Futebol brasileiro: categorias de base, peneiras e avaliações

 Futebol brasileiro: categorias de base, peneiras e avaliações

Avaliação do Projeto Gol de Lins Foto: Wesley Contiero

Com o desenvolvimento do futebol, as categorias de base passaram a ser ainda mais importantes assim como as peneiras e avaliações

Cada vez mais as categorias de base passam a ter importância para os clubes, principalmente no fator financeiro. Nos considerados grandes, é a oportunidade de formar um grande craque e vender por milhões para algum clube europeu, já para os pequenos, muitas vezes é das vendas para equipes maiores no próprio Brasil que conseguem algo para ajudar na manutenção do clube.

Pensando nesse sentido, surgiu, em 2016, o Lins Futebol Clube, equipe não federada que visa dar oportunidades para jovens atletas.

“O Lins surgiu para dar oportunidades para atletas de Lins e região, visto que sempre tivemos um time de primeira divisão aqui, o Clube Atlético Linense, mas víamos a carência de oportunidades. Então em 2016 formamos um novo clube, não para ter rivalidade, mas sim para dar oportunidades”, ressaltou Flávio Henrique, presidente do clube.

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Flávio Henrique (direita) com o treinador Cuca (Foto: Arquivo pessoal/Flávio Henrique)

“A base é fundamental em todos os aspectos. A maioria dos jogadores que estão jogando profissionalmente conseguiu esse êxito devido ao esforço dele, dificuldades, tudo o que passou na base. Um clube sem base é um clube sem projeção de receita. Se você não tiver um jogador saindo da base, quando se tem uma projeção nacional lá em cima, você não tem um retorno para ter sequência financeira no seu trabalho”, completou Flávio Henrique.

Para se chegar às categorias de base de um clube, o caminho também não é fácil, é aí que entram as peneiras, testes e avaliações, na qual todo atleta passa no início da carreira.

Jorge Ricardo Noronha Bizzi, é um professor de Educação Física que desenvolve um projeto social também em Lins, o Gol de Lins, onde atende crianças e adolescentes, e ensina desde os fundamentos básicos do futebol, como o domínio, passe, finalização, até os trabalhos físicos.

“Contamos com cerca de 120 crianças e adolescentes, de 9 a 18 anos. O trabalho é desenvolvido em dois dias por semana, nas folgas do meu trabalho”, explicou o professor.

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Professor Bizzi orientando os seus alunos/atletas (Foto: Wesley Contiero)

Uma fase importante que todo atleta tem que passar em algum momento são as avaliações, que muitas vezes é o primeiro contato de um jogador com um clube.

“A maioria dos garotos que frequentam (o projeto) tem o sonho de se tornar profissional, e as peneiras são uma forma de fazer eles se sentirem à vontade, estimulam eles até a virem para o treino”, disse o treinador.

“Na verdade eu não gosto das peneiras (formato), as que eu trago para Lins ou que levo os garotos se chamam avaliações. Elas são feitas como um jogo normal, onde o avaliador avalia os destaques de uma partida. Geralmente dura 25 minutos, as vezes dois tempos de 20 minutos, e assim tem mais chance do jogador aparecer do que em uma peneira, que normalmente colocam o atleta por poucos minutos. A avaliação é mais complexa”, completou.

Pela Gol de Lins, os alunos já realizaram diversos testes, desde equipes tradicionais do interior até gigantes do futebol brasileiro.

“A primeira que a gente trouxe foi o Inter de Porto Alegre. Na sequência tivemos São Paulo, Sociedade Esportiva Palmeiras, Corinthians e Grêmio. Essas foram as principais que a gente trouxe”, finalizou o professor.

Confira abaixo a entrevista completa com o professor Bizzi, falando sobre o seu projeto social e as avaliações em geral.

 

 

 

Wesley Contiero

Jornalista, 29 anos, natural de Lins, interior de São Paulo.

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