Rio 2016: basquete semifinais da chave masculina

Basquete masculino terá as semi-finais nesta sexta-feira. De um lado da chave, Austrália e Sérvia brigam para ser as maiores surpresas do torneio. Do outro, Estados Unidos e Espanha reeditam as duas últimas finais olímpicas

As semi-finais do basquete masculino acontecerão nesta sexta-feira, dia 19.

De um lado, Sérvia e Austrália disputam para decidir quem será a maior “zebra” do torneio. Zebra entre aspas pois quem conhece basquete sabe que essas equipes tinham potencial de ir longe no campeonato. Do outro lado, Estados Unidos e Espanha reeditam as duas finais olímpicas, quando os norte-americanos venceram nas duas oportunidades. Tudo que indica, a freguesia continuará.

Austrália X Sérvia (horário 19:00)

Armador Patty Mills será fundamental para o jogo ofensivo da Austrália.

Abrindo as semi-finais, Austrália e Sérvia decidem quem ficará com a medalha de prata. Sei que parece meio indelicado, mas é a realidade. Apesar de tanto australianos quanto sérvios terem feito partidas duras contra os yankees, estava claro que os norte-americanos não jogaram a primeira fase em seu potencial máximo. Discutiremos mais sobre a moralidade dessa ação na parte sobre o outro jogo semi-final.

O grande ponto dos eslavos é conseguir estabelecer seu inside game, sabendo que a equipe da Oceania tem um bom grupo de pivôs, liderados por Andrew Bogut do Dallas Mavericks. A batalha entre Bogut e Miroslav Raduljica e Nikola Jokic, centrais sérvios, será um dos pontos fundamentais do confronto. Some isso ao talento do jovem Bogdan Bogdanovic, que sempre foi um ponto importantíssimo no jogo ofensivo dos europeus e nas vitórias pontua uma média de 19 pontos, esse será, basicamente, o gameplan da equipe.

Já pelo lado dos australianos, estabelecer o inside game é mais do que necessário. Regra básica do basquete: quem controla o garrafão, controla o jogo. Além de Bogut, os aussies têm Aron Baynes, David Andersen e Cameron Bairston, todos que ou jogaram ou jogam na NBA.

Além do jogo de garrafão, a dupla de armadores, Patty Mills e Matthew Dellavedova, terá papel de protagonista na disputa. Mills como uma força ofensiva, marcando pontos; Dellavedova ajudando na distribuição (o atleta dos Bucks é um dos melhores passadores do torneio) do jogo, além de sua energia defensiva.

 

Espanha X Estados Unidos (horário 15:30)

Essa será a última oportunidade dessa talentosa geração espanhola ganhar um ouro olímpico.

Na outra semi-final, Espanha e Estados Unidos reeditam as duas últimas finais olímpicas, ambas com vitórias do Team USA. Se formos analisar os elencos, a equipe espanhola de 2008 é, basicamente, a mesma de 2016. É uma geração envelhecida, que já passou de seu auge, mas que ainda é bem acima da média. Pode-se dizer que os espanhóis não jogaram bem a primeira fase, se classificando na bacia das almas contra a Argentina. Devo dizer que o maior crime dessa geração espanhola é ter de sempre que jogar contra os yankees.

Já pelo lado dos americanos, depois da elástica vitória contra os argentinos nas quartas, ficou claro que o Team USA tirou o pé na primeira fase. Não digo “tirou o pé” em um sinal de desrespeito para com os outros; não era preciso jogar 100% todos os jogos, por isso das vitórias apertadas contra Austrália, Sérvia e França.

É um meio de preservar os jogadores, cansados de uma extensa temporada na NBA, e de favorecer e valorizar a competição. Essa prática é comum na pré temporada da F1, onde as equipes escondem o jogo no intuito de poupar equipamento, fazendo apenas os testes necessários e, no caso das Mercedes da vida, não assustar (isso, a palavra certa é assustar mesmo) a competição.

 

 

Pedro Pacola

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