento, para quem havia chego tão longe no último ano.