Entrevista com Leonardo Oberherr, criador do Portal Obertime

 Entrevista com Leonardo Oberherr, criador do Portal Obertime

Entrevista com o criador do Portal Obertime e o objetivo do atual trabalho

No último FABR Day, 25 de Outubro, eu entrevistei o cara que viaja o Rio Grande do Sul inteiro narrando e cobrindo o futebol americano do estado. Leonardo Oberherr é o nome dessa fera! Conheça um pouco dele e siga o Portal Obertime nas redes sociais.

Confiram a entrevista na íntegra

Amir:  Como começou a gostar de futebol americano?

Leonardo: Eu conheci o esporte através de um trabalho de artes no ensino fundamental. Assistimos ao filme “The Blindside” ou, em português, “Um Sonho Possível” e precisávamos escrever sobre ele. Tive a oportunidade de pesquisar mais sobre o Michael Oher e descobri que ele foi draftado pelo Baltimore. A partir dali acompanhei a equipe e pude, na primeira temporada, ver meu time ganhar o Super Bowl.

A: Quando começou o Portal Obertime?

L: O Portal Obertime foi lançado oficialmente como site em 16 de junho de 2017, às 18h, exatamente um ano após o maior evento da história do esporte brasileiro, o Gigante Bowl. O projeto foi idealizado por pelo menos três meses antes, e, no início, era para ser apenas um canal de Youtube, porém, identificando a deficiência em relação ao entretenimento esportivo no estado, criamos um portal multimídia, para que abrigasse vídeos, áudios, fotos e textos. Hoje vejo que a decisão foi sábia.

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O entrevistado durante a narração de uma partida. Foto: Arquivo pessoal.

Graças ao Portal Obertime, Leonardo tem feito um tour pelo sul do país

A: Já visitou quantas cidades devido ao site?

L: Ao todo foram 14 cidades visitadas, seja por conta do Portal Obertime e as coberturas, seja por conta das narrações dos jogos. São elas: Porto Alegre, Sapucaia, Canoas, São Leopoldo, Parobé, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Ijuí, Venâncio Aires, Santa Maria e Erechim.

A:  E quantos km já percorreu nisso?

L: Bem, eu quero frisar primeiramente que sempre fui obcecado por recortes da história. Aprendi desde cedo que guardas nossas memórias são fundamentais, seja por fotos, texto ou arquivos. Tenho uma planilha há bons meses, onde contabilizo a quilometragem de todos os jogos que participo. Ao todo, entre narrações e coberturas, até a data de hoje (26 de outubro de 2018), foram 92 partidas e um total de 18 mil e 244 quilômetros.

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Leonardo gravando o vídeo do Gaúcho Bowl. Foto: Arquivo pessoal.

Momento fantasy e clubista

A: Qual o nome do teu time na nossa liga de fantasy?

L: O nome do time é Sapiranga Ferrabrases. Sapiranga, pelo motivo de eu ser de Sapiranga, uma cidade de oitenta mil habitantes, aproximadamente 60km longe da capital, Porto Alegre. Já Ferrabrases surge de uma brincadeira de nomes (Ferrabrás e Ferrabraz). Temos em Sapiranga o Morro Ferrabraz, conhecido nacionalmente pela sua qualidade no que diz respeito aos esportes aéreos, principalmente a asa delta. No entanto, na literatura da Idade Média, o Ferrabrás, é descrito como um gigante, cavaleiro sarraceno que enfrenta os paladinos de Carlos Magno. Pelo dicionário, uma pessoa “ferrabrás” é um indivíduo violento, abrutalhado. Como o futebol americano possui a licença poética para que se usem nomes amedrontadores, achei um bom nome para a equipe.

