Opinião: Final única é uma furada

Vários torcedores mostraram descontentamento anúncio de final única na Libertadores e  sul-americana de 2019. Destacamos aqui os motivos para dar toda a razão para quem chiou sobre esta decisão

A Conmebol anunciou, nesta terça-feira (14), que a Libertadores e a Sul-Americana de 2019 terá final única. A primeira, será disputada em Santiago, no Chile, e a segunda, em Lima, no Peru. O anúncio fez muitos torcedores discordarem da decisão da entidade, e eu dou razão à ela. A América do Sul é muito grande, não temos um bloco econômico forte e a tradição do continente fará desta decisão um erro.

Vamos começar com a extensão territorial. A Europa, onde é disputada a Champions League, tem 10 milhões de km², enquanto a América do Sul tem 16. É fácil sair de um país para outro no velho continente, enquanto, só no Brasil, em 1 hora você não consegue nem sair de um estado para outro, dependendo do tamanho e das condições da estrada, e não é muito diferente entre nossos vizinhos.

A União Europeia, principal bloco econômico do velho continente, tem 28 membros, e tirando o Reino Unido (que está em processo de saída do bloco), todos utilizam o Euro como moeda. Além de tudo, tem a moeda mais valiosa do mundo. Já na América do Sul, nosso principal bloco envolve apenas 5 países: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Não há um plano para unificar uma moeda para todos os integrantes, e há disparidades de um país para outro.

No que tange a tradição, dificilmente teremos um caldeirão em um estádio neutro. A população sul-americana não é rica quanto a européia. Monumental é a casa do River Plate (e as vezes, da seleção argentina), Maracanã, dos times cariocas, e por aí vai. São vários fatores para que, tradicionalmente, uma final única não dê certo: passagens caras, aeroportos mal localizados, e falta logística para a maioria dos países.

Em resumo: A decisão de uma final única, nas competições sul-americanas é um grande erro. Pois diferente da Europa, não temos tradição, nossa economia torna isso completamente inviável. E dependendo dos finalistas, a distância até as cidades das finais será muito grande.

 

Guilherme Ribeiro Rocha

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