A nova e sonhada era da Seleção Argentina: Jorge Sampaoli como técnico
Sampaoli assume o comando técnico da Seleção Argentina. Sua estreia será, nada menos, que diante do Brasil. É um sonho se tornando realidade para o técnico argentino e o povo de seu país
Após um declínio acentuado com Bauza no comando, a Seleção Argentina anunciou há alguns dias o seu novo treinador, trata-se do estrategista Jorge Sampaoli. O técnico argentino, que sonhava em treinar a seleção do seu país, chega após uma boa campanha no comando técnico do Sevilla. Com o clube espanhol, Sampaoli chegou a assumir a liderança da competição nacional por algumas rodadas, mas faltaram forças – e elenco – para seguir lutando pelo título contra Real Madrid e Barcelona.
Ainda assim, o técnico conseguiu classificar o Sevilla para a próxima Champions League, recebendo uma bonificação extra salarial que o próprio abriu mão e ajudou a pagar a multa rescisória para assumir a Seleção Argentina.
A primeira lista de convocados de Jorge Sampaoli
Ainda no comando do Sevilla, o ‘hombrecito’, como é conhecido Sampaoli, anunciou a lista de convocados para os seus primeiros jogos com a Seleção Argentina. Surpresas não faltaram, a principal delas, o aclamado Mauro Icardi, goleador e capitão da Inter de Milão.
Na lista ainda aparecem indícios de renovação com a presença de nomes como Rulli, jovem goleiro da Real Sociedad, Mammana, Tagliafico, José Luís Gómez e Fazio para o setor defensivo, além de Lanzini, Rodríguez, Paredes, Fernández, ‘Papu’ Gómez e Correa para o setor mais ofensivo. Este último, jovem revelado pelo Estudiantes LP, chega após uma excelente temporada no próprio Sevilla comandado pelo “flamante” técnico argentino.
Sampaoli, deixou alguns nomes de fora da lista que constantemente eram lembrados, por exemplo, Agüero, Zabaleta e Lavezzi. O sub-capitão Mascherano foi lembrado, entretanto, sofreu uma lesão no Barcelona e precisou ser cortado da lista de convocados.
Em entrevista coletiva, Sampaoli elogia a Icardi e sonha treinar a Lionel Messi
Na sua primeira conferência de imprensa, Jorge Sampaoli citou sobre o desejo de treinar a Lionel Messi, a merecida convocação de Icardi e o protagonismo que ele gosta e pensa em implantar na seleção.
“Que venha Leo, não Messi. Quero que ele se sinta confortável jogando pela nossa seleção.”
“Quanto a Mauro Icardi, devemos analisar o que ele tem feito pelo seu clube. Icardi está sendo convocado pela sua qualidade técnica.”
“Temos recursos para chegar ao Mundial. A seleção tem a ver com a atualidade de cada jogador e como ele pode render por aqui.”
“A camisa da seleção nos obriga a ter um protagonismo imoderado.”
Aqui é trabalho, meu filho!
O recém-chegado ao comando técnico da seleção não quer perder um minuto se quer, então deu início aos treinamentos táticos com a presença de apenas sete jogadores da lista de convocados, somando-se aos ‘sparrings’, jovens atletas da Seleção Argentina de base. Mammana, Otamendi e Mercado, que a princípio seriam os seus defensores titular com uma linha de três no fundo, treinaram posicionamentos defensivos e recuperações de bola. Junto a eles, Biglia, Rodríguez, Paredes e Di María foram os primeiros a chegar em Ezeiza, local do CT da seleção.
Vivendo praticamente um sonho, tanto para ele como para os torcedores argentinos, Sampaoli visitou alguns estádios para analisar partidas do campeonato local. Em sua lista de convocados aparecem sete atletas que atuam no futebol argentino, dentre eles o zagueiro Pinola, que por uma gripe precisou ser desafetado da convocação.
Após a chegada de Messi e os outros convocados, Sampaoli começou a dá indícios da sua equipe titular para a estreia diante da seleção brasileira. Atento aos treinamentos pôde-se escutar o carequinha dizendo aos seus comandados: “Iniciaremos com uma linha de três ao fundo, mais dois pelos costados, um quadrado no meio e um 9 na frente.” Ou seja, Sampaoli pensa em iniciar com a tática que mais lhe agrada, com três zagueiros e dois alas, numa possível variação de ‘3-4-2-1’ e ‘3-3-3-1’.
A principal dúvida do técnico argentino é se poderá contar com Icardi para a partida diante do Brasil. Caso não, Higuaín iniciará a partida como centroavante, à frente de, provavelmente, Messi e Dybala, contando com o entrosamento dos dois atletas que atuam pela Juventus (ITA).
Sendo assim, com base nos primeiros treinamentos táticos de Sampaoli, a Argentina deverá entrar em campo diante do Brasil em um ‘3-4-2-1’ que, independente do desenho tático da equipe, busca-se protagonismo, equilíbrio e muita ofensividade.
Para o gol, Sampaoli volta a dar créditos a ‘Chiquito’ Romero, ao menos neste seu início de trabalho. Muitos pensaram em ‘Patón’ Guzmán de titular, visto que, este possui uma melhor qualidade de jogo com os pés, o que agrada bastante a Sampaoli.
Compondo a linha de três zagueiros, que há muito tempo não se via na seleção, Mercado pela direita, Mammana na sobra, como um líbero e Otamendi pelo lado esquerdo.
Nas laterais, dois homens bastante ofensivos, Ángel di María como ala pela esquerda e ‘Toto’ Salvio, como o ala-direito.
No meio de campo, muito se falava em Leandro Paredes iniciar a partida ao lado de Ever Banega como um ‘doble 5’, porém, Sampaoli escalou Biglia para ser o parceiro de Banega, que pode oferecer um pouco mais de pegada e marcação, mas também sem deixar de ter uma excelente saída de bola, já que os dois possuem qualidade técnica para isto.
Um pouco mais à frente dos dois volantes, Sampaoli pensa em Messi ao lado de Dybala, ambos com qualidade técnica indiscutível para fazer com que a seleção tenha movimentação ofensiva, conexão com o meio e aporte bastante ao centroavante, que ao gosto do técnico seria Icardi, mas deve-se ainda analisar as condições físicas do ‘Maurito’ para a partida. Se não estiver à disposição, Higuaín será o atacante titular da seleção.
Apesar de ainda estar no início e ser um dos primeiros treinos tático e coletivo de Sampaoli, uma certeza está à posta para a Seleção Argentina: Ofensividade!
Ficha Técnica – Brasil x Argentina
Data: 09/06/2017
Horário: 07h, horário de Brasília.
Local: Melbourne, Austrália.
Brasil: Ederson (Diego Alves); Fágner, Thiago Silva, Gil, Filipe Luís; Fernandinho, Paulinho, Renato Augusto; Willian, Philippe Coutinho e Gabriel Jesus.
Argentina: Romero; Mercado, Mammana, Otamendi; Salvio, Biglia, Banega, Di María; Messi, Dybala; Higuaín (Icardi).