Rio 2016: Brasil busca milagre contra Nigéria no basquete masculino

Brasil enfrenta a Nigéria pela última rodada do basquete masculino dependendo de uma combinação de resultados para se classificar

Brasil enfrenta a seleção nigeriana, nesta segunda-feira (dia 15), pela última rodada do grupo B do basquete masculino. Depois da decepcionante derrota para os argentinos por 111 a 107, com direito à duas prorrogações, os brasileiros estão em situação complicadíssima na competição. Precisam vencer a equipe africana que, apesar de ser o time mais fraco no grupo, conseguiu bater a Croácia por 24 pontos, e ainda torcer para a derrota de croatas e espanhóis.

Argentina e Lituânia lideram o grupo B, com vantagem para os europeus pelo confronto direto, primeiro critério de desempate. Em seguida temos Croácia e Espanha, empatadas com seis pontos, com vantagem aos croatas também pelo confronto direto. Quinto e sexto lugares vêm Brasil e Nigéria, com cinco pontos cada, mas com os brasileiros com melhor saldo de pontos.

Além de Brasil e Nigéria, teremos também Espanha contra Argentina e Lituânia contra Croácia. No melhor cenário possível, precisamos bater a seleção africana e torcer por tropeços de croatas e espanhóis.

Caso isso ocorra, Brasil, Croácia e Espanha terminarão com sete pontos cada. Pelo critério do confronto direto, os eslavos ficariam com a terceira posição pois venceram brasileiros e espanhóis na fase de grupos. Os brasileiros ficariam com a quarta e última vaga, mandando a favorita Espanha para casa.

Esse seria o melhor cenário possível, já que, como podem ver, a derrota da Croácia não é obrigatória para a classificação brasileira; basta o Brasil vencer a Nigéria e a Argentina bater a Espanha. Apesar dos diferentes cenários possíveis, o máximo que os comandados de Ruben Magnano é um quarto lugar.

Ótimo, uma vaga para a segunda fase, certo? Nem tanto porque o quarto colocado do grupo B, enfrenta o vencedor do grupo A. Seguindo a lógica, os Estados Unidos devem bater a França na tarde de domingo e devem garantir o primeiro lugar do grupo A. Portanto, se passarmos de fase, deveremos enfrentar os norte-americanos.

Verdade seja dita, o Team USA teve dificuldades nas partidas contra Austrália e Sérvia. Fica a dúvida se essa dificuldade é por falta de empenho dos jogadores ou superação dos adversários. Não serei ufanista ao ponto de dizer que venceremos os yankees na que seria uma das maiores zebras da história; se fosse ter que apostar, diria que será um jogo apertado, mas a questão física e o excesso de erros serão determinantes.

Perdemos nos detalhes contra Lituânia, Croácia e Argentina. Poderíamos ter ganho pelo menos um desses três jogos, melhorando nossa situação para essa última rodada.

Porém, olhando para o outro lado da moeda, é inadmissível que nossa seleção não tenha um esquema ofensivo claro. Apostar no inside game com o Nenê parece ser a melhor opção, mas essa não parece ser a primeira escolha pela comissão técnica. Em compensação, não temos um outside game confiável. Junto com os apagões, principalmente defensivos, é o que está matando a equipe.

Do mesmo jeito que a torcida empurra o time durante as viradas, ela mesmo parece forçar os jogadores a sempre fazer jogadas arriscadas demais quando não há necessidade, naquele ímpeto de decidir logo e fazer algo bonito para os torcedores.

Essa geração do Brasil é boa demais, com um técnico extremamente competente. Por falta de uma melhor capacidade de definir, no que é chamado nos esportes norte-americanos de “clutch gene”, perderemos (ou perdemos já) a melhor oportunidade de medalha em muito tempo.

Só espero que a CBB comece a investir realmente no basquete nacional e na formação de uma categoria de base consistente.

Por Pedro Pacola

Pedro Pacola

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