Opinião: vamos ter um pouco de paciência com Eduardo Baptista

A chegada de Eduardo Baptista e o momento do elenco, confira a análise

O ano de 2016 para o Palmeiras terminou da melhor forma possível. O time se sagrou campeão brasileiro pela 9ª vez, de forma totalmente incontestável, depois de 22 anos de espera, nas mãos de Cuca.

Mas logo após o título, veio a pior notícia possível: Cuca não será o técnico em 2017.
A torcida se desesperou. Não havia muitas opções no mercado, apenas os chamados “treinadores jovens”.
O preferido da torcida, Alberto Valentim, não tinha toda essa confiança da diretoria alvi-verde, que foi atrás do promissor Roger Machado. Mas, o ex-treinador do Grêmio já estava apalavrado com o Atlético Mineiro.

A segunda opção (que agradava muito a diretoria), era Eduardo Baptista. Assim que foi contactado por Alexandre Mattos, Eduardo tratou de agilizar seu desligamento da Ponte Preta e fechar com o campeão brasileiro.
O problema foi a torcida, que, logo no começo das especulações, mostrou insatisfação e desconfiança com o nome de Eduardo.

O ano começou e Eduardo foi dando suas ótimas entrevistas, mostrando muito conhecimento nos treinamentos e o elenco foi se formando. Só que, acostumada com um time praticamente perfeito e vendo chegar reforços de peso, os torcedores do Verdão sonhavam em ver o time voando em 2017.

É claro que a troca é difícil de digerir. Cuca, na minha opinião, é o melhor treinador do Brasil depois do Tite. Mas Eduardo vem de ótimos trabalhos também e o Cuca não está mais com o Palmeiras.

Eduardo precisa colocar em prática os seus conceitos diferentes dos de Cuca e isso leva tempo. Cuca fez o time jogar bonito por um período, mas o segundo turno do Palmeiras no Brasileirão foi muito mais competitivo e objetivo. A marcação era individual, menos posse de bola, etc. Já o novo treinador prefere marcação por zona, time com a bola, compacto. Além de o esquema tático (que não influencia tanto) é diferente. 4-3-3 de Cuca, 4-1-4-1 de Eduardo.

Crédito da foto: (Reprodução/s2.glbimg.com/)

Cuca perdeu as primeiras 4 partidas à frente do Verdão (tudo bem que herdou terra arrasada de Marcelo Oliveira). Montou um time bem básico num 4-4-2 nos jogos seguintes para jogar com segurança e tentar vencer. Depois engrenou no Brasileiro.

Fora que, apesar de participar das contratações desta temporada, Eduardo pegou um elenco já formado. Ele assistiu na íntegra os 38 jogos do Verdão no campeonato, mas ele precisa conhecer o elenco que tem nas mãos. Saber o que cada um pode dar, se pode usar em outra função, se marca, se ataca, se tem velocidade, etc. E isso o Cuca também fez. Cuca também colocou volante na lateral, Thiago Santos na zaga, Dudu no centralizado, Dudu na direita, Roger na esquerda, Fabrício na ponta e muitas outras loucuras.

Alguém aí lembra do Palmeiras perdendo para o Cruzeiro no Mineirão, sendo pressionado e Cuca coloca o Luan no jogo e queima a última alteração que tinha?

Eduardo Baptista está testando para conhecer e saber exatamente o que fazer ao longo da temporada. Faz parte. O nosso calendário é horrível, não podemos fazer uma pré-temporada adequada e o time tem que se ajustar jogando, competindo. É importante cobrar e ele mesmo sabe quando erra. Mas tem que dar tempo.

É só ver que os únicos times que estão vencendo e convencendo são: Santos, Flamengo e Cruzeiro. Todos mantiveram elenco e treinador.

Agora não é hora de jogar contra. A temporada está só começando e o elenco alvi-verde é muito forte. É hora de jogar junto com o time e passar confiança para os jogadores e comissão técnica. Cuca não vai voltar se Eduardo sair, não adianta pedir a cabeça do comandante. Se ele sair, pode ser até pior do que a torcida acha que está.

Vamos ter um pouco de paciência com Eduardo Baptista!

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Raphael

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