Como ficaria o futebol com a independência da Catalunha?
Catalunha independente? Motivos e como o futebol mudaria
Conhecendo o caso
A Catalunha tem intenções de ser independente da Espanha a muito tempo, isso inclui questões históricas e culturais.
Isso tudo se inicia em 1150, quando a rainha Petrolina, de Aragão e o Ramon Berenguer, conde de Barcelona se casaram, o que formou uma dinastia. O casal resolveu deixar o território inteiros das atuais regiões de Aragão e Catalunha para seus filhos.
Isso durou até a Guerra da Sucessão, que deu origem a Espanha que conhecemos hoje. Os reis que subiram no trono nos anos após a guerra tentaram impor ao povo o castelhano e as leis espanholas na região. Houve repetidas tentativas, até que cessou em 1931, quando a Generalitat, o governo nacional da Catalunha, foi restaurado.
Seis anos mais tarde, a região teve o poder tomado por um ditador, Francisco Franco. O qual proibiu o catalanismo (língua local) e uma série de costumes da região. Esse regime teve seu fim somente em 1975, quando ouve a restauração da democracia em todo país, e o uso do catalão na política, educação e meios de comunicação. A língua é a principal da região, o castelhano é muito pouco usado.
Essa opressão sofrida pelo povo nesse período fez com que eles quisessem expressar seus costumes e cultura. Tais como a lenda de São Jorge, a qual se diz que o próprio salvou a princesa e a cidade contra a invasão do dragão. Os catalães costumam assemelhar o vilão da lenda aos estrangeiros, que querem acabar com sua autonomia e liberdade. Sendo mais objetivo, eles querem ser independentes, mostrar seus costumes, e enfim mostrar ao mundo que é um povo diferente.
Quais mudanças poderiam causar no futebol?
A La Liga já se pronunciou sobre o caso, e disse que caso ocorra a independência, os times catalães serão expulsos da competição. Ou seja, não veríamos times como: Espanyol, Barcelona e Girona disputando a La Liga.
Caso a Liga Catalã seja criada, é muito provável que a entrada para qualquer “UEFA League” seja difícil, fazendo com que o time classificado tenha que passar por playoffs, até chegar a fase de grupos. Provavelmente, o primeiro da liga iria para a Champions League, enquanto o segundo iria para Europa League, e o terceiro para baixo não disputariam outras competições UEFA.
Também é dito que clubes catalães busquem disputar ligas de países vizinhos, com Itália, França ou até na Premier League.
“No caso da independência, as equipas catalãs da LaLiga – Barcelona, Espanyol e Girona – terão que decidir onde querem jogar: na liga espanhola ou em um país vizinho como Itália, França ou Premier League.
“Agora, na Espanha, há equipes de outros países que jogam em ligas nacionais: clubes de Andorra no futebol e basquete. Monaco joga na França. Na Inglaterra, clubes galeses. Eu não acho que a UEFA tenha algo contra em ver outro clube jogar em uma liga diferente de seu país”.
Gerard Figueras – político espanhol e atual Diretor Geral de Esportes da Generalitat da Catalunha.
Javier Tebas, presidente da La Liga disse: “No esporte, não é à la carte e as coisas devem ser claramente indicadas. Não é fácil ter um acordo e estudar a legislação espanhola, mas se (os clubes catalães) conseguirem isso, não poderão jogar na Liga espanhola, mas espero que não venha a acontecer isso”.
Seleção Catalã
Para quem não sabe, já existe a Seleção Catalã, porém ela não é reconhecida pela FIFA. A última partida disputada pela equipe foi
dia 30 de dezembro de 2013, contra a seleção de cabo-verde. A seleção continha bastante jogadores do Barcelona e Espanyol, como Piqué, Alba, Victor Sánchez e Víctor Álvarez.
A seleção catalã teria como goleiro Kiko Cassila, e seu reserva Victor Valdés. Teria como capitão Piqué, e jogaria com Montoya na lateral direita, e Alba pela esquerda, com Bartra centralizado.
Alba, Xavi (mesmo em fim de carreira) e Fàbregas trabalhando no meio de campo. No ataque contaria com Cuenca e Vidal pelas pontas, e Bojan centralizado.
O único possível obstáculo da Catalunha para se tornar seleção é caso a FIFA não os reconhecesse, assim, ficariam sem disputar torneios FIFA, como a Copa do Mundo, e Copa das Confederações.