Luiz Ricardo concede entrevista ao Esportes Mais
O atacante Luiz Ricardo conta sobre sua carreira para o site
Natural de São Paulo, o atacante Luiz Ricardo começou sua carreira na juventude defendendo as cores do São Bernardo. Um dos destaques da Taça São Paulo de Futebol Junior, o jogador chamou a atenção do Cruzeiro e foi emprestado ao clube de Minas. Sem muitas oportunidades, Luiz acabou voltando para o São Bernardo F.C.
Com um currículo recheado, Luiz defendeu algumas equipes importantes no Brasil como ABC, Botafogo-SP, Guarani e Metropolitano. Na Malásia defendeu o Penang, e atualmente defende o PSM Makassar da Indonésia. Confira a entrevista.
Como foi o seu começo de carreira e quais as dificuldades que você enfrentou?
“Comecei em um projeto em São Bernardo do Campo, uma espécie de Guarani B. Era complicado, ficava quase a três horas de casa e precisava pegar ônibus todo dia. Não era remunerado, então meu pai se desdobrava para pagar a condução. No início foi muito difícil, acordava às quatro da manhã para poder ir treinar”.
Como foi pra você subir para o profissional?
“Depois que acabou o projeto, fui para o São Bernardo F.C, até então era um clube desconhecido, pois havia sido criado a dois anos. Lá joguei o Paulista sub17 e com 17 anos, fui promovido ao profissional. No ano seguinte disputei a Taça São Paulo, no ano de 2007, e fomos eliminados na semifinal para o Cruzeiro pelo placar de 5 a 4. Jogo foi considerado um dos melhores da história da Taça. Após o termino, fui emprestado ao Cruzeiro. Na época tinha outros clubes interessados”.
E como foi sua passagem no Cruzeiro?
“Foi um empréstimo curto. A equipe tinha acabado de ser campeão da Taça e o único jogador que tinha subido definitivamente para o profissional era o Guilherme, atualmente no Corinthians. Acabei tendo poucas oportunidades entre os titulares. O sub-20 era de 87 a 89. Maicon, zagueiro do São Paulo, era um dos grandes jogadores que tinha na equipe. Foi uma ótima experiência, me fez crescer”.
Qual foi sua maior dificuldade no profissional?
“Muita dificuldade. As pessoas acham que todo mundo que joga futebol, tem a vida do Neymar. Sempre corri atrás das coisas, jogando em times que não pagavam em dia. Aos 19 anos fui pai pela primeira vez e isso me fez correr mais para sustentar minha família. Foi muito difícil, mas Deus sempre me abençoou e nunca deixou faltar nada”.
A posição de atacante sempre foi sua escolha?
“Não. Até 2009 eu jogava como meia, mas o treinador precisou de um que fizesse a posição, já que os dois atacantes estavam fora de jogo para a partida. Eu já tinha feito alguns jogos como atacante, ai eu aceitei. Comecei a fazer gols e ele não me tirou mais. As pessoas me viam como atacante, isso era ótimo”.
No Grêmio Osasco você jogou com Viola e Dodo. Como foi jogar com os dois?
“Viola já estava com 44 anos e ele sempre entrava no meu lugar. Não corria muito, mas a qualidade era inquestionável. O Dodo não corria muito, mas tinha uma qualidade apurada. Afinal, era o artilheiro dos gols bonitos. Foi um prazer ter convivido com os dois”.
Qual clube você se identifica mais?
“De todos, tenho um carinho muito grande pelo São Bernardo. Foi onde tudo começou e onde fiz grandes amigos que levo para minha vida”.
Voltaria para o clube?
“Quem sabe um dia parar lá onde tudo começou. Futuro a Deus pertence, mas eu não pretendo jogar mais no Brasil”.
Sua experiência fora do Brasil foi na Alemanha. Como foi se adaptar ao País?
“Acabou tendo alguns contratempos. Em 2014 fui para a Malásia, onde levei minha família. Foi uma experiência incrível. Eu amo o Brasil, mas eles esquecem que por trás de um jogador existe uma família. É difícil encontrar um clube que paga dia a dia”.
Em 2015 você foi contratado pelo Guarani. O que fez você voltar?
“Meu contrato acabou na Malásia e eu tive um problema com o treinador indiano, e isso impediu a renovação, então resolvi voltar”.
Hoje no PSM Makassar, a equipe vem em uma crescente no campeonato. O que precisa ser feito para continuar nessa crescente?
“Continuar trabalhando forte para crescermos cada vez mais. Tem que entrar para somar e ajudar da melhor maneira possível”.
Quem te incentivou a jogar futebol?
“Meu irmão tentou a sorte no futebol, mas parou cedo. Na época era difícil ele receber oportunidades. Com 10 anos entrei na escolinha e coloquei o futebol como foco na minha vida. Foi vendo ele jogar que despertou o interesse”.
O quanto a família é importante na sua carreira?
“Minha família não é apenas importante, ela é tudo”.