A: Momento clubista, qual teu time favorito de futebol americano? Brasileiro ou gringo

L: Brasileiro eu vou me abster. Trabalhar com o futebol americano do Rio Grande do Sul, em especial, me trouxe muitos amigos, e confesso que tenho apreço por todos os times daqui. Atualmente eu torço amplamente pelo sucesso de pessoas e não de times como um todo. Já na NFL é fácil de revelar: Baltimore Ravens. Por toda a história por trás da equipe, da forma que eu a conheci e a maneira que o time se envolveu na história do Michael Oher. Além disso, a relação com Edgar Allan Poe e “The Raven” – famoso poema do escritor – me faz torcer pelos corvos. Se não bastasse isso, meu ídolo musical, Tupac, estudou teatro na Baltimore School for the Arts. Só existe um único lugar no planeta que eu confesso ser apaixonado para conhecer: Baltimore.

O amor pelo esporte não ficou só fora do campo

A: Já tentou entrar para alguma equipe? Se sim, qual?

L: Não só tentei, como entrei. Treinei com o São Leopoldo Mustangs em 2015, e era Left Tackle. Felizmente para o esporte, eu tinha apenas 17 anos, e ao chegar aos 18, optei pela faculdade e por diminuir a responsabilidade, e acabei saindo da equipe. Eu era ruim, não treinava e não tinha a visão de um atleta. Embora sinta muita saudade do companheirismo, de usar os equipamentos e jogar, eu tenho absoluta certeza que fiz a escolha certa.

A: Com qual posição do jogo você mais se identifica?

L: Não serei hipócrita, e confesso: me identifico muito mais com o Quarterback. Eu sou péssimo na função, lanço a bola muito mal, mas a responsabilidade a qual o Quarterback carrega, de ser o cérebro, o centro pensante da equipe, o centro das atenções da jogada, me fazem me sentir identificado pela função.

A: Algum jogador é teu ídolo no esporte?

L: Sim, muitos. No futebol americano, Ray Lewis e Tom Brady, principalmente. Pela qualidade dos jogadores e pelo espírito vencedor que eles imprimem. Entre esportes, é difícil dizer, gosto muito do Garry Kasparov, enxadrista, pela maneira que ele imprime um rimo diferenciado no esporte. O Xadrez foi outro após Kasparov.

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Com o ex-RB americano do Bulls Futebol Americano, Lorenzo Gray. Foto: Arquivo pessoal.

Os momentos mais emociantes de sua carreira no Portal Obertime

A: Qual foi o jogo mais marcante que cobriu? Por quê?

L: Vou setorizar, porque foram várias. O melhor tecnicamente foi Soldiers versus Timbó Rex pela fase regular da BFA 2017. O Soldiers buscou a virada sobre a equipe catarinense, empurrado pela torcida e em uma jogada arriscada de conversão de dois pontos, não teve sucesso, e ali perdeu a partida. O mais emocionante dentro de campo foi Armada e Bulls pelo Gauchão 2018. A partida contou com duas viradas de placar dentro do Aviso de Dois Minutos. O primeiro deles, do Bulls, em um passe do Stédile para o Douglas Torres para mais de 60 jardas. E no Drive seguinte, o Armada comandado por Nego Darth e Coturno fizeram uma campanha de excelência, marcaram o Touchdown e venceram o Chimas Bowl.

Já o mais emocionalmente fora de campo foi a edição inteira da Taça Patrik #70, organizada pelo Juventude. Um dia de duas partidas, culminando na semifinal do Gauchão 2017 entre Juventude e Chacais, que serviu de homenagem ao Patrik Leite, ex-atleta do Juventude que faleceu em 2016 por conta de um câncer. Aquele jogo teve uma carga emocional pesadíssima. Por tudo que envolvia a taça, e particularmente por ter conhecido, conversado e tido a honra de entrevistar o senhor Hino Leite, pai do Patrik. Confesso que após a entrevista eu fiquei muito emocionado com tudo aquilo e pude ter a dimensão que o esporte e todos nós temos na contribuição com o próprio futebol americano.

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Leonardo com o pai do jogador citado. Foto: Arquivo pessoal.

Agradecimentos

Em nome de toda a equipe de futebol americano do nosso site, agradecemos ao entrevistado pela oportunidade. Ainda, lhe desejamos todo o sucesso do mundo ao mesmo e sua equipe. Abaixo está uma foto com ele e o link para segui-los nas redes sociais. Obrigado e até a próxima!

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Leonardo com Amir, o autor do texto. Foto: Arquivo pessoal.

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