Roberto Martinez: o impacto do técnico espanhol na Seleção de Portugal

 Roberto Martinez: o impacto do técnico espanhol na Seleção de Portugal

Roberto Martinez – Foto: Divulgação/Portugal

Desde que Roberto Martinez assumiu a posição de treinador da Seleção Portuguesa, muita coisa mudou. O técnico espanhol, conhecido por sua abordagem estratégica e intuitiva, trouxe novas dinâmicas para a equipe das Quinas, depois da partida do conservador Fernando Santos. Mas quais são os reais impactos dessa liderança?

Vamos explorar como Roberto Martinez tem moldado o time lusitano, suas estratégias e os efeitos sobre os jogadores.

A chegada de um líder carismático

Quando Roberto Martinez foi anunciado como o novo treinador da Seleção de Portugal, houve uma mistura de curiosidade e expectativa. Conhecido por sua passagem bem-sucedida pela Bélgica, onde levou a seleção ao terceiro lugar na Copa do Mundo de 2018, Martinez trouxe consigo uma rica experiência internacional e uma reputação de gestor carismático e eficaz.

Nascido em Balaguer, Espanha, Martinez iniciou sua carreira em clubes menores antes de ganhar notoriedade no Wigan Athletic, onde conquistou a FA Cup. Sua trajetória inclui passagens pelo Everton e pela seleção belga, acumulando assim um vasto conhecimento tático e uma abordagem multicultural ao futebol. Esta bagagem diversificada preparou-o para assumir a responsabilidade de treinar a talentosa, mas muitas vezes inconsistente, Seleção de Portugal.

A visão estratégica de Roberto Martinez

Martinez é conhecido por seu estilo de jogo ofensivo, que enfatiza a posse de bola e movimentos rápidos. Ele valoriza a capacidade técnica dos jogadores e busca aproveitar cada talento individual em um sistema coeso. Sob sua direção, Portugal começou a exibir um futebol mais proativo e menos dependente de esquemas defensivos rígidos de Fernando Santos.

A gestão de Cristiano Ronaldo, era o principal desafio do espanhol. Nas eliminatórias rumo à Euro 204, essa gestão foi positiva, com Cristiano Ronaldo contribuído em muitos gols. Porém, na Eurocopa, o impacto do craque lusitano foi questionado, não aportando muito em termos táticos, para além de ter pouca influência na elaboração do jogo ou nos momentos defensivos da equipe.

A Seleção Portuguesa na Alemanha não conseguiu demonstrar o mesmo nível do que aquele exibido nas eliminatórias, que completou de forma exemplo com 10 vitorias em 10 partidas. Apesar da promessa de um futebol mais vibrante, as falhas defensivas e a falta de eficácia ofensiva mostraram-se problemas persistentes.

Partindo agora para uma nova fase, com a Copa do Mundo de 2026 na mira, as primeiras partidas das eliminatórias trouxeram novidades. Roberto Martinez decide, por exemplo, substituir o jogador do Al Nassr, agora perto dos 40 anos, mais cedo, permitindo-lhe estar mais fresco na partida seguinte. Ao nível psicológico, Martinez também acaba sendo importante. Em várias ocasiões, o treinador elogiou a ética de trabalho e a mentalidade vencedora de Ronaldo, utilizando-o não apenas como finalizador, mas também como mentor para os jogadores mais jovens.

O desenvolvimento dos jogadores

Uma área onde Martinez teve um impacto distinto é no desenvolvimento dos jogadores. Vários jovens talentos receberam oportunidades sob sua direção. Nomes como João Neves, Quenda, Tiago Santos, ou ainda Renato Veiga e Tomás Araujo, têm emergido como peças talentosas para o futuro do futebol português, refletindo a confiança e o incentivo do treinador.

Para muitos desses jogadores, a orientação de Martinez vai além das quatro linhas. Ele se vê não apenas como um técnico, mas também como um mentor, guiando-os através dos altos e baixos de suas carreiras. Essa abordagem tem ajudado a construir um espírito de equipe mais robusto e resiliência entre os jogadores.

A influência dos jogadores consagrados

Em uma primeira fase, Martinez também encontrou maneiras de utilizar a experiência dos veteranos como Pepe e Rui Patrício, que, entretanto, saíram da equipe. Agora, para além de Cristiano Ronaldo, a experiência de jogadores consagrados como Bruno Fernandes, Bernardo Silva, ou ainda Ruben Dias dão a liderança necessária para fomentar um ambiente competitivo e colaborativo. Estes jogadores, profundamente respeitados pelos colegas, tornaram-se extensões naturais do treinador em campo, facilitando a execução das suas intenções táticas.

Essa combinação equilibrada de juventude e experiência proporciona à seleção um leque variado de opções e uma profundidade técnica que pode ser crucial em competições futuras. Martinez está atento às dinâmicas individuais e procura ajustar continuamente a integração entre diferentes componentes do grupo.

Wesley Contiero

Jornalista, 30 anos, natural de Lins, interior de São Paulo.

